O comportamento antifrágil na transformação digital

Reflexão sobre o papel do CIO na modernização dos modelos de gestão e liderança e os desafios para extrair o melhor das equipes

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12:11 pm - 27 de outubro de 2023
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Qual o papel do CIO como líder nas frentes de Transformação Digital onde a inovação em sua grande maioria, não tem a criatividade necessária para sustentar o crescimento?

Quais as capacidades de liderança e comunicação o líder precisa desenvolver para mobilizar e desafiar o status quo atual, onde a inovação ainda tem um nível de criatividade baixo mesmo sendo incentivado pelas empresas?

Nós, CIOs, temos um desafio enorme na modernização dos modelos de gestão e liderança que em muitos casos é o principal ofensor nos baixos resultados em inovação ou na geração de soluções que não perduram diante da enorme volatilidade dos mercados e das demandas.

Na minha opinião, provocar e pressionar as áreas por inovação funciona! A pressão sobre novos modelos de negócio precisa existir e torna-se cada vez mais necessária para sustentar o crescimento e se diferenciar. Mas antes de qualquer coisa é necessário combinar as regras do jogo.

Inovação realmente disruptiva não combina com ambientes altamente protegidos. Não estou falando de proteção contra qualquer tipo de assédio ou gestão tóxica. Me refiro a ambientes demasiadamente paternalistas na hora de desafiar os times na construção de novos modelos de negócio. Me refiro ao receio de perdermos “talentos” e com isso deixarmos de desafiar as mentes mais brilhantes. Pressão com propósito traz desconforto que, para mim, é a semente da inovação duradoura e de alto resultado.

Todos nós, líderes de TI, já lemos em algum momento uma relação dos 10 passos para a transformação, 10 dicas para a gestão colaborativa, etc…. O problema é que todas estas orientações vão levar a caminhos já conhecidos. Inovação disruptiva vem do modelo colaborativo e provocativo. Vem dos momentos de incidentes e das dores que nem todos revelam.

Vale combinar com o RH e os colaboradores que haverá momentos de pressão e exigência por criatividade sem afetar a motivação e o valor das pessoas. Quando os colaboradores entendem que a pressão não terá consequências diretas e nem juízo de valor, pois é um movimento agregador, podemos criar um ambiente altamente criativo e inovador e transformar times robustos em antifrágeis.

Recentemente terminei um curso de transformação digital no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e tivemos a oportunidade de debater amplamente a enorme importância dos líderes de TI neste contexto.

O desconforto é muitas vezes visto como algo a ser evitado. Porém, na verdade, é uma das forças motrizes mais poderosas para a inovação. Quando os times de inovação são desafiados e colocados sob pressão, é como se uma faísca de criatividade fosse acesa. A mente humana evoluiu sob pressão durante séculos. A modernidade nos deixou mais frágeis e cada vez mais impacta na coragem e na ousadia de buscar o novo.

A pressão pode estimular a criatividade de formas surpreendentes. Quando o tempo é limitado e as expectativas são altas, as mentes são forçadas a encontrar soluções criativas e eficazes. Embora a pressão seja necessária, também é importante criar um ambiente de trabalho onde os membros da equipe se sintam apoiados e encorajados a compartilhar ideias inovadoras sem medo de críticas negativas.

Em uma era de transformação digital acelerada, a pressão por resultados é inevitável. No entanto, ao abraçar esse desconforto e aplicá-lo estrategicamente, os líderes de times de inovação podem desbloquear o potencial máximo de suas equipes.

Lembrem-se de que a pressão adequada é a faísca que acende a chama da criatividade e da inovação. Quando gerenciada com sensibilidade e foco claro, essa pressão se torna o motor que impulsiona sua organização rumo ao futuro.

Então, desafie seus times, provoque o desconforto e veja a inovação florescer como nunca antes.

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