Tivit aposta em estratégia com IA generativa ao anunciar Athena

Em entrevista ao IT Forum, Daniel Galante, COO e CPO da empresa, dá detalhes do lançamento

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5:00 am - 19 de dezembro de 2023

Conhecida por seus serviços de consultoria, a Tivit está lançamento novos voos e acaba de anunciar ao mercado Athena, um produto SaaS, desenvolvido com a IA da Microsoft, que entrega a possibilidade das empresas usarem a IA generativa, mas com o controle das bases de dados, usando só fontes confiáveis (tanto os sistemas próprios, como o ERP, CRM, entre outros, quanto fontes externas eleitas pela empresa).

Em entrevista ao IT Forum, Daniel Galante, COO e CPO da companhia, revela detalhes das mudanças de posicionamentos e as transformações na estratégia da Tivit. “A forma como as pessoas vão trabalhar e vão produzir será fortemente impactada pela IA. Todos vimos isso de forma mais pública e comum com o surgimento do ChatGPT e a democratização da IA. Então nós pensamos: o que podemos fazer com essa IA além de pedir para ela produzir poemas ou piadas? A gente começou a entender esse negócio há muitos meses.”

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Confira os melhores momentos do bate-papo:

IT Forum: Esse é um dos primeiros produtos da Tivit. Como isso embala a transformação de estratégia da empresa?

Daniel Galante: A Tivit tem 25 anos de história e somos conhecidos no mundo de infraestrutura e de suporte a ambientes de missão crítica. A gente sempre teve esse “renome” no mercado e, há mais ou menos cinco anos, viemos transformando nosso portfólio de serviços e soluções para atingir o objetivo de ser uma empresa digital.

E estamos tendo sucesso nisso. Em 2019, 70% do nosso negócio era oriundo de TI tradicional e 30% de soluções digitais. Hoje quase 70% já é digital. Isso vem de um esforço e da estratégia da companhia nessa direção.

O que chamamos de soluções digitais? A gente entende que é tudo o que é cloud, cibersegurança e o que a gente carinhosamente chama de digital (squad ágeis, modernização de aplicações, desenvolvimento de código em si).

Dentro do contexto de produto, a gente já teve algumas iniciativas de produtos que alguns vieram de aquisições que fizemos para complementar o portfólio. Sobre a Inteligência Artificial, estamos namorando esse mundo e não poderíamos ficar de fora desse momento de mercado tão importante de mundo.

A forma como as pessoas vão trabalhar e vão produzir será fortemente impactada pela IA. Todos vimos isso de forma mais pública e comum com o surgimento do ChatGPT e a democratização da IA.

Então nós pensamos: o que podemos fazer com essa IA além de pedir para ela produzir poemas ou piadas? A gente começou a entender esse negócio há muitos meses.

IT Forum: Desse primeiro pensamento, como surgiu a Athena?

Daniel Galante: Surgiu de uma ideia de experimentar dentro de casa. Nosso portfolio é muito amplo, então como podemos ajudar o nosso time de vendas e os clientes a navegar pelo portfólio? Usamos a solução da Microsoft/OpenAI, foi uma decisão técnica, não tínhamos uma opção segura de dados restritos, um LLM (Large Language Model) que treinasse os dados, mas que as informações ficassem restritas.

Começamos a carregar os nossos dados em um modelo e começamos a treinar com a nossa própria força de vendas. Batizamos de Athena e começamos a validar e ela foi trazendo as respostas de modo que, hoje, ela é praticamente uma vendedora na Tivit.

A partir disso começamos a expandir para outras áreas: legal, pessoas, entre outros e fizemos um pré-lançamento interno há alguns meses para a nossa força de vendas para que eles pudessem começar a provocar os clientes.

Hoje temos a solução sendo já usada ou testada em 16 projetos diferentes. Ainda não temos casos públicos, mas estamos trabalhando com empresas da área saúde, finanças, serviços, manufatura. E com usos diferentes também, não apenas vendas.

IT Forum: Ou seja, apesar de ter nascido para apoiar a área de vendas, outras áreas também podem se beneficiar?

Daniel Galante: Hoje a gente tem a Athena para alguns casos de usos (finanças, indústrias, jurídico, vendas, suporte, operações, pessoas e saúde). Ela já é pré-moldada para os oito casos de uso diferentes. Mas podemos pensar que, dentro da mesma empresa, podem ser usadas diferentes Athenas.

Para empresas de saúde, por exemplo, temos o Athena for Health, que já tem pré-carregada tabelas da ANS, informações especificas da indústria, entre outros. Mas o departamento jurídico daquela empresa de saúde pode usar Athena for Legal.

A gente já prevê que isso vai evoluir ao longo do tempo e iremos lançar, ao longo do tempo, outras versões para outras indústrias.

IT Forum: O uso de IA generativa ainda tem os desafios de proteção de dados. Como vocês estão lidando com isso?

Daniel Galante: Esse é um ponto superimportante e que merece destaque. A nossa principal preocupação é segurança e compliance. O tipo de cliente que lidamos são clientes que tem uma preocupação muito grande nesse âmbito e, por isso, criamos de uma forma de isolar dados.

Nós desenvolvemos um portal de configuração intuitivo e simples onde o cliente pode conectar suas próprias fontes de dados e ele escolhe se quer usar fontes de dados públicas ou privadas. Você pode conectar com uma pasta no seu servidor onde tem arquivos, pode conectar em uma url de um site ou intranet ou no sistema corporativo para alimentar o ERP e CRM, mas também pode escolher que eventualmente vai buscar fontes externas. Entretanto, quando ele consome fontes externas, não devolve as informações para o LLM público.

Toda a parte que é mais trabalhosa de se fazer com IA que é ajustar sensibilidade da semântica, todo o contexto de engenharia de dados, tentamos deixar bastante simplificado de modo que o cliente consiga ajustar os parâmetros de forma intuitiva e gráfica.

No entanto, o objetivo da Athena não é só ser uma solução pronta. Ela também pode servir como um acelerador para a empresa. Para as companhias que já têm uma iniciativa de IA ou um departamento de dados, o cliente pode começar usando a Athena e escalar a partir dali, customizando em cima da plataforma.

IT Forum: Qual a expectativa da Tivit para a Athena?

Daniel Galante: O passo que queremos dar é ajudar os clientes a entregar uma ferramenta segura para o usuário final dele. A gente entende que tem muito fit com o momento do mercado não só pelo hype, mas porque a gente entende que atingiu um nível de maturidade de confiança para o cliente.

Ainda não estamos focados em metas específicas. Temos as nossas ambições e objetivos da área de digital, não estamos mirando em criar metas superambiciosas, embora acreditemos que o produto vai ter muita aceitação no mercado. Nosso objetivo agora é amadurecer o produto e, conforme a adoção aumente, vamos começar a olhar para esse negócio como uma coisa destacada da nossa operação.

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Laura Martins

Editora do IT Forum. Jornalista com mais de dez anos de atuação na cobertura de tecnologia. É a quarta jornalista de tecnologia mais admirada no Brasil, pelo prêmio “Os +Admirados da Imprensa de Tecnologia 2022” e tem a experiência de contribuições para o The Verge.

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