TecBan leva open finance a regiões desbancarizadas e democratiza serviços financeiros
Dona da rede Banco24Horas conquista As 100+ Inovadoras com plataforma que viabiliza saque por multibiometria
O fenômeno do open finance ainda é distante da realidade de regiões desassistidas pela rede bancária, onde os altos custos de operação inviabilizam a instalação de um caixa eletrônico. Com projeto que viabiliza a inclusão financeira física e digital por meio da multibiometria, a TecBan buscou materializar o conceito “open finance everywhere” e garantiu a nona posição no ranking d’As 100+ Inovadoras no Uso de TI 2022.
A plataforma criada pela companhia possibilita a bancos, fintechs e empresas de seguro explorarem possibilidades de negócios a partir de uma conexão única. Por meio da digitalização do Banco24Horas através do ATMO (mini ATM semelhante a um aparelho celular), o projeto se transformou em um ecossistema nos últimos anos.
Criado em 2019 pelo laboratório de inovação da TecBan, o ATMO permite a realização de saques com o numerário de um estabelecimento comercial.
“Por estar conectada ao ecossistema open finance da TecBan, a solução é um canal importante para expandir a atuação de fintechs e levar as melhores ofertas de créditos e produtos financeiros prometidos pelo open finance a todos os brasileiros, em qualquer canto do país”, detalha o Robert Baumgartner Junior, CIO da TecBan.
Suponha que uma pessoa do interior do Brasil queira contratar um crédito de uma fintech que oferece taxas atrativas pelo open finance. Se para essa empresa a conectividade e a necessidade do cliente em transformar crédito em dinheiro for um impeditivo, a conexão com a TecBan eliminaria essas barreiras.
Já são 20 bancos conectados à plataforma que suporta o tráfego de dados tanto de open banking quanto open insurance. Além disso, a previsão é que o ATMO seja expandido para mais de 600 localidades até o fim do ano.
Antecipação às tendências
A TecBan, que completa 40 anos, acredita na inovação corporativa como chave para atingir objetivos de negócios. Diante das incertezas na implementação do open Finance no Brasil e de mudanças impostas pelo próprio órgão regulador, a companhia buscou se antecipar para se adequar às necessidades de parceiros e clientes.
“Para validarmos o nosso ecossistema, nos adiantamos ao mercado e usamos os cases desenvolvidos em um hackathon realizado em 2020, formamos um time de UX, adotamos metodologias ágeis e investimos em novas tecnologias para construir soluções open finance, antes mesmo dele existir no Brasil”, compartilha.
CONFIRA: O ranking completo d’As 100+ Inovadoras no Uso de TI de 2022
O lançamento do saque digital em 2019, por meio do ATMO, permitiu à empresa ir além da integração dos meios físico e digital, e se posicionar como hub tecnológico do setor. “Iniciamos o desenvolvimento de uma arquitetura digital modular que facilitava a integração de sistemas com os sistemas legados da empresa e também dos bancos, o que acelerou nossa atuação no processo de implementação do sistema financeiro aberto no Brasil”.
O projeto demandou parcerias com fornecedores da China, Japão, EUA e França. Ao longo do projeto, mudanças de rotas foram necessárias, tanto na estratégia de desenvolvimento quanto no planejamento. Em relação ao ATMO, o desafio era provar que transações capturadas em ATMs do Banco24Horas também poderiam ser realizadas em um dispositivo mobile com múltiplas autenticações, incluindo biometrias fingerprint e palm vein.
A conectividade foi outra barreira e a solução encontrada foi a utilização de um chip multioperadora, desenvolvido pela TecBan, que possui um acordo nacional de roaming com as operadoras e oferece ao mercado uma cobertura mais abrangente.
Open finance
Se por um lado o open finance promete democratizar os serviços financeiros e incentivar a inovação no setor, Baumgartner lembra que a implementação é desafiadora. Isso porque os sistemas dos bancos foram projetados para serem fechados, sem contar a complexidade relacionada à segurança e à integração em um ecossistema aberto.
“Para usufruir das promessas do open finance e transformar a experiência do cliente, os bancos precisam superar barreiras tecnológicas e de integração além das exigências do Banco Central”, enxerga o líder de TI. Na prática, isso implica lidar com um legado próprio e toda uma cadeia de valor, que inclui atendimento, marketing, faturamento e outras áreas.
As incertezas com relação à adoção desses serviços também são muitas, haja visto que nesse modelo o cliente é o centro do processo e quem tem o controle total dos dados. “Melhorar a experiência do cliente e fazer com que ele perceba as vantagens em compartilhar suas informações será um fator chave, assim como a confiança em quem está recebendo essas informações e se elas podem ou não ser interceptadas”.
Com a implantação das próximas fases do projeto, a TecBan pretende explorar outras oportunidades no ecossistema, tais como comercialização de APIs para o setor financeiro e de serviços, como a biometria. “Já conectamos mais de 150 Instituições e queremos materializar o open banking também em dispositivos físicos, tais como o ATMO ou o próprio caixa eletrônico”, finaliza Baumgartner.