5 principais desafios que o 5G deve superar
Tecnologia ainda tem muitos problemas que precisam ser resolvidos para que entregue tudo o que se espera dela
A evolução em direção à 5G não é somente uma questão de ser melhor, maior ou mais rápido. Essa trajetória também deve criar muitos novos serviços e casos de uso que devem tocar em praticamente todos os aspectos de nossas vidas. No entanto, para realizar todo seu potencial, alguns fatores críticos deverão ser superados. Um deles é a segurança. No entanto, há outros 5 importantes desafios, conforme Tony Regan, gerente geral da Openet Consulting.
Regan afirma que, à medida que as CxOs (Chief Experience Officer) se aproximam do final do ano e estão definindo suas estratégias para 2019 e além, o destino iminente de perder clientes para os provedores de OTT e a perspectivas igualmente preocupantes de redução de receita são, de longe, as suspeitas mais assustadoras para o próximo ano.
E lembra que os CTOs e CTIOs são encarregados de um grande desafio não apenas de construir o business case para 5G, mas também de garantir que eles monetizem os ativos associados de forma eficaz. “Na minha visão, esses líderes precisam se perguntar “como será minha organização daqui a cinco anos e como posso monetizar minha rede”.
Os cinco principais desafios que o 5G deve superar, na opinião de Regan, são:
1. Como garantir o máximo retorno do investimento da 5G?
“Um dos principais desafios que os CTIOs têm é o impacto da 5G na infraestrutura e legado. A Bloomberg estima que o custo de modernização da indústria para 5G será de US$ 200 bilhões ao ano a partir de 2020. Sem um plano estratégico e inovador para gerar retorno sobre esse investimento, a empresa pode ficar com bolsos vazios e com uma rede que não gera valor suficiente para justificar o custo. A chave para perceber o valor desse investimento está na estratégia, no planejamento e na interação de casos de negócios. À medida que as organizações progridem ao longo de sua jornada 5G, as lições aprendidas ao longo do caminho devem ser documentadas, discutidas e, por fim, devolvidas aos negócios, para que o máximo benefício possa ser obtido. Além disso, novos modelos de negócios podem ser ativados expondo recursos de rede a aplicações de parceiros e terceiros. Um ecossistema de parceiros forte e bem definido será essencial para garantir o ROI máximo do seu investimento.”
2. Como gerir a complexidade do grande número de dispositivos e a complexidade de enormes quantidades de throughput?
“Além de um crescimento no número de conexões por assinante, o setor registrou um fluxo de novos dispositivos nos últimos anos. Além da conectividade telefônica tradicional, as empresas de telecomunicações precisam ser capazes de suportar um grande volume de dispositivos conectados. A Deloitte estima que o número médio de dispositivos e conexões per capita só na América do Norte crescerá de 7,14 em 2015 para 12,18 em 2020. Com o 5G, há complexidade e escala adicionais, exigindo automação das operações de rede para suportar isso efetivamente. Aprendizado de máquina e IA, portanto, desempenharão um papel significativo no gerenciamento de operações de rede no ambiente 5G.”
3. Como gerenciar simultaneamente a rede legada à medida que me preparo para o 5G e quais novas habilidades serão nevessárias para efetivamente monetizar esse ativo?
“Outro desafio assustador para o CTIO é o gerenciamento de sua infraestrutura legada, migrando simultaneamente os recursos de rede para um ambiente 5G. Em um artigo recente da Total Telecom, CEO da Northstream, destacou que ‘A integração de novas tecnologias com equipamentos, processos e sistemas de rede legados é um tema extremamente complicado e um enorme desafio para as CTOs. O que isso significa é que o CTO, como além de possuir forte competência em telecomunicações tradicionais, deve hoje também ser bem informado e capacitado em programas de TI e de transformação’. Como o 5G permitirá uma rede programável definida por software, as equipes de rede bem-sucedidas precisarão incluir engenheiros de software altamente atentos às inovações.”
4. Como vender os benefícios do 5G para os clientes?
“Os CTIOs não apenas precisam possuir novas habilidades em relação aos programas de transformação e TI, mas precisam cada vez mais de pensar em como os CMOs e se tornaram obcecados pelo cliente. Em um artigo recente, o TMForum destacou o fato de que a 5G é uma tecnologia, ou mais precisamente, uma coleção de tecnologias, não um serviço ou um fluxo de receita. Com base nisso, para que a 5G atenda às expectativas e melhore o resultado final para os provedores de serviços de comunicações (CSPs), ela deve ser transformada em serviços e serviços em receita. Digitalizar jornadas de clientes e empregar análises para fornecer informações relevantes e personalizar os serviços serão ferramentas fundamentais para alavancar o poder da tecnologia 5G e envolver melhor seus clientes. A meta de criar novos serviços, ativados pela 5G, que realmente tenham impacto na vida dos clientes, deve ser o foco comum e principal de cada CSP/DSP.”
