5 tendências para empresas cloud first

Agilidade, flexibilidade, conectividade e APIs estão entre os próximos passos para as organizações baseadas na nuvem

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7:43 pm - 29 de julho de 2021
cloud, nuvem

A pandemia de Covid-19 tem acelerado abruptamente a transformação digital, e uma das tecnologias mais indispensáveis nesse movimento é a cloud computing, ou computação na nuvem. Vivemos mais do que nunca em um mundo hiperconectado, que conseguiu absorver da noite para o dia toda a demanda de empresas aderindo integralmente ao home-office, ou que tiveram que digitalizar as operações, como o movimento dos varejistas para o e-commerce. Tantas outras já nasceram “cloud native”, como as fintechs, ed techs, health techs, entre outras techs. Sem dúvida, a nuvem foi e tem sido a grande habilitadora desse processo.

O atual cenário evidencia que não há transformação digital sem cloud computing, e essa percepção já é realidade para os gestores e decisores das empresas. Segundo relatório da consultoria IDC Brasil, os gastos com infraestrutura e plataformas de nuvem pública no país devem atingir 3 bilhões de dólares neste ano, um crescimento de 46,5% no comparativo com 2020. Ou seja, a nuvem estará no cotidiano dos colaboradores das maiorias das empresas, que vão se tornando “cloud first”. Mas quais serão os próximos passos? Como a nuvem será utilizada? Quais os principais cuidados? O presente já aponta a consolidação de algumas tendências, listadas a seguir:

Remote First: sociedade hiperconectada

A adoção do home office sempre foi muito discutida e questionada pelas organizações. Com a necessidade de isolamento às pressas, no entanto, as dúvidas sobre sua implementação sumiram, dando lugar a outros questionamentos, sobre como conectar o maior número de pessoas simultaneamente, como garantir a segurança ou como atuar para manter a cultura, disciplina e motivação. Um levantamento realizado pela TIVIT entre seus clientes registrou um crescimento exponencial da quantidade de usuários utilizando infraestrutura de maneira remota, saltando de 820 para 15 mil colaboradores desde o início da pandemia.

Essa amostragem, com um salto de quase 1.800%, comprova o sucesso da mudança na forma como as empresas passaram a operar, dando origem ao conceito de “remote first”, em que a localização oficial de trabalho do colaborador passa a ser sua casa, e locais de trabalho se tornam pontos alternativos de interação, reuniões com clientes e outras atividades de engajamento, o tal do “novo normal” que deve ser realidade daqui em diante. Os desafios à frente mostram como aperfeiçoar esse modelo, no sentido de qual é o tipo de nuvem mais adequada: pública, privada ou híbrida, como escalar a infraestrutura e como garantir a segurança, entre outros.

Agilidade e Flexibilidade: ganhar e perder peso com a mesma facilidade

Os conceitos de agilidade e flexibilidade ficaram mais claros nesta pandemia, muito por conta da cloud, que possibilitou uma reação rápida para a adoção do trabalho remoto. É óbvio que, com a pressa, muitas empresas investiram significativamente em tecnologia sem considerar níveis reais de consumo de nuvem, e agora estudam como enxugar os recursos. Isso não chega a ser um problema, uma vez que um ponto positivo da cloud é justamente a possibilidade de incrementar ou reduzir a infraestrutura com a mesma facilidade, com custos variáveis e grande capacidade de controle.

Parte de tornar a infraestrutura uma métrica de primeira classe é garantir que ela seja um indicador-chave de desempenho (KPI) para os negócios. Algumas companhias têm criado programas de incentivo para seus desenvolvedores, engenheiros e profissionais de TI em geral buscarem fazer mais com menos e serem diligentes no consumo da nuvem, visando sempre a otimização. Hoje é possível, por exemplo, reduzir a infraestrutura em 30% ao mesmo tempo em que o volume de tráfego cresce na mesma proporção, por conta das operações em nuvem com modelo de gestão financeira (FinOps), que pode trazer de 10 a 50% de otimização do consumo de nuvem e redirecionar investimentos para onde de fato precisa.

Continuidade dos Negócios: arquiteturas variadas para prevenção de perdas. 

Quanto maior a presença virtual, cresce a suscetibilidade a ataques. Outra preocupação é com a segurança de dados com a vigência da LGPD. Portanto, sofrer vazamento ou ficar fora do ar por horas, ou até mesmo dias, custa demais para as companhias e pode comprometer a continuidade dos negócios.

Antes da nuvem, as missões críticas dos modelos tradicionais sempre contaram com site de disaster recovery e redundância acessíveis apenas para bancos, grandes empresas de pagamentos e transações financeiras, entre outras de alto risco. A cloud não só democratizou o acesso para empresas menores, como possibilitou que elas se recuperassem de eventuais desastres em tempo reduzido. O nível de segurança é maior, com especialistas dedicados ao monitoramento 24h, uma vez que a nuvem está sempre ligada. Também oferece maior gama de possibilidades, como arquiteturas multizone, e conta com provedor com mais resiliência e redundância. Por outro lado, o acesso remoto dos colaboradores por meio de desktops, notebooks, ou celulares pessoais demandam investimentos em antivírus e outras soluções de segurança.

Ecossistema conectado: serviços à distância de uma API

O modelo de interfaces de programação de aplicações (API) revolucionou a cloud computing ao proporcionar a possibilidade de conexão e utilização de serviços de terceiros de maneira muito rápida. Se, antigamente, para o usuário era necessário comprar uma “caixa” com o disco para instalar um software ou uma aplicação, hoje qualquer licença está acessível a poucos cliques. Nas empresas, qualquer integração necessitava uma implementação em diversas etapas, preocupação com questão de compatibilidade, a criação de um ecossistema demandava um tempo enorme. Com as APIs disponíveis e um modelo de gestão em códigos para o gerenciamento da infraestrutura (DevOps), a conexão entre serviços ficou muito mais fácil, possibilitando a ampliação do ecossistema e das operações de maneira prática.

Innovation Ready 

Como agente habilitadora da transformação digital, a cloud computing faz com que as empresas estejam prontas para inovação. A nuvem é a catalisadora para reinvenções dos negócios, mas o principal é que ainda há muito a ser explorado. Apenas 14% das iniciativas de transformação digital se tornam melhorias permanentes para os negócios, esse é um índice ainda muito baixo diante da capacidade de execução. Isso porque muitas vezes as empresas não estão prontas, adotam a nuvem sem preparo, seus ambientes estão desatualizados, ou trabalham em ciclos trimestrais de desenvolvimento que dificultam mudanças. A nuvem, com seus microsserviços e containers, tornam os serviços 50% mais complexos, é verdade. Mas uma operação preparada e adequada, com a integração de análises de dados sofisticadas, elimina barreiras e prepara campo para evoluir e inovar cada vez mais.

*André Frederico é diretor executivo e head de Cloud Solutions da TIVIT, multinacional brasileira e one stop shop de Tecnologia.

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