Pratique arquitetura do negócio antes de pensar como será a TI

Geraldo Coen, consultor da SixPartners com mais de 40 anos de experiência em Tecnologia da Informação, elencou algumas transformações que estão mudando o cenário de TI no mundo todo. Para ele, não se trata apenas de nuvens e microsserviços, mas também de itens como a arquitetura dos negócios.  A apresentação foi parte da programação do palco High Touch High Tech, durante o IT Forum Expo 2017.

“Quero falar sobre uma transformação ainda pouco perceptível, que é a convergência de várias transformações, e que vão resultar em uma mudança muito profunda não só na TI mas na maneira como o mundo se relaciona com a TI. Muitas mudanças são modas, e a vantagem de ter mais de 40 anos de experiência é que aprendi a diferenciar o hype das mudanças profundas.”

Ele contou que, nos anos 70, proferiu uma palestra sobre a moda da época: programação estruturada. “E, ao final, me ocorreu um fenômeno que depois se repetiria. Alguém diz ‘olha, sobre esse assunto que agora virou novidade, eu já faço isso há muito tempo’. Em todos esses anos, sempre tem gente que diz: interessante, mas eu já trabalho assim”, refletiu.

Com microsserviço muitos dizem o mesmo ‘OK, você está falando de programação modular’. Mas agora, disse, não é isso, é uma mudança muito mais intensa. “Martin Fowler diz que microsserviços são um estilo de arquitetura que consiste em uma aplicação dividida em pequenos serviços independentes. Ninguém está acoplado continuamente, assim como na internet. Cada um dos serviços pode trabalhar como quiser, com a linguagem que for. Aí começa a disrupção na TI, equipes independentes, linguagens independentes.”

Outra mudança que Coen vê é o DevOps, ou seja, a mistura de desenvolvimento e operação. Não há porque parar o desenvolvimento depois de uma certa versão dos software, explica ele. “Isso era muito rígido, não acontecia antes de Google, Amazon e outras grandes empresas adotarem continuous deploy. Isso é DevOps, que se inclui junto a outros movimentos que categorizo aí, como a virtualização, nuvem, CI-CD, PMI, entre outros.”

Pensar o negócio antes de pensar em TI

Mas na hora de estruturar os negócios, Coen mostra que o melhor modelo possível foge de um modelo de TI óbvio, já que sua indicação é que as companhias trabalhem a sua arquitetura de negócios, ou o business architecture antes de mais nada.

“Dou um exemplo prático: em eventos sobre esse assunto que frequentei esse ano, inclusive fora do Brasil, ninguém falou em TI. O que podemos listar são itens como entender o negócio do ponto de vista dos stakeholders, entender o que agrega valor à empresa, políticas, regras, regulações. Isso na frente pode servir para desenhar a estrutura de TI”.  Uma startup quando desenha o negócio entende a TI como consequência, e ela o acompanha porque negócio é mudança o tempo todo, e se nosso trabalho for bem feito conseguimos acompanhar a mudança”.

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