5 dicas para planejar um 2021 mais cocriativo

Geralmente, projetamos o futuro com base no passado, mas a pandemia cobrou novas posturas que podem servir de sustentação para refletir um novo ano

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7:09 pm - 13 de janeiro de 2021

Este aqui é meu primeiro artigo para lançar a coluna Cocriação e Marketing. Nos últimos 12 anos atuando no Marketing da IT Mídia recebi quase uma dezena de convites para ter uma coluna nos portais. Neguei por falta de tempo, excesso de trabalho e até mesmo falta de habilidade. Resolvi assumir que, para escrever, basta somente ter o que falar e o desejo de me expressar. Cá estou

Não vou mentir que um dado extraído em dezembro de 2020 me impulsionou a estar aqui: Quase 1/3 dos leitores do portal IT Forum atuam em Marketing, Vendas, Arte e Design, todos voltados ao setor de TI.

Por isso essa coluna foi inspirada nessa galera e para todos outros que desejam saber mais sobre Marketing e Cocriatividade – sim, cocriatividade – porque já sabemos que ninguém cria nada sozinho e que estamos muito mais conectados do que imaginávamos (a COVID-19 está aí para mostrar isso).

Para falar de 2021, resgato uma citação de Heráclito de Éfeso, um filósofo de 450 a.C: “ninguém se banha duas vezes no mesmo rio”. Ou seja, não é possível que alguém viva duas vezes a mesma cena. Não somente pelas condições do ambiente, temperatura e pressão, mas principalmente por suas experiências vividas, a partir de suas relações de ensino-aprendizado.

Heráclito e Planejamento, tudo e nada tem a ver. É que geralmente projetamos o futuro com base no passado, acreditando que é possível reproduzir uma situação igual a outra. Quem nunca deu um Copy and Paste no arquivo do Planejamento do último ano, na crença de que as ações ali propostas se repetiriam no ano conseguinte?

Por isso, considero que o maior legado que a pandemia nos deixou foi a mudança desse e de tantos outros padrões empresariais. Alguém seria hoje capaz de copiar as “linhas” para o Business Plan de 2021 baseado na perplexidade de 2020? Ou mesmo se basear em anos pré-COVID, que parecem ter ficado no século passado? Claro que não.

Então, para que serve o passado? Lógico que não vamos ignorar tudo que fizemos. Afinal, não chegamos até aqui por acaso. Em tudo que empreendemos, empresas que passamos, pessoas que cruzamos – das que nos deram um emprego as que nos serviram um café -, tudo foi essencial para nos garantir o que há de mais precioso: o discernimento de valor. Ou seja, saber discernir o que gera mais valor para todos em cada situação. E seu planejamento precisa ter isso na base.

Eu já tinha dificuldades para elaborar planejamentos na “era pré-pandêmica” e vi muita planilha de planejamento ser esquecida na rede em 2020. Imagina o que a aconteceu na IT Mídia, uma empresa cuja receita de eventos presenciais correspondia a 90% do seu faturamento? Mudamos tudo, em alta velocidade. Mas essa história renderá um bom artigo… Conto depois.

Contudo, aos trancos e barrancos, sou extremamente grata ao ano de 2020, pois ele contribuiu muito com meu discernimento de valor, usado para planejar 2021. Sabemos que cada empresa é uma empresa, cada história, uma história. Mas existem algumas posturas que considero “universais” que me ajudaram, e, por serem universais, acredito que possam vir a te servir também.

1. Presença

Como se manter presente no ano do home office? Pareceria contraditório se estivesse falando sobre presença física. Mas a presença acontece em qualquer lugar, basta você estar ali, com seu foco, atenção e interesse. Você já experimentou fazer uma reunião com alguém que está fazendo outra coisa? Todos querem ser considerados. O interesse nas pessoas faz com que você perceba coisas sutis, que podem te trazer grandes insights.

2. Atualize-se

Estar atualizado não é sobre acompanhar todas as “notícias do Brasil e do mundo”, mas ficar presente e aberto para o que está acontecendo agora. Suspenda os julgamentos, conceitos e opiniões que te escravizam numa mentalidade ultrapassada. O mundo muda muito rápido e convenhamos que está bem fácil perder o bonde. Seja um ser do tempo presente.

3. Confie (ou troque)

Trabalhar com alguém que não esteja “no mesmo barco” pode ser muito nocivo. Você passa a não mais confiar na pessoa, tirando-a de algumas tarefas e decisões, e ela, por sua vez, não compreende e pode ficar com a autoestima abalada. Na maioria dos casos a meta dessa pessoa só não está mais alinhada com a da empresa. Conversem e alinhem-se. Isso geralmente dá certo. Se der, confie. Se não der, troque. Entregue a ela a possibilidade de ser feliz em outro lugar.

4. Expectativa X Realidade

Eu adoro memes. É comum eu receber algum desses tragicômicos, onde são comparadas duas fotos do que foi pedido e do que foi entregue. A parte trágica já sabemos: a frustração. A cômica é porque, só de bater o olho, você já sabe que “aquilo não daria certo”. Todos nós temos feeling para saber o que vai ou não vai rolar. Não se iluda com metas imaginárias ou invista em projetos de autoboicote. Isso faz um mal danado para você e seu time.

5. Sem preocupação

Um dia desses fiquei chocada com a palavra “preocupação”: “pre” (prefixo que denota antecipação) e “ocupação” (ato de apoderar-se de algo). Ou seja, ocupar antecipadamente sua cabeça com algo. Como já dizia aquela ditado zen: “em xícara cheia não entra nada”. Portanto a preocupação é indevida e ainda pode te fechar para a solução.

Espero que essas cinco dicas sejam úteis para a construção do seu planejamento. De onde vieram essas, tem muitas outras, as quais compartilharei com vocês nas próximas semanas.

*Gabriela Vicari trabalha desde 2002 com marketing voltado ao setor de TI. Nos últimos 15 anos cocriou com diversas empresas e pessoas para desenhar experiências disruptivas em eventos para C-levels de tecnologia. Atualmente é diretora de Comunicação e Marketing na IT Mídia, empresa líder de mercado em conteúdo e eventos

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