40 anos em 25 minutos

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4:06 pm - 11 de novembro de 2015



O empreendorismo pode nascer das mais variadas circunstâncias, dos contextos mais oportunos a cenários totalmente pessimistas. Mas, independentemente da confiança que deposite em si e em sua ideia, um empreendedor convive, na maior parte do tempo, com o improviso, a imprevisibilidade e, mais do que gostaria, com a frustração.

Há poucas semanas, fui convidado para palestrar em um evento da Liga de Empreendedores do Insper, uma iniciativa batizada de “Vai Ki Da! Experiências que Transformam”, organizada por alunos da instituição. Eles me pediram para contar os desafios enfrentados e as lições aprendidas em minha trajetória. Tudo isso no tempo máximo de 25 minutos.

Bem, considerando que comecei a trabalhar e empreender em 1975, estamos falando de 40 anos. De histórias que já contei brevemente por aqui, e de outras que nunca publiquei em parte alguma. De escolhas nada familiares ou atraentes para aqueles meninos e meninas que vivem uma realidade confortável, com acesso a uma educação de altíssima qualidade.

De catador de ferro velho a ajudante de feira, da compra e venda de ouro no garimpo à distribuição de alho, e da revenda de informática ao lançamento da Byte, a primeira grande publicação de TI no mundo, adicionei ao meu relato a leveza e o humor com que revivo essa jornada hoje em dia. Mas não dá para disfarçar os fatos de flores: o risco, a dificuldade, o sacrifício e o erro são irrevogáveis.

E eu não falo só de mim. No mesmo palco, o Pedro Chiamulera, ex-atleta olímpico e fundador da Clear Sale, especializada no combate a fraudes em compras online, contou para a turma sobre o momento em que quase quebrou o negócio, por lhe faltar competências de gestão. Uma barreira eliminada com a chegada de Bernardo à sociedade, introduzindo na empresa o conhecimento necessário. Porque o empreendedor sempre precisa de ajuda. Precisa de gente com quem contar. Gente que critique a ideia que ele considera brilhante.

Naturalmente, pensei no Miguel Petrilli, que se juntou a mim em um contexto semelhante, somando habilidades, lucidez e pontos de vista que eu jamais desenvolveria sozinho.

Concluí o meu discurso revelando que parei de estudar na oitava série, vindo a aprimorar a minha formação educacional bem mais tarde, mas ressaltei o quanto valorizo a educação. Na plateia, estava o João, sócio da Vitta, startup acelerada pela Berrini Ventures, a quem dou monitoria periodicamente, e também meu filho mais velho, Victor, a quem incentivo, todos os dias, a construir a sua própria obra.

“Que história, hein, Adelson”, disse o Rodrigo, aluno que organizou o evento, quando passei o microfone a ele. Que tenha sido, afinal, um bom exemplo, é o que eu espero.

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