Sistema de pagamentos instantâneos brasileiro avança mesmo em meio à crise

Serviço entra em vigor em novembro, conforme a previsão do Banco Central

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por ABCD
11:00 am - 16 de junho de 2020
pagamentos instantâneos

Para além de todas as mudanças impostas pela pandemia, a crise global causada pelo coronavírus alterou ou ao menos colocou em compasso de espera planos em vários segmentos. Para citar apenas alguns exemplos, no fim de março, quando a quarentena já era uma realidade em todo o mundo, os Jogos Olímpicos de Tóquio foram adiados para 2021. Tamanho é o clima de dúvidas e incertezas que, internamente, ainda se discute a respeito da realização das eleições municipais deste ano. Nesse contexto, no entanto, o Banco Central acertadamente resolveu seguir com as propostas da Agenda BC#, regulamentando o Open Banking no começo de maio e mantendo em andamento as etapas do sistema de transferências e pagamentos instantâneos, o PIX. 

Já com mais de 140 instituições financeiras em processo de adesão – a data limite da solicitação terminou em 1º de junho; uma nova oportunidade será aberta em 1º de dezembro-, o serviço entra em vigor em novembro (conforme a previsão do Banco Central), possibilitando transferências e pagamentos instantâneos, realizados a qualquer dia do ano, sem limite de horário e com o recurso imediatamente disponível ao destinatário. 

A medida tem enorme potencial para modernizar e digitalizar o sistema financeiro brasileiro de forma efetiva, substituindo o dinheiro e os cartões de crédito e débito pelo uso dos dispositivos eletrônicos. Assim, de posse de um smartphone, será possível efetuar pagamentos via internet, utilizando recursos como QR Codes estável ou dinâmico, por exemplo, ou simplesmente informando um e-mail, CPF/CNPJ ou número de celular. 

Além da agilidade e digitalização, que ganhou ainda mais relevância e urgência em tempos de isolamento social e migração de boa parte dos serviços para o universo online, o sistema de pagamentos instantâneos significará também diminuição de custos para os consumidores. Operações tradicionais, como a TED e o DOC, usados para transferências, sairão por centavos neste novo modelo. 

Para quem recebe os pagamentos, o PIX, com a disponibilização imediata dos recursos, tende a diminuir a necessidade de crédito, além de facilitar a automatização e conciliação dos pagamentos. Já os impactos no ecossistema financeiro passam pela maior competição entre os meios de pagamentos, o que deve gerar, consequentemente, melhores serviços a custos menores, maior participação das fintechs, que já nasceram no meio digital, e inclusão financeira. 

Em fase homologatória, na qual as instituições financeiras e de pagamento realizam os testes obrigatórios, o PIX avança e não poderia ser em momento mais oportuno. Todos tendem a ganhar com um sistema financeiro mais moderno e digital, principalmente em um contexto de transformações profundas que devem ocorrer no mundo pós pandemia.

*Claudia Amira é Diretora Executiva da ABCD – Associação Brasileira de Crédito Digital

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