Aplicações de computer vision podem esbarrar em limites éticos
Em palestra no IT Forum Expo, Jean Simon, CTO da foxfly IT & Marketing, aponta evolução e tendências dessa tecnologia
Em uma palestra que abordou a visão de forma biológica e tecnológica, Jean Simon, CTO da foxfly IT & Marketing, mostrou ao público do IT Forum Expo, na tarde de hoje (17/10), que questões éticas devem ser levadas em conta na hora da aplicação das novas tecnologias que usam “computer vision” (visão digital) – e podem até atrasar a sua implementação.
Na palestra “Seu computador já via, agora está aprendendo a enxergar”, Simon mostrou como funciona a visão humana, “nosso sentido mais importante”, e a comparou com a de alguns dos animais com alta capacidade nesse sentido (como a águia, a coruja e o coelho).
Depois, mostrou a evolução da captura de imagens no mundo da tecnologia e da visão digital, começando com a câmara escura de Joseph Niépce, que em 1793 capturou pela primeira vez uma imagem sem usar tinta, até as câmeras de smartphones dos dias atuais.
“Em 2016, 95 milhões de fotos ou vídeos já eram compartilhados por dia. No YouTube, cinco horas de vídeo são carregados por hora atualmente. E 70% do tráfego da internet já é de vídeo, 15% ao vivo”, afirmou.
Questões morais
Segundo Simon, atualmente, a tecnologia tem permitido, cada vez mais, aos computadores, não apenas capturar imagens, como interpretá-las. Essa inovação já está sendo usada na segurança (câmeras inteligentes, por exemplo), na agricultura, na medicina e no transporte – em especial em carros autônomos.
A aplicação, porém, esbarra em limites éticos, explica o especialista. “Podemos dizer que, neste caso, a evolução esbarra mais na parte humana que na tecnológica”, disse. “Se um carro autônomo causar o acidente quem é o responsável, a empresa ou o dono do carro? Um veículo autônomo tem que proteger em primeiro lugar os ocupantes ou os pedestres?”, questiona Simon.