A corrida para a inclusão digital das empresas
Em artigo, líder da Dell Technologies no Brasil revela como tem observado companhias superando esse desafio
Há muitos anos, governos ao redor do mundo discutem a importância da inclusão digital da sociedade como um fator essencial para reduzir a desigualdade econômica e social. E a pandemia serviu para reforçar ainda mais esse papel de protagonismo da tecnologia para criar condições para que pessoas vivam melhor e prosperem. Um decreto federal, de março de 2020, estabeleceu a TI (Tecnologia da Informação) como um serviço essencial e indispensável nesse período de enfrentamento da COVID-19.
Com o isolamento social, um computador ou um celular conectado à internet permitiram que milhares de pessoas seguissem trabalhando, estudando, realizando consultas médicas, se comunicando e até mesmo consumindo. Enquanto outra parcela importante, que não tem acesso a esses recursos, enfrentou limitações para estudo, trabalho, acesso a serviços de saúde, oportunidades de emprego e convívio social. Ou seja, ao mesmo tempo em que a atual crise sanitária acelera a digitalização, ela aumenta o abismo que separa as oportunidades para cidadãos conectados e não conectados.
E esse cenário se reflete também no ambiente corporativo. As empresas de todos os portes e perfis que não tinham operações digitais viram, de um dia para o outro, seus negócios serem interrompidos e, muitos deles, encerrados. O que trouxe para a pauta dos principais líderes de negócios dentro das organizações uma preocupação que, até então, estava concentrada nas mãos dos decisores da área de TI: como investir em um ambiente tecnológico que suporte a digitalização acelerada das operações, mas que se encaixe em orçamentos reduzidos?
De acordo com um estudo do Institute for the Future (IFTF), patrocinado pela Dell Technologies e divulgado no início deste ano – pouco antes da pandemia –, 82% dos executivos de TI de empresas instaladas no Brasil admitiam que o processo de transformação digital em suas organizações estava abaixo das expectativas. O que sinaliza para o grande volume de companhias no país que, potencialmente, tiveram as operações e negócios impactados pelo cenário de isolamento social.
Como reflexo direto dessa preocupação, desde o início da pandemia, aumentou a busca por parte das empresas no Brasil por soluções de TI que ajudem na modernização do parque tecnológico, mas com modelos de pagamento flexíveis e facilitados. O que levou à aceleração na contratação da cloud, do PC como serviço, mas, principalmente, tem impulsionado uma nova categoria: a de infraestrutura tecnológica sob demanda.
Nesta modalidade, as empresas contratam hardware e software para modernizar sua infraestrutura com um investimento inicial reduzido e, a partir daí, conseguem escalar automaticamente a capacidade de processamento e armazenamento, de acordo com as necessidades do negócio, pagando pelo uso e consumo efetivo dos recursos. O que acaba também com um velho problema da TI, agravado no momento atual: a necessidade de investir de forma antecipada para adquirir equipamentos necessários para atender a demanda futura.
De acordo com o Gartner, há uma tendência de crescimento acelerado na adoção de TI ‘pay per use’ ao redor do mundo nos próximos anos. A consultoria prevê que, até 2022, 15% das implementações de novas tecnologias dentro das corporações serão baseadas no pagamento pelo uso, contra apenas 1% em 2019. O que reflete essa busca das corporações por projetos que ajudem a ter uma infraestrutura tecnológica moderna e preparada para a transformação digital acelerada dos negócios, mas com orçamentos que se encaixem às necessidades da organização e minimizando o impacto no fluxo de caixa.
Enfim, a boa notícia para as empresas que são hoje pressionadas à digitalizar seus negócios é que a evolução e a democratização tecnológica têm proporcionado o surgimento de novas soluções de TI, mais flexíveis e acessíveis. O que cria assim alternativas para ajudar as empresas, de todos os tamanhos e segmentos, na tão necessária inclusão digital dos negócios e que será essencial para o sucesso e a sobrevivência das operações em curto, médio e longo prazos.
*Diego Puerta é líder da Dell Technologies no Brasil