Cinco razões para os desenvolvedores escolherem uma abordagem API First

Metodologia enfatiza o design da Interface de Programação de Aplicativo (API) antes de começar qualquer programação

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8:40 am - 30 de novembro de 2023
Imagem: Shutterstock

Ao analisar o mundo dinâmico do desenvolvimento de software, percebe-se que as metodologias evoluem diariamente, mas poucas tiveram um impacto tão significativo quanto a estratégia que chamamos de “API First”. Esta metodologia, que enfatiza o design da Interface de Programação de Aplicativo (API) antes de começar qualquer programação, está estabelecendo novos padrões de referência no setor.

Tradicionalmente, softwares costumavam ser desenvolvidos de forma mais linear. Os desenvolvedores mergulhariam na programação sem um termo de integração claro e sem discutirem seus planos com as diferentes partes interessadas no projeto. Entretanto, trabalhar em uma espécie de silo gerava possíveis falhas de comunicação em torno das diferentes partes de um aplicativo e impedia a exploração de todo o potencial deste software. Isso muitas vezes resultava em ciclos de desenvolvimento mais longos, maior tempo de depuração, desafios na integração de componentes de terceiros e uma visão não muito clara sobre o que uma API pode oferecer ao projeto.

Como os desenvolvedores precisavam trabalhar com imensas quantidades de APIs e integrações, ficou claro que as APIs deveriam ser a primeira parte a considerar, e não algo a ser tratado posteriormente no processo. Em uma abordagem API First, os desenvolvedores criam a API antes de desenvolver o aplicativo, fazendo com que o projeto de verdade comece na integração, além de trazer os stakeholders do negócio para o design da API, de forma a discutir jornadas e objetivos de negócios. Embora esse processo não seja simples e exija trabalho em equipe e design mais complexo, essa abordagem resulta em melhor design, documentação e colaboração entre desenvolvedores e está rapidamente ganhando força como uma prática recomendada do mercado.

Benefícios de ser API First

Ao projetar antecipadamente uma API clara e bem definida e envolver diferentes partes interessadas no processo, os desenvolvedores estabelecem uma base robusta que garante uma comunicação suave entre os componentes do software. A abordagem API First não só simplifica o processo de desenvolvimento, mas também reduz significativamente o tempo de colocação no mercado. Essas discussões abrem um mundo de possibilidades para integrar o software em diferentes jornadas de negócios, com muito menos atrito. Além disso, os métodos tradicionais podem fazer com que as equipes de front-end e back-end esperem umas pelas outras, e a API First permite o desenvolvimento em paralelo, com equipes trabalhando em conjunto, guiadas pelo modelo da API.

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Além das eficiências técnicas, essa metodologia traz uma cultura de consistência, com os sistemas tornando-se mais previsíveis, estáveis e conectados. Além disso, uma API bem documentada torna-se um nexo de colaboração, preenchendo a lacuna frequentemente existente entre desenvolvedores, gerentes de produto e demais partes interessadas.

Em essência, embora o desenvolvimento de software tradicional tenha seus méritos, a estratégia API First oferece uma alternativa inovadora que traz eficiência, colaboração e um produto final superior, resultando em um design conectado para explorar mais resultados e possibilidades de negócios. Quando trabalhada da forma correta, essa abordagem melhora a qualidade e a consistência do que é entregue, pois um bom desenvolvimento requer experiência em gerenciamento de APIs – conhecer os padrões, compreender a governança e a segurança, além de facilitar e otimizar para que todas as peças façam a estratégia funcionar.

Por que sua organização deveria inovar por meio de uma abordagem API First?

Mas de que forma as fintechs, bancos e outras empresas que lidam com grandes volumes de APIs podem projetar recursos complexos com sucesso?

Primeiro, pense nessas integrações e considere como desenvolver todo o ecossistema. Torne o design da integração a base, crie a integração e projete o produto final. Esta abordagem é a melhor forma de lançar novas integrações e se beneficiar de novos fluxos de receitas e, ao mesmo tempo, alinhar as partes interessadas, sejam elas técnicas ou empresariais.

Veja aqui cinco motivos que você deve levar em conta ao pensar em API First:

1 – Design e especificações iniciais abrem caminho para APIs melhores

Ao projetar e especificar a API antes de qualquer programação começar, você definirá os endpoints da API, os formatos de solicitação/resposta e as mensagens de erro. O design inicial incentiva um planejamento completo e cria uma API mais coerente, fácil de usar e alinhada aos negócios. No início, o processo pode ser desafiador e demorado. Os desenvolvedores passarão por muitos altos e baixos e idas e vindas para alcançar a forma final de uma integração. Vale a pena esse investimento inicial? Sim. A integração correta da API economiza tempo posteriormente no processo e resulta em um produto mais forte e adaptável. Essas discussões são naturalmente muito ricas e centradas no negócio, com a fase de design da API se transformando em um ativo de negócios e não apenas em uma documentação técnica para o desenvolvimento.

