Compaixão: virtude nata de muitas mulheres

Cientistas vêm estudando a possibilidade de o cérebro das mulheres processar a compaixão de maneira diferente dos homens

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9:10 am - 09 de março de 2019

Aproveitando a ocasião do dia da mulher em 8 de março, fiquei com vontade de integrar o tema do feminino com os estudos da inteligência emocional, e fui à procura de artigos e estudos que indicassem algumas diferenças interessantes de como funcionam os cérebros masculinos e femininos.

Falando sobre sentimentos como empatia e compaixão, vemos que a maioria das pessoas concordam que as mulheres, no geral, são mais compassivas que os homens. Em uma pesquisa feita nos Estados Unidos, 80% dos americanos expressaram essa opinião.

Isso é um estereótipo sexista? Talvez não exatamente. O que os cientistas vêm estudando é a possibilidade de o cérebro das mulheres processar a compaixão de maneira diferente dos homens. Isso acontece aparentemente devido à maneira distinta como nossos respectivos sistemas neurais evoluíram, provavelmente, em conexão com o desenvolvimento de habilidades sociais necessárias às necessidades emocionais dos filhos, como, por exemplo, a comunicação pré-verbal materna.

Uma equipe de Neurobiologia do México realizou um estudo interessante com 12 mulheres e 12 homens. Os participantes viram uma série de 100 fotografias e seus cérebros foram digitalizados. A cada duas imagens, uma evocava compaixão. Exemplos incluíam rostos tristes, cenas de guerra, representações de fome e etc… Os pesquisadores perceberam que quando as fotos que evocavam a compaixão foram vistas, o cérebro das mulheres ativou duas áreas que os homens não ativaram, “incluindo uma ativação maior no cerebelo, uma estrutura que está envolvida no julgamento, atenção seletiva e experiências afetivas”, segundo relata a equipe. “O cerebelo pode desempenhar um papel na decisão de executar ações de ajuda.”

Embora o estudo não sugira que um gênero experimente a compaixão mais do que o outro, sugere que os gêneros podem diferir em como a compaixão é experimentada e expressada.

Uma razão pela qual podemos achar que as mulheres podem expressar a compaixão de maneira mais aberta é que tudo o que está relacionado ao ato de ser compassivo tem a ver com bondade, suavidade, gentileza, calor humano e conforto emocional. Temas e termos muito relacionados ao feminino. Assim como a “ocitocina” – às vezes chamada de “hormônio do amor”, presente nas mulheres em níveis mais altos e frequentemente ligada à conexão social. A ocitocina é produzida durante o sexo para homens e mulheres, mas é particularmente importante durante o parto e amamentação.

Pode ser que as mulheres sejam, sim, mais compassivas, mas independentemente de gênero, compaixão e bondade, são naturais para todos nós em suas variadas formas de expressão. Nesse dia especial dedicado à mulher, eu desejo que possamos expressar todas as inúmeras formas de compaixão presentes em cada uma de nós, a todas as mulheres incríveis que conhecemos e que contribuem com tanta força, alegria e coragem para a construção de um mundo com mais amor e respeito.

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