5. Como automatizar tudo isso?
“Já destacamos a automação das operações de rede como um dos principais fatores de sucesso para a obtenção dos benefícios da tecnologia 5G. No entanto, uma vez que o CTIO definiu a estratégia 5G da organização, além de quais serviços eles oferecerão, quais novos modelos de negócios podem monetizar e quais habilidades são necessárias para alcançar tudo isso, a pergunta a seguir é ‘como eu automatizo tudo isso’?
A automação do processo é um dos principais benefícios da 5G, com o potencial de redução de custos indiretos. No entanto, isso não é tarefa fácil. É importante considerar o fato de que com a automação muitas funções e cargos ficarão obsoletos, além de uma necessidade significativa de adquirir recursos com novas qualificações. A Hays, um recrutador líder global, estima que uma demanda cada vez maior por engenheiros de telecomunicações prontos para 5G, com um número estimado de 22 milhões de funções disponíveis até 2035. Além desses recursos, a experiência em tarefas de aprendizado de máquina e algoritmos associados, engenheiros elétricos (para suportar a escala de dispositivos conectados) e os projetistas de GPS e IoT já estão vendo níveis crescentes de demanda.
Isso não apenas pressiona a organização a preencher os papéis/funções associadas, mas exige que o impacto sobre os recursos e a cultura existentes sejam urgentemente revistos. A 5G está aqui. O potencial para reinventar a Indústria de Telecomunicações é enorme. Mas os problemas em potencial também serão gigantes. Por isso, conhecê-los com antecedência e ter um plano para garantir que os pesadelos não se transformem em realidade é essencial. Caso contrário, alguns CTIOs irão ficar muitas e muitas noites sem dormir”, concluiu.
Segurança
Dias atrás, a 5G Americas publicou o relatório A Evolução da Segurança em 5G, apresentando um mundo 5G baseado nos conceitos básicos da arquitetura de segurança de redes – representando uma evolução das melhores práticas para pessoas, processos e ferramentas.
Elaborado por membros da 5G Americas, o relatório parte do princípio de que a rede 5G será a plataforma básica para aplicativos da Internet Massiva das Coisas (IMdC), como sensores de trânsito e serviços de veículo-para-infraestrutura (V2I), aplicações fundamentais para as cidades inteligentes.
É importante blindarr as redes contra ataques externos, evitando acesso a esses dados, o sequestro de dispositivos IdC ou a interrupção de serviços usando ataques de Negação Distribuída de Serviço (DDoS). Felizmente, a segurança foi uma das prioridades na arquitetura desenvolvida pela 3GPP, a organização global de padronização. A arquitetura aproveita da forte segurança a tecnologia LTE já oferece e que serviu como base para desenvolvimento da 5G.
“O setor de mobilidade sem fio sempre esteve focado em segurança, um dos principais diferenciais entre essa tecnologia e outras, é que são mais vulneráveis a ataque. O uso do espectro licenciado oferece uma camada forte de proteção contra a interceptação de tráfego de dados, voz e vídeo. Hoje, o processo de desenvolvimento está focado na tecnologia 5G e o setor móvel continua aprimorando a segurança com proteções novas e mais avançadas”, comenta Chris Pearson, Presidente da 5G Americas.
O relatório inclui uma análise abrangente das proteções que a tecnologia 5G oferece e as vulnerabilidades e vetores de ataque que essas proteções devem mitigar. Também avalia as diferenças entre as tecnologias 5G, 4G e 3G em termos da arquitetura das redes core e de rádio, e como essas diferenças afetam os mecanismos de segurança disponíveis para as operadoras móveis, seus parceiros de negócios e clientes.
Por exemplo, a 5G é a primeira arquitetura móvel projetada para suportar múltiplos casos de uso específicos, cada um com seus próprios requisitos de segurança digital. A segmentação de redes é uma medida comprovada do mundo de TI corporativo usada para mitigar riscos para a segurança. A tecnologia 5G introduz o conceito de fatiamento de redes (network slicing), que oferece às operadoras móveis possibilidades de segmentação que antes não eram possíveis.
As funções e arquiteturas chaves das gerações anteriores (3G, 4G) ainda serão compatíveis com o ecossistema 5G. A 5G viabiliza a proliferação de tecnologias de acesso de todos os tipos, com velocidade de transmissão de dados que variam de Gbps até kbps, com e sem licenciamento, baseadas em grandes faixas de espectro, inclusive tecnologias desenvolvidas por outras organizações de padronização além da 3GPP.
O relatório analisa também questões de segurança, considerações e repostas na área de ciber segurança, casos de uso 5G, funções de segurança para 5G-DDoS, os vários tipos de ameaça que terão que ser combatidos no mundo conectado da 5G, controles mitigados para redes 5G e a detecção e mitigação de ameaças IdC.
“Além de criar novas oportunidades e capacidades, com a adoção de computação em nuvem, computação distribuída e a convergência de redes de TI móveis e tradicionais, a tecnologia 5G também cria novas ameaças e vetores de ataque digitais”, disse Mike Geller, Principal Engenheiro de Sistemas da Cisco e um dos líderes do relatório. “É possível administrar a segurança 5G usando técnicas como automação orquestração, a construção de redes distribuídas, políticas, análises e muito mais. A segurança é, sempre foi e continuará sendo um aspecto crítico das redes que construímos e operamos”.