Como a tecnologia pode ajudar a alertar e prevenir estragos de desastres naturais

Em momentos de crise é crucial ressaltar a importância de aplicar a tecnologia em seu propósito mais fundamental: salvar vidas e minimizar os impactos

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9:00 am - 13 de junho de 2024
Imagem: Shutterstock

Os avanços tecnológicos têm sido frequentemente associados a inovações disruptivas e soluções revolucionárias. No entanto, em momentos de crise, como o que o estado do Rio Grande do Sul está enfrentando devido a desastres naturais, é crucial ressaltar a importância de aplicar a tecnologia em seu propósito mais fundamental: salvar vidas e minimizar os impactos de catástrofes.

Diversos casos de sucesso ao redor do mundo demonstram como a gestão de processos aliada à tecnologia pode ser eficaz na prevenção de tragédias. No Japão, por exemplo, o sistema de alerta de terremotos “Earthquake Early Warning” (EEW) utiliza uma rede de sensores sísmicos para detectar terremotos e enviar alertas em segundos para a população, permitindo que as pessoas se protejam e reduzindo o número de vítimas.

Durante o Grande Terremoto do Leste do Japão em 2011, o sistema EEW emitiu alertas para milhões de pessoas, proporcionando até 30 segundos de aviso antes do tremor principal, o que ajudou a reduzir significativamente o número de vítimas (Japan Meteorological Agency, n.d.; Fujinawa & Noda, 2013).

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Outro exemplo é o sistema de monitoramento de enchentes de Bangladesh, um país altamente propenso a inundações. Através da combinação de dados de satélite, estações meteorológicas e sensores de nível de água, o sistema analisa informações em tempo real e emite alertas para as comunidades em risco, permitindo a evacuação antecipada.

Desde a implementação do sistema, o número médio anual de mortes relacionadas a enchentes diminuiu de 5.000 para cerca de 100 (World Bank, 2018; Flood Forecasting and Warning Centre, Bangladesh Water Development Board, n.d.).

Esses casos evidenciam que a tecnologia, quando aplicada de forma estratégica e integrada a processos bem definidos, pode fazer a diferença entre a vida e a morte em situações de desastres naturais. No contexto brasileiro, onde a penetração de dispositivos móveis e o engajamento em redes sociais são elevados, há um grande potencial para utilizar essas tecnologias em benefício da população.

Se houvesse investimento adequado em sistemas de alerta e prevenção nas regiões propensas a catástrofes naturais, como no Rio Grande do Sul, vidas poderiam ter sido salvas. A criação de processos automatizados de disparo de alertas, baseados em dados e insights sobre a previsão do tempo, permitiria que pessoas em áreas de risco fossem evacuadas e abrigadas antes que a água causasse todo o estrago que foi feito. Além disso, a preparação de abrigos com a estrutura necessária garantiria a segurança e o bem-estar dos afetados.

O custo de implementar tais medidas seria incomparavelmente menor do que o preço pago em vidas perdidas, casas destruídas, negócios arruinados e todo o sofrimento causado pela tragédia. A reconstrução de um estado inteiro após um desastre de grandes proporções é um processo longo, doloroso e dispendioso.

Portanto, é fundamental que a sociedade desperte para a importância de empregar a tecnologia de forma inteligente e focada na melhoria dos processos e na proteção das pessoas. Não basta ter acesso a recursos tecnológicos avançados se eles não forem utilizados com o propósito correto.

É preciso direcionar esforços e investimentos para criar sistemas eficientes de prevenção e resposta a desastres, aproveitando todo o potencial das tecnologias disponíveis.

Em um mundo cada vez mais conectado e digital, a tecnologia deve estar a serviço da sociedade, auxiliando na gestão de riscos, na tomada de decisões informadas e na preservação de vidas. Somente assim poderemos construir comunidades mais resilientes e preparadas para enfrentar os desafios impostos pela natureza.

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Tiago Amor
Tiago Amor é formado em Sistemas da Informação pela UNESP, onde também se especializou em Gestão empresarial. Especialista em Gestão de Projetos na FGV, atualmente é VP de Marketing e Vendas na Lecom, plataforma pioneira em hiperautomação no Brasil.
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