6 barreiras para tornar um negócio digital

Ir além da simples compra de tecnologias requer mudanças significativas na cultura e nos sistemas

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10:39 am - 27 de julho de 2018
negocios digitais

À medida que estratégias de transformação digital avançam, organizações estão descobrindo que negócios digitais não são tão simples quanto parecem. Ir além da simples compra de tecnologias requer mudanças significativas na cultura e nos sistemas.

Recente pesquisa do Gartner descobriu que apenas um pequeno número de organizações conseguiu escalar com sucesso suas iniciativas digitais além dos estágios de experimentação e pilotos.

“A realidade é que os negócios digitais exigem diferentes habilidades, práticas de trabalho, modelos organizacionais e até mesmo culturas”, comenta Marcus Blosch, vice-presidente de pesquisa do Gartner. “Mudar uma organização projetada para um mundo estruturado, ordenado e orientado a processos para um projetado para ecossistemas, a adaptação, o aprendizado e a experimentação é difícil. Algumas organizações navegam nessa mudança e outras que não podem mudar estarão desatualizadas e serão substituídas.”

O Gartner identificou seis barreiras que os CIOs e equipes de TI devem superar para transformar sua organização em um negócio digital. São elas:

1. Cultura resistente à mudança

A inovação digital só pode ser bem-sucedida em uma cultura de colaboração. As pessoas têm de ser capazes de trabalhar além das fronteiras e explorar novas ideias. Na realidade, a maioria das organizações está presa em uma cultura de silos e hierarquias resistentes a mudanças.

“O desafio é que muitas organizações desenvolveram uma cultura de hierarquia e limites claros entre áreas de responsabilidades. A inovação digital exige o oposto: equipes colaborativas multifuncionais e autodirigidas que não têm medo de resultados incertos.”

Os CIOs que pretendem estabelecer uma cultura digital devem começar pequeno: defina a mentalidade digital, monte uma equipe de inovação digital e proteja-a do resto da organização para que a nova cultura se desenvolva. As conexões entre a inovação digital e as equipes centrais podem ser usadas para escalar novas ideias e disseminar a cultura.

2. Compartilhamento e colaboração limitados

A falta de disposição para compartilhar e colaborar é um desafio não apenas no nível do ecossistema, mas também dentro da organização. Questões de propriedade e controle de processos, informações e sistemas tornam as pessoas relutantes em compartilhar seus conhecimentos. A inovação digital com suas equipes multifuncionais colaborativas é muitas vezes muito diferente do que os funcionários estão acostumados com relação a funções e hierarquias – a resistência é inevitável.

“Não é necessário ter todos a bordo nos estágios iniciais, criar áreas onde os interesses se sobrepõem e criar um ponto de partida. Crie uma primeira versão, teste a ideia e use a história de sucesso para ganhar o impulso necessário para a próximo passo.”

3. O negócio não está pronto

Muitos líderes empresariais são apanhados no hype em torno de negócios digitais. Mas quando o CIO ou o CDO quer iniciar o processo de transformação, verifica-se que o negócio não possui as habilidades ou os recursos necessários.

“Os CIOs devem abordar a prontidão digital da organização para obter uma compreensão da prontidão dos negócios e da TI”, aconselha Blosch. “Então, concentre-se nos primeiros adotantes com disposição e abertura para mudar e alavancar o digital. Mas tenha em mente que o digital pode não ser relevante para certas partes da organização.”

4. A lacuna de talentos

A maioria das organizações segue um padrão tradicional – organizado em funções como TI, vendas e cadeia de suprimentos, e amplamente focado em operações. A mudança pode ser lenta nesse tipo de ambiente.

A inovação digital exige que uma organização adote uma abordagem diferente. Pessoas, processos e tecnologia se misturam para criar novos modelos de negócios e serviços. Os funcionários precisam de novas habilidades focadas em inovação, mudança e criatividade, juntamente com as novas tecnologias, como a inteligência artificial (AI) e a internet das coisas (IoT).

“Há duas abordagens para romper a lacuna de talentos – qualificação e bimodal”, diz Blosch. “Em organizações menores ou mais inovadoras, é possível redefinir os papéis dos indivíduos para incluir mais habilidades e competências necessárias para apoiar o digital”. Em outras organizações, usar uma abordagem bimodal faz sentido ao criar um grupo separado para lidar com a inovação com o conjunto de habilidades necessárias.”

5: As práticas atuais não apoiam o talento

Ter o talento certo é essencial e ter as práticas certas permite que o talento funcione de forma eficaz. Processos tradicionais altamente estruturados e lentos não funcionam para o digital. Não há modelos experimentados e testados para implementar, mas toda organização precisa encontrar as práticas que melhor se adequam a ela.

“Algumas organizações podem mudar para uma abordagem baseada em gerenciamento de produtos para inovações digitais, pois ela permite várias iterações. As inovações operacionais podem seguir as abordagens usuais até que a equipe digital seja qualificada e experiente o suficiente para estender seu alcance e compartilhar as práticas aprendidas com a organização.”

6. Mudança não é fácil

Geralmente é desafiador e caro fazer o trabalho digital. Desenvolver plataformas, mudar a estrutura organizacional, criar um ecossistema de parceiros – tudo isso custa tempo, recursos e dinheiro.

No longo prazo, as empresas devem construir os recursos organizacionais que tornam as mudanças mais simples e rápidas. Para isso, devem desenvolver uma estratégia baseada em plataforma que suporte princípios contínuos de mudança e design e, em seguida, inovar em cima dessa plataforma, permitindo que novos serviços sejam extraídos da plataforma e de seus principais serviços.

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