Open Banking é oportunidade de crédito mais barato para PMEs

Em entrevista ao IT Forum, Fernando Radunz, CIO do BS2 fala sobre necessidade de robustez tecnológica para novo momento no sistema bancário

Author Photo
12:32 pm - 08 de dezembro de 2021
Fernando Randunz, CIO do BS2

O Open Banking tem um enorme poder de transformação, mas sua curva de adoção não será tão rápida. Essa é a opinião de Fernando Radunz, CIO do BS2 – banco digital focado em pessoas jurídicas. Segundo ele, será necessário um processo de educação muito forte e, como exemplo, há o caso do Reino Unido, que está indo para o quarto ano de implantação com um modelo bastante parecido com o brasileiro.

“Compartilhar os dados bancários pode dar um ‘gelo’ nas pessoas, mas elas precisam entender que existe um arcabouço de segurança nisso. De toda maneira, vemos com bons olhos o Open Banking, especialmente na questão do crédito, pois é onde o benefício será mais perceptível. Ao consentir abrir os dados para outro player, o cliente provavelmente terá crédito mais barato”, comenta.

Mas, para isso dar certo, as empresas precisarão ter preparo tecnológico. Segundo ele, o volume de informações será gigantesco e é essencial ter capacidade de processamento e a Inteligência Artificial. Focando nisso, o BS2 adquiriu os ativos tecnológicos da fintech israelense Weel, para trabalhar os dados e dar crédito mais acessível para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs).

Leia mais: Open Banking e Pix: 3 passos para não ‘flopar’ na terceira fase

“O know-how do processamento de dados e de conceber crédito em big data são as grandes vantagens dessa aquisição. Com o Open Banking, teremos uma grande capacidade de trazer dados para dentro de casa e, se não soubermos processá-los, não vai adiantar”, diz o executivo. Atualmente, a empresa origina operações de crédito com a plataforma e, ao mesmo tempo, trabalha na estruturação de machine learning e big data.

Tecnologia é a base do BS2

Nascido como o Banco Bonsucesso, o BS2 começou a se transformar em meados de 2016. Porém, desde 2018, começaram a construção da plataforma PJ que, hoje, é o foco da empresa. E, para ajudar na jornada dos clientes, a mudança de chave aconteceu com diversas APIs abertas para os desenvolvedores.

“Se o cliente utiliza, por exemplo, uma forma de pagamento como Pix, pode se conectar as nossas APIs. O mesmo acontece com a nossa plataforma de emissão de boletos. Dentro do universo de Open Banking, a gente tem uma parceria com o Contabilizei, onde o cliente abre a conta em nosso banco com dois cliques a mais. Isso só foi possibilitado pelo uso de APIs”, revela Radunz.

De acordo com o executivo, as APIs são bastante críticas dentro do roadmap da companhia e começaram no processo de transformação digital. “O que nós fizemos foi um passo a mais para deixar as APIs públicas com toda a segurança e regulatória para que os desenvolvedores conseguissem acessar”, complementa.

Para isso, o BS2 tem times internos especialmente dedicados para essas ofertas. Agora, do ponto de vista de infraestrutura, a empresa está no ápice da jornada para cloud. “Fechamos um acordo com o Google no fim do ano passado, o primeiro semestre foi de estruturação da arquitetura visando segurança, governança. A gente iniciou as aplicações para cloud há aproximadamente três, quatro meses, com objetivo de ganhar resiliência, performance e escalabilidade”, finaliza o CIO.

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.