Data Journey: o caminho para a autonomia dos usuários de dados

O caminho que o dado percorre, desde a entrada até a chegada ao profissional que precisa da informação é chamado de Data Journey, ou jornada de dados.

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4:33 pm - 07 de outubro de 2019
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No sistema da sua empresa, qual caminho o dado percorre, desde a entrada até chegar ao profissional certo, no momento em que ele precisa da informação? Esse trajeto recebe o nome de Data Journey, que na tradução para o português significa Jornada de Dados. Mas, não basta coletar, centralizar e distribuir. Na minha visão, um processo completo precisa ir além.

Primeiro, é fundamental garantir governança. Outro cuidado está relacionado à democratização do dado, maneira como a empresa oferta os dados para tomada de decisão com uma nomenclatura similar à linguagem de negócio utilizada no dia a dia da organização. Dessa forma, permite-se a sua identificação tanto por parte dos profissionais da área de TI, naturalmente mais técnicos, quanto daqueles ligados ao negócio.

Para auxiliar, listo a seguir oito pontos de atenção para empresas que desejam ingressar na Data Journey ou ajustar os processos dentro desse conceito:

1.Tenha um repositório central

Adote tecnologias para centralização de dados, como Big Data, Data Lake e/ou Data Warehousing, onde muitas vezes se faz necessário a utilização de maneira híbrida para a companhia compartilhá-los entre membros da organização que possam se beneficiar do uso deles. Essa ação requer uma arquitetura bastante robusta, para garantir a eficiente entrega das informações corretas para a pessoa certa.

2.Catalogação de dados

O objetivo é democratizar os dados, possibilitando que os usuários consigam, de maneira simples e rápida, acessar a informação desejada, através de uma interface clara e objetiva, lembrando que os usuários de negócios não devem ter nenhuma barreira devido as tecnologias utilizadas. O catálogo das informações fica mais confiável quando há a possibilidade de implementar indicadores que revelem a saúde do dado, como, por exemplo, o quanto ele está operacional, qual seu nível de popularidade, se foi validado pela área de TI, se é um dado oficial e se é uma informação corporativa ou útil apenas para uma área específica da empresa

3.Adote a cloud computing

Somente com a arquitetura em nuvem é possível ser escalável e resiliente com alta disponibilidade proporcionando uma arquitetura de dados eficiente e segura. Esteja atento o que cada player de nuvem oferece, tanto do ponto de vista tecnológico quanto comercial, para ter o melhor custo benefício talvez uma solução híbrida seja a melhor opção.

4.Garanta a governança das informações

Uma vez que você centralizou esses dados, é preciso catalogar as informações, definindo, por exemplo, quem pode ter acesso ao que, as diretrizes relacionadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), quais usuários podem alterar ou atualizar informações. A etapa de Governança é vital na Data Journey.

5.Forneça um Sandbox

Por mais que a centralização de dados reúna informações relevantes, é possível que, em algum momento, algum membro da organização queira fazer cruzamentos dessa base de dados com planilhas de market share, dados de mercado ou de mídias sociais, entre outras informações. Para esses casos, é muito importante que o sistema conte com um repositório, área que recebe o nome de Sandbox, ou, caixa de areia, na tradução para o português. Nessa área, que tem capacidade limitada e área independente, os usuários têm um espaço para armazenar informações e análises sazonais.

É fundamental que esse espaço extra de aprendizado conte com constante supervisão de um profissional de TI. A ideia é que esse colaborador fique responsável por avaliar se a área está sendo utilizada corretamente, se há informações que podem ser descartadas ou alguma esta sendo utilizada repetidamente por areas diferentes gerando retrabalhos e que podem ser integradas de maneira corporativa, já que são de uso comum. Dessa forma, consegue-se auxiliar na otimização do trabalho das áreas, evitando o retrabalho e a perda de dados estocados nas máquinas.

6.Priorize a qualificação do time

O Data Journey dá poder ao usuário, então, é fundamental elevar o nível de qualificação, conhecimento e comprometimento dos membros da organização. A recomendação é investir fortemente na orientação e conscientização das pessoas quanto a importância da qualidade, sigilo e integridade dos dados. Não dá para correr o risco de ter prejuízos com dados devido a uma falha humana, seja ela intencional ou não. A ideia é os profissionais saiam do nível básico, de emissão de relatório e uso de dados prontos, para buscar cada vez mais oportunidades com as informações que chegam às suas mãos.

7.Adoção de ferramentas

Precisamos estar atento ao mercado e as novas tecnologias, hoje existe uma vasta oferta de ferramentas que facilitam e potencializam o dia a dia da organização, apoio de soluções de analytics, machine learning, RPA, Process Mining e inteligência artificial podem acelerar sua empresa em ser cada dia mais competitiva.

8.Antecipe-se à LGPD

A programação é de que em agosto de 2020 as empresas que utilizam dados dos cidadãos já estejam operando sob as rígidas regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Se você faz parte desse grupo, a nova regulamentação é mais um motivo para que você ingresse na Era da Data Journey, garantindo centralização das informações com catálogo de dados e metadados. Definir para que o dado será usado e quem pode acessar o que será muito importante.

Quando bem estruturada, a Data Journey dá autonomia para que o usuário de negócio tome decisões com base em dados confiáveis, fazendo com que, cada vez mais, a empresa internalize a cultura Data Driven. Às companhias que ainda não conseguiram identificar onde estão seus gaps dentro da Jornada de Dados, sugiro buscar apoio de um especialista capaz de fazer um roadmap e a busca contínua pela tomada de decisão baseada em insights gerados pelos dados.

No mais, facilite a vida do usuário de negócios e ganhe em competitividade!

*Por Erico Aleixo, diretor de tecnologia e soluções na Inteligência de Negócios (IN)

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