2 – Colaboração aprimorada leva os aplicativos à linha de chegada mais rapidamente

Quando os desenvolvedores front-end e back-end trabalham em paralelo e também em conjunto com os objetivos de negócio, a colaboração aprimorada pode acelerar significativamente o processo de desenvolvimento. A estratégia API First não trata apenas de projetar uma API melhor, mas de aproximar a perspectiva de negócios da integração, com o objetivo de agregar valor comercial real desde o início. Quando todas as peças se encaixam, o resto da jornada fica muito mais transparente.

Projetar uma API, transformá-la em possibilidades reais e fazer os product owners e managers imaginarem como seria uma integração bem-sucedida exige muito mais do que simplesmente passar a ideia para os desenvolvedores e esperar pelos resultados. A colaboração para uma estratégia API First bem-sucedida requer comunicações detalhadas e cuidadosas entre as diferentes equipes da empresa.

O CTO precisa entender o que os desenvolvedores estão fazendo. Gerentes Seniores precisam entender porque os gerentes de projetos e product owners estão integrando e interagindo tanto com os desenvolvedores e trabalhando para entender as especificações da API. Além disso, os desenvolvedores precisam compreender os requisitos de negócio, e as equipes técnicas e de negócios, mais do que nunca, precisam trabalhar juntas e entender as necessidades umas das outras.

O sucesso requer comunicação e colaboração: quando todos se entendem, fazem as perguntas certas e obtêm respostas claras, os projetos tornam-se histórias de sucesso.

3 – A documentação fica mais fácil

A especificação da API com uma estratégia API First bem feita torna-se não apenas uma documentação técnica na qual os desenvolvedores têm requisitos básicos, respostas e tratamentos de erros, esta documentação se torna um ativo comercial valioso. A documentação fornece clareza e um nível mais profundo de compreensão e colaboração. Ter uma maneira melhor e mais simplificada de documentar com precisão cria uma linha de pensamento que ajuda os desenvolvedores a estarem mais imersos nos negócios e incentiva a equipe de negócios a se aprofundar na forma como as integrações são usadas. A reutilização e o alinhamento geram possibilidades em novos fluxos e jornadas de negócios e, quando a documentação adequada é feita com menos complicações, alivia a pressão do ciclo de desenvolvimento.

4 – Teste e depuração acontecem mais cedo

Quando a API é projetada primeiro, escrever testes para ela se torna mais fácil, mesmo antes da lógica de back-end ser implementada, o que permite um melhor uso das frameworks de teste e detectar bugs no início do processo de desenvolvimento. A integração de aplicativos de terceiros acontece de maneira mais tranquila e, quando as empresas usam o API First para testar, solucionar problemas e adotar novos recursos de negócios, a integração com parceiros pode criar novos produtos e oportunidades.

A Cielo, principal provedora de pagamentos eletrônicos da América Latina, oferece suporte a aplicativos de PDV inteligentes para restaurantes e se expandiu para conectar-se com vários parceiros terceirizados, testando mecanismos para incorporar novos recursos de negócios e criar experiências melhores para os consumidores. Compreender a API e considerar a integração como o primeiro passo foi fundamental para aproveitar as vantagens da tecnologia compartilhada, e essa ação permitiu à Cielo encontrar oportunidades em mercados que nunca imaginaram serem possíveis. Hoje, a empresa é uma das maiores processadoras de pagamentos do mundo.

5 – Os produtos das organizações são padronizados e consistentes

A maioria das organizações enfrenta a coordenação de muitas APIs diferentes, e esta estratégia promove consistência neste cenário, definindo padrões e diretrizes rígidos para o design de APIs. Quando as organizações garantem que todas as APIs têm estrutura e comportamento consistentes, os desenvolvedores podem entendê-las e trabalhar melhor com elas.

APIs padronizadas permitem uma integração mais fácil e uma oportunidade de considerar como as ofertas dos concorrentes fora da sua plataforma podem ser incorporadas e permitir que a sua organização crie novos fluxos de negócios. A padronização permite que as empresas transformem concorrentes em parceiros e simplifiquem a experiência dos usuários finais. A incorporação de novos serviços em aplicativos é vantajosa para todos e pode ser feita de maneira mais eficiente e rápida com o desenvolvimento em API First.

Comece a desenvolver com APIs First

A beleza da abordagem API First é que ela cria oportunidades para novos fluxos de receita, novas parcerias e rendimentos baseadas em negócios – tudo devido às conexões de API cuidadosamente elaboradas, ao mesmo tempo em que aliviam um pouco a pressão sobre as equipes de desenvolvimento. A coisa mais importante sobre o API First não é apenas um bom design: trata-se também de casar negócios e tecnologia para resolver um problema.

É preciso ter a mente aberta para incorporar novos produtos e recursos e gerar mais com o ecossistema de integração existente. Dessa forma, será possível considerar o que seus usuários estão imaginando e encontrar maneiras de levar essa experiência até eles por meio de inovação e colaboração. A API First permite novas possibilidades ao criar ecossistemas flexíveis e 100% conectáveis. Na prática, uma jornada de desenvolvimento bem-sucedida é API First.

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Filipe Torqueto

Head de Soluções na Sensedia

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