Seguros Unimed usa IA em projeto que promove saúde bucal

Vencedor do prêmio as 100+ Inovadoras em TI de 2022, projeto Hubdoctor envolveu entes públicos e privados em iniciativa com ambição social

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7:55 am - 15 de agosto de 2022

À primeira vista, o projeto Hubdoctor, primeiro colocado da edição 2022 do prêmio As 100+ Inovadoras em TI, organizado pela IT Mídia, parece uma iniciativa com um objetivo simples: usar inteligência artificial (IA) para criar uma consultora virtual – apelidada de Tina – e promover informações sobre saúde bucal entre a população geral. Seu êxito, no entanto, é resultado de um esforço conjunto de atores do setor público e privado.

Reconhecido na figura de Wilson Leal, CIO da Seguros Unimed, a iniciativa contou também com a participação da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), da empresa de tecnologia Infinitti, e apoio da da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para se tornar realidade.

“É um conglomerado de expertises e empresas que conseguiram, em um curto espaço de tempo, gerar uma solução muito bacana para o mercado e aberta para a sociedade”, contou Leal em entrevista ao IT Forum. “Foi complexo, mas a sinergia e a vontade de fazer acontecer deram os resultados que geram esse projeto sensacional.”

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O projeto da assistente Tina surgiu dentro do Stormia, grupo de inovação da Seguros Unimed. Através da Unimed Odonto, o plano era investir em uma iniciativa pioneira que usasse uma plataforma computacional assistida por IA para ajudar pessoas na avaliação da gravidade de problemas bucais, incluindo a identificação de necessidades odontológicas e a indicação de profissionais adequados para tratamento.

Como o segmento odontológico envolve uma série de regulações e questões de compliance, a companhia buscou parceiros que pudessem garantir o referenciamento em metodologia e literatura científica necessários para conferir a segurança adequada à evolução do projeto. O resultado foi uma equipe multidisciplinar que realizou mais de 115 encontros de trabalho e mais de 75 de horas de reunião ao longo de um período de nove meses para tornar a Tina uma realidade.

“Foi um projeto complexo porque nós juntamos a academia, que tem seu próprio vocabulário e forma de pensar, com o meio privado. Também, com advento da LGPD, tivemos um processo de due dilligence que foi forte para que pudéssemos ter todos os resguardos necessários”, reforçou Fábio Nogi, superintendente odontológico e um dos líderes do projeto junto à Seguros Unimed. “Foi uma curva de aprendizado.”

Desafios tecnológicos

Não foi só a intercooperação entre diferentes atores que gerou desafios para o projeto. Do ponto de vista de tecnologia, a iniciativa também teve barreiras a serem superadas antes de tirar a Tina do papel. Entre elas estavam a validação da oferta de valor do projeto e a definição dos questionários/diálogos utilizados para realizar a prova de conceito do HubDoctor. “O grande desafio foi calibrar a IA para esse projeto”, relatou Leal, CIO da Seguros Unimed.

Outra dificuldade foi tornar a arquitetura do Hubdoctor escalável, de fácil integração, modular, compartilhável e acessível a computadores pessoais, tablets e smartphones por meio de páginas web, WhatsApp e redes sociais para garantir sua usabilidade. “Nós estamos trabalhando em uma lógica de responsabilidade social, nós queremos levar a informação ao máximo de pessoas possíveis”, pontuou Nogi.

“A cultura de inovação da empresa está sendo muito reforçada com esse prêmio”, disse Wilson Leal, CIO da Seguros Unimed. “Ele vem para mostrar que estamos no caminho certo, todo mundo se engaja e fica mais motivado. Está sendo excepcional para todos nós.”

Os próximos passos

Hoje o projeto Tina se encontra em sua primeira fase. Já disponível está a avaliação de risco de cárie. Para o futuro, a Seguros Unimed e parceiros envolvidos planejam ampliar o escopo de patologias bucais que podem ser identificadas através das interações entre usuários e a assistente virtual – o que trará um novo desafio de escalabilidade à iniciativa.

Tudo isso, segundo Nogi, deverá ser trabalhado em um segundo chatbot, com utilização de um misto de perguntas fechadas com diálogo aberto. “Futuramente queremos trabalhar com o diálogo puro. Nós já temos esse processo em homologação”, explicou o superintendente Odontológico. “A gente decidiu ir no [diálogo] fechado primeiro por conta da velocidade do retorno”.

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Mas as ambições do projeto também vão além: no futuro, a ideia é que a plataforma seja usada como uma marketplace no qual possam ser conectados produtos e serviços de parceiros, seja para a recomendação de produtos odontológicos ou de profissionais.

“Nós já fomos procurados por empresas que atuam no âmbito de oral care, de insumos de equipamentos odontológicos e estamos estudando como podemos fazer com que esse ecossistema se complete”, disse Nogi. “A ideia é que a Tina não seja somente para o cliente final, mas inclua também o dentista e toda a gama de atores que envolve a assistência odontológica”.

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