Criatividade e inovação na USP

Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, reúne alunos de ETCs e, escolas públicas de ensino médio, de todo o Brasil.

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10:56 am - 01 de abril de 2019

Todo ano, nos últimos 17 anos, ocorre na USP a Febrace – Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, que reúne alunos de ETCs e, escolas públicas de ensino médio, de todo o Brasil.

Foi realizada este ano, entre os dias 19 e 21 de março, na Cidade Universitária, em São Paulo. Esta foi a 17ª edição. Organizada pela Escola Politécnica (Poli) da USP.

É sem duvidas um dos maiores encontros de Makers do Brasil!

Trata-se de uma verdadeira festa em forma de celebração, para aqueles adolescentes, que muitas vezes, estão em sua primeira viagem para uma megalópole sozinhos, sem seus pais!

É possível ver a alegria e o frescor de suas ideais em cada explanação de projeto. Espremidos por milhares de visitantes em estreitos corredores, espalhados pelos andares do prédio do Inova USP (que pela primeira vez foi usado para o evento), foram apresentados 332 projetos desenvolvidos por 751 estudantes de escolas de todo Brasil, divididos nos três dias do evento.

Estivemos lá para conhecer um pouco das diferentes realidades e soluções propostas por esses futuros Makers, que estão ajudando a criar soluções muitas vezes simples para problemas complexos.

Vimos muitas equipes utilizando tanto o microcontrolador Arduino, quanto o minicomputador Raspberry Pi, para elaboração de seus projetos. Nos atemos aos projetos com essa pegada Maker, apesar de lá existirem dezenas de outros, com soluções através de aplicações científicas.

Um dos projetos que chamou a atenção, foi da equipe de alunos da CEFET Centro Federal de Educação e Tecnologia de Minas Gerais. Utilizando um Raspberry PI com câmera e algoritmos abertos de reconhecimento facial. Eles desenvolveram um estudo para detectar a interferência da maquiagem, óculos e outros acessórios no reconhecimento facial. O projeto foi criado pelos alunos: Ana Luisa M. Brum, Mariana Chaves de Oliveira, e Alexandre O. de Almeida com coordenação dos professores: Danielle M. Okamoto, Marcos A. S. Pinto, Ronan Rossi.

Também  chamou a atenção o projeto One Guitar, tecnologia assistiva no auxílio rítmico do violão para pessoas sem um dos membros posteriores. Criado por Henrique Backers e Bruno Matos, 19 anos, da Fundação Escola Técnica Liberato, Novo Hamburgo-RS. Esse projeto tem como intuito, auxiliar pessoas sem um dos braços a aprender a tocar violão. Um dispositivo criado com o microcontrolador Arduino e servos motores, simula a mão que produziria o ritmo. De outro lado, há uma interface de controle para que a pessoa selecione as funções que serão executadas nele. Os inventores alegaram ter tido a ideia quando um deles que é musico, foi questionado sobre como faria para tocar, se perdesse um de seus braços.

A deficiência, também foi tema de outros projetos com Arduino e Raspberry Pi. Podemos citar pelo menos mais três projetos voltados a deficiência visual

1- O leitor de Braille, um dispositivo criado com Raspberry Pi e bobinas com agulhas, consegue ler qualquer texto inserido nele, por meio de Pendrive e, transcrever de forma instantânea através de suas agulhas o texto em Braille para o deficiente. Equipe: Victor Hugo F. D. Magalhães, Gabriel Nagem Volpini, Monaline Aparecida Fernandes

2- Feito com Arduino, RFID , outro dispositivo ajuda no aprendizado da linguagem Braille. Com cartões feitos em impressora 3D, contendo o Tag (transponder), que posicionado acima do sensor lê o cartão e faz a pronúncia dos símbolos, traduzindo para nosso alfabeto. Equipe: Pablo Cavalcante dos Santos, Alex Vieira Pereira, Wagner Roberto de Souza Jr.

3-Sistema composto por: celular, sensor, e software de localização. Esse projeto ajuda o deficiente visual a se locomover em um determinado ambiente. Funciona assim; O dispositivo feito com Arduino e 3 sensores de ultrassom e 3 motores de vibração, detecta os obstáculos ou indica a direção a ser seguida, através da vibração em 3 pontos: direita, centro e esquerda, alertando o deficiente e, direcionando seu caminho. O projeto ainda conta com um software de localização que por triangulação do sinal Wi-Fi, mapeia o imóvel e localiza a posição do usuário no mapa.

Por meio de um evento como esse, podemos ver o quanto as empresas  se beneficiarão deste frescor jovem e suas ideias, para criar soluções e novas tecnologias em sua linha de produção. Se eles conseguem inovar, sem grande apoio, sem grandes orçamentos, para não dizer, sem nenhum orçamento!

Quem dirá, se tiverem empresas adotando esses polos de inovação espalhados por todo território nacional, onde os mesmos poderão chegar?

Grandes empresas investem pesado e muitas vezes, “à fundo perdido”, em novas tecnologias. Ai estão a: Google, Virgin, Apple, etc. para provar isto. Assim, se nossos empresários acordarem para essa realidade, teremos um dia, mais empresas brasileiras no rol de maiores do mundo!

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