4 erros que dificultam a modernização de software em empresas
Fernando Neiva Paiva, executivo de TI e consultor ExímiaCo, lista quatro motivos pelos quais grandes empresas falham na modernização de software
Uma dica sempre recomendada por especialistas de segurança é manter softwares atualizados. Em 14 de janeiro de 2020, a Microsoft encerrará o suporte ao Windows 7, por exemplo, e o mais indicado é atualizar para o Windows 10.
Isto garantirá não somente um software mais atual, como também novas atualizações de segurança e proteções. Mas, como levantado pela SpiceWorks, cerca de 32% dos negócios ainda utilizam o Windows XP. O XP tem mais de 17 anos.
Mas, além do Windows, existem softwares empresariais que envelhecem. Num processo de modernização, uma abordagem errada por acabar custando muito caro e colocando o projeto em risco.
Fernando Neiva Paiva, executivo de TI e consultor ExímiaCo, lista quatro motivos pelos quais grandes empresas falham na modernização de software.
1. Ênfase para motivações técnicas
“Tecnologia é o meio, não o fim. Mesmo que um dos objetivos do projeto seja abandonar uma tecnologia ultrapassada, se não for gerado nenhum valor novo para o negócio, será difícil conseguir prioridade e, principalmente, orçamento frente a outras iniciativas”, diz o executivo.
O ideal é adotar tecnologias que tornem o objetivo central mais viável. Neste caso, pensando mais em atender a necessidade concreta do negócio, e menos em “fazer a empresa parecer moderna e descolada”.
2. O novo e o legado
Adotar um novo software ou sistema não significa eliminar por completo o anterior. Neste processo, é preciso “priorizar entregas constantes e em ciclos curtos”. Isso inclui, as vezes, usar APIs e base de dados do sistema anterior.
Paiva explica que “a integração do sistema nova com o legado deve ser bem definida, delimitada e pouco acoplada”.
Se os devidos cuidados não forem tomados, há risco de fundir o sistema com o antigo, tornando uma espécie de software híbrido sem dar ao novo a capacidade de substituir o seu antecessor.
O executivo ainda relaciona que, na mesma medida em que algumas características forem desativadas, suas equivalentes precisam estar prontas no novo sistema.
3. Um apoiador executivo forte
É comum que ocorram pressões para desmobilizar times de projetos de modernização, com o argumento de que o legado já funciona, portanto “refazê-lo” seria um desperdício. Também haverá forças políticas contrárias de pessoas que, por atuarem no sistema anterior, se sentem ameaçadas com a proposta de sua substituição.
Fernando Paiva ressalta que se não há um patrocinador executivo forte, que entende claramente e acredita na estratégia de negócio que esse projeto carrega, dificilmente haverá condições de resistir a todas as pressões.
É importante que este sponsor reconheça seu papel de maneira explícita. Por isso, ele deverá ser acionado sempre que apoio for necessário.
4. Tornar-se legado antes de ir para produção
Todo projeto nasce com a melhor das intenções, fazendo uso do que há de mais moderno disponível na tecnologia. Entretanto, por falta de capacidade ou direcionamento, é comum que, para avançar, times assumam grande volume de dívidas técnicas.
Um sistema se torna legado quando nossa capacidade de pagar dívidas técnicas é menor que a necessidade de contrair novas.
“Se os gestores não conseguem acomodar a pressão por entrega de novas features, sem esquecer das questões técnicas que permitirão ao projeto evoluir de maneira sustentável, podemos ter um legado muito antes do que imaginamos. Talvez, até mesmo, antes de qualquer parte do projeto entrar em produção”, diz Paiva.