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Subsidiárias digitais são saída para bancos sobreviverem às fintechs

As fintechs, startups do segmento de finanças, evoluíram em ritmo acelerado em direção à maturidade dos negócios, ou seja a lucratividade, durante a pandemia. No período em que a demanda por digitalização por parte dos consumidores explodiu, algumas verticais chegam a crescer dois dígitos. De olho nessa concorrência, alguns bancos tradicionais começaram a lançar unidades e projetos digitais para atrair segmentos de clientes específicos.

Diante do cenário, o CEO da Capgemini Financial Services e membro do conselho executivo do grupo, Anirban Bose, defende que jornadas digitais inspiradas nas fintechs precisam se tornar caminhos estratégicos cruciais para os bancos em todos os setores. “Os players precisam ser perspicazes e específicos enquanto se movimentam. Não existe uma abordagem única para todos, e os bancos não podem criar todas as subsidiárias digitais igualmente”, enfatizou.

Segundo o levantamento World FinTech Report 2021 realizado pela Capgemini e Efma, que inclui o Brasil como um dos 33 mercados analisados, mais da metade fintechs tiveram suas reservas de capital afetadas pela pandemia para arcar com o aumento de custos relacionados a equipes, integrações e armazenamento de dados. Apesar disso, o segmento registrou crescimento de 11% ano a ano no quarto trimestre de 2020, após quatro anos consecutivos de declínio.

Leia mais: Ciab: bancos discutem ESG como potencial gerador de valor

À medida que amadurecem, essas empresas vêm atraindo apoio de investidores. O estudo aponta para um aumento de 9% na atividade de negócios em fintechs em estágio avançado de 2019 a 2020.

Apesar de criar um ambiente volátil, a pandemia promoveu uma mudança de hábito entre os consumidores, tanto que 25% dos entrevistados em todo o mundo relatam que estão em busca de entregas mais rápidas, serviços personalizados e conveniência e que experimentariam produtos bancários de empresas da nova era. A confiança nos bancos tradicionais, no entanto, ainda é maior (68%) na hora de adotar novas soluções digitais, em comparação com as fintechs.

Jornada bancária digital

Para enfrentar a revolução digital, os bancos estão se preparando para alavancar seus pontos fortes (alcance global e confiança do cliente) enquanto melhoram de seus pontos fracos (TI legada e experiência do cliente). Dentre os executivos bancários que participaram da pesquisa, a maioria acredita que uma subsidiária exclusivamente digital permite serviços bancários onipresentes, lançar novos produtos ao mercado mais rapidamente e tornar colaboração com o ecossistema mais fácil graças à funcionalidade plug-and-play.

O estudo descreve três abordagens – Greenfield, Bluefield e Brownfield – para titulares que criam uma subsidiária exclusivamente digital e recomenda uma metodologia de campo correta, que define uma visão, desenvolve uma base sólida e impulsiona o crescimento de longo prazo por meio de uma cultura capacitadora.

Porém, mentalidades e modelos de negócios legados atrapalham a jornada bancária totalmente digital. Os obstáculos são: falta de suporte a longo prazo das empresas-mães (47%), relutância em apoiar a canibalização estratégica de curto prazo da base de clientes da empresa controladora (43%) e dificuldade para lidar com as propostas fracas focadas apenas para o digital (55%).

O relatório mostra que os bancos tradicionais devem desenvolver um modelo híbrido por meio da modernização dos bastidores de suas operações intermediárias e de back-office, criando várias entidades exclusivamente digitais para atender os segmentos específicos de clientes.

“O avanço da pandemia tornou o ambiente tradicional dos banco de varejo ainda mais exigente. Para que os incumbentes permaneçam relevantes, agora é a hora de incorporar finanças ao estilo de vida do cliente e adotar modelos baseados em plataforma – a procrastinação não é mais uma opção,” avalia o CEO da Efma, John Berry.

Além da competição do mercado, os bancos estabelecidos também enfrentam crescente pressão social e regulatória para mudar para práticas verdes e sustentáveis. De acordo com a pesquisa Global Retail Banking Voice of the Customer de 2021, 65% dos consumidores globalmente esperam que os bancos reduzam sua pegada de carbono adotando processos sem papel, consumindo energia renovável e oferecendo cartões biodegradáveis.

Quase um terço das pessoas pagariam uma taxa adicional por produtos e serviços verdes – ou mudaria para um novo fornecedor de produtos ambientalmente e socialmente amigáveis. Por sua própria natureza, os bancos exclusivamente digitais estão bem posicionados para apoiar finanças sustentáveis – com processos sem papel e sem rede de agências.

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