CIOs discutem como a tecnologia transformará nossas vidas em 20 anos

Durante o IT Forum 2019, executivos destacam a rapidez dos processos tecnológicos como fator determinante para as próximas duas décadas

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8:07 am - 20 de abril de 2019
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Pensar em como serão nossas vidas daqui 20 anos pode ser uma tarefa desafiadora, ainda mais porque se trata de um exercício de futurologia. O que se sabe é que o acesso à informação está maior e os processos tecnológicos mais rápidos. E essas são as únicas certezas que se tem hoje: de que a transformação digital nunca mais será tão lenta quanto foi no dia anterior, e que inovar é construir um meio para o objetivo, e não o destino final, de fato.

Essa é a constatação de Guilherme Pereira, diretor de Inovação e Conteúdo na FIAP, e André Petenussi, CIO da Localiza, ambos palestraram no IT Forum 2019, que acontece nesta semana na Praia do Forte, Bahia, sobre como as tecnologias e inovação ditarão a maneira como iremos viver daqui duas décadas.

Na velocidade da luz

Pereira acredita que, hoje, o acesso à informação é muito maior e mais rápido. Por isso, não apenas as empresas estão se adequando a essa agilidade exacerbada e que, muitas vezes, é difícil de acompanhar. Os próprios usuários são moldados de acordo com essas transformações. Pereira usou como exemplo as posses dos Papas Bento XVI, em abril de 2005, e Francisco, em março 2013. No primeiro, poucas eram as pessoas que tinha um celular; oito anos depois, o anúncio de Francisco foi acompanhado por uma multidão de fiéis com suas câmeras, telefones e tablets.

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Petenussi compartilha do mesmo pensamento, e acrescenta que, dada a forma como a velocidade de transformação acontece nos dias atuais, fica imprevisível ditar como serão nossas vidas nos próximos 20 anos. “Hoje, estamos dentro do nosso paradigma de tentar entender quais são as variáveis que farão parte do nosso futuro. Por isso, talvez nem tenhamos capacidade, de conseguir num evento [como o IT Forum] vislumbrar ou entender como essas transformações acontecerá em grande escala”, disse.

O CIO da Localiza usou como exemplos alguns filmes da cultura pop, como Blade Runner, Laranja Mecânica e 2001: Uma Odisseia no Espaço. Para Petenussi, todos traziam uma ideia bastante distinta de como seria a vida dos humanos em um futuro distante – não muito longe da realidade, mas ainda sim algo um pouco distinto. “A velocidade com que temos enfrentado as transformações faz com que isso tudo seja um exercício de futurologia”, completa.

Os desafios daqui em diante

Claro que lidar com processos cada vez mais rápidos não é algo adaptável para todos os consumidores ou organizações. No caso das empresas, Pereira afirma que muitas delas já têm se adaptado a tais mudanças. “Quando olhamos para as tecnologias, vemos um ciclo de transformação muito acelerado. Basta pegar o ranking das dez empresas mais valiosas do mundo: sete delas são ligadas à tecnologia, várias com inteligência artificial embutida. Falando especificamente de startups, o mais interessante é que, desde 2015, a maioria desses unicórnios vem da China, e não mais do Vale do Silício, nos Estados Unidos”, declarou.

Já Petenussi destacou três tecnologias que devem perdurar pelos próximos anos e figurar entre os focos principais de desenvolvimento nas empresas. Uma delas são as fontes de energia e materiais, em especial os renováveis, como luz solar e materiais que não causam impacto negativo ao meio ambiente. Elas são seguidas pelo chamado Human Enhancement Technology (HET), que alia tecnologia à capacidade física e mental – por exemplo, o uso de exoesqueletos para aumentar as capacidades humanas de um trabalhador.

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Por fim, Petenussi disse acreditar que a inteligência artificial e a robótica são caminhos sem volta, e o uso desses recursos deve ficar ainda mais extremo nos próximos 20 anos. O CIO lembrou as máquinas da Boston Dynamics, empresa que tem a Alphabet (do Google) como dona, e responsável pela fabricação de robôs humanoides. Contudo, Petenussi brinca em tom de alerta: “Eles são a Skynet do filme O Exterminador do Futuro“.

Segundo Pereira, tudo isso só será possível quando as empresas começarem a inovar, de fato. “Precisamos inovar, mas também precisamos entender para quê, por quê e para onde devemos inovar. Inovar não é o fim, mas sim o meio, uma forma de conexão entre aquilo que a empresa planejou como meta inicial e para onde quer levar esses objetivos”, finalizou.

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