Por que é hora de investir em carreiras com foco em dados

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1:05 pm - 18 de março de 2019

Não é novidade que diariamente pessoas e empresas produzem uma quantidade gigantesca de dados. Porém, para essas informações serem organizadas e transformadas em insights que direcionam as estratégias das companhias, novas profissões têm surgido ou crescido em importância e chamado a atenção de quem entra ou já está no mercado de trabalho. É o caso do data scientist, ou cientista de dados.

 

Ao contrário do que muitos pensam, os métodos científicos não estão mais restritos aos convencionais laboratórios onde profissionais de jalecos brancos fazem complexos experimentos. O cientista das informações consegue aplicar essas metodologias acadêmicas aos dados de negócios. Em geral, são formados em cursos como matemática, física e estatística, entre outros, já que não existe uma formação específica para a área no Brasil.

 

Além do conhecimento do método científico, para seguir a profissão, conhecimento em programação é imprescindível, unido a uma grande capacidade para fazer perguntas. Algo que pode parecer simples, mas é o principal desafio dos que almejam seguir carreira nessa área. O questionamento correto é o ponto de partida que leva o cientista onde ele quer chegar.

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Com base nas evidências coletadas nesse processo, os profissionais desenvolvem e testam hipóteses sobre problemas de negócios, por isso também precisam de habilidade para resolver problemas complexos. Outra importante tarefa do cientista de dados é ser capaz de transmitir tudo aquilo que os dados querem dizer. Portanto, não seria exagero dizer que este profissional é um verdadeiro contador de histórias. Afinal, saber “traduzir” os dados é um fator de sucesso que faz a diferença nessa carreira. E aí, se identificou com o perfil?

 

Se sim, pode começar a comemorar. Estes profissionais atingem salário médio de R$ 9.020,00 no Brasil, bem acima da média nacional, de acordo com o site Love Mondays. O Guia Salarial 2019 da Robert Half aponta salário mínimo de R$ 13.000,00 e máximo de R$ 22.000,00 para especialista em big data (cientista de dados), uma variação de 2,9% em relação aos valores de 2018. O profissional mais júnior, analista de big data, tem remuneração entre R$ 5.500,00 a R$ 12.500,00 segundo o mesmo guia – remuneração nada mal para quem está começando.

 

Vagas disponíveis também não faltam: uma busca rápida por anúncios no LinkedIn, feita no mês de dezembro de 2018, apontava 313 posições abertas em todo o Brasil para a palavras-chave data scientist. A carreira também foi apontada pelo próprio LinkedIn no relatório “The 33 Most Recruited Jobs” como a mais procurada pelas empresas na área de finanças. Os insights são baseados nos dados globais do LinkedIn analisados de abril de 2017 e abril de 2018.

 

E as boas notícias não param por aí: além da remuneração atrativa e abundância de oportunidades, a carreira de cientista de dados foi listada pelo Fórum Econômico Mundial como uma das mais relevantes para o mercado até 2020 e considerada o “Melhor Emprego da América” em 2018 pelo site Glassdoor, maior site de recrutamento do mundo (veja tabela abaixo).  O levantamento considerou três fatores: número de vagas abertas, salário e satisfação dos que já estão atuando na profissão.

 

Emprego nos EUA

 

 

Para quem quer se preparar para entrar nesse mercado promissor e concorrer a uma vaga de cientista de dados, o IT Trends preparou algumas dicas:

 

  • Formação Científica: cursos de graduação que oferecem uma formação científica como matemática, estatística e física são os mais indicados para os profissionais que querem seguir essa carreira. Não há formação específica de graduação.

 

  • Programação: além da formação acadêmica, busque conhecimentos em programação com linguagens como R ou Python (veja a tabela abaixo).

 

top 10

 

 

  • Cursos online: plataformas online globais como Coursera e Udacity costumam oferecer uma gama de cursos online de qualidade voltados para data science.

 

  • Bancos de Dados: interações com grandes bancos de dados são constantes na rotina do cientista de dados. Invista em conhecimentos de tecnologias como o MySQL, Postgres, Hadoop e Spark, por exemplo (veja lista acima).

 

  • Networking: maratonas de programação (hackathons) podem ser uma boa forma de aprender e conhecer outros profissionais, além de mostrar seus talentos para empresas e ganhar prêmios. Pesquise as empresas que estejam com inscrições abertas e participe.

 

  • Estágios: para quem ainda está nas universidades, além dos estágios tradicionais, pode também recorrer aos estágios de verão, modalidade que vem crescendo no Brasil: uma boa opção para usar as férias para adquirir experiência na área e testar seus conhecimentos em projetos mais curtos, sem atrapalhar os estudos.

 

  • Comunicação: não basta dominar a parte técnica e ter um bom network, é preciso ter capacidade de comunicação com as diversas interfaces, em linguagem que seja compreensível para o público de negócios. Saiba contar uma história. Cultivar o hábito de leitura costuma ajudar.

 

Guardião dos dados

 

Enquanto o data scientist tem foco em um ou mais projetos por vez, os CDOs têm as posições mais difíceis na direção das empresas, de acordo com o Gartner. Pudera. São eles que precisam ter a visão geral dos dados da companhia, integrando informações diversas com entregas em ritmo constante. Enfim, são os verdadeiros guardiões dos dados das empresas, responsáveis pela qualidade, gerenciamento, governança e disponibilidade. Na maioria das organizações, os dados são distribuídos por departamentos diferentes, e a difícil tarefa de um CDO é reunir todos e garantir que estejam prontos para análise.

 

Ao contrário do CIO, que está preocupado com a infraestrutura tecnológica, o CDO está focado na liderar a gestão de dados como um ativo estratégico da empresa para extrair o máximo de valor das informações. São os CDO que devem ser responsáveis por definir políticas de uso de dados, além de garantir a segurança das informações, coordenar o relacionamento com fontes de dados externas e acompanhar os requisitos regulatórios do setor.

 

E falando em regulamentações, o papel do CDO tem tudo para crescer e se tornar ainda mais relevante, por conta da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que regulamenta o uso e transferência de dados pessoais no Brasil com novas regras as quais o mercado tem que se adaptar. A LGPD cria toda um novo regramento para o uso de dados pessoais no Brasil, tanto no âmbito online quanto offline, nos setores privados e públicos, desafiando toda a área de dados das empresas.

 

Com todos estes desafios, em 2021, segundo o Gartner, o papel do CDO será o mais diversificado de gênero de todas as posições de nível C afiliadas à tecnologia. A pesquisa, de 2017, mostrou que, pela primeira vez, mais da metade dos CDOs agora se reporta diretamente a um líder de negócios superior, tais como o CEO, COO, CFO ou presidente. Até 2021, o escritório do CDO será visto como uma função de missão crítica comparável a TI, operações de negócios, RH e finanças em 75% das grandes empresas.

 

Seja cientista de dados, CDO ou outras funções do mundo de big data, essas carreiras têm ótimas perspectivas, principalmente para aqueles com vontade de aprender e que acreditam que o aprendizado não para nunca.

 

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