A automação de processos e atividades tem sido uma das principais pautas de setores de tecnologia e inovação em diversas indústrias. Os principais objetivos apontados pelos defensores de tecnologias de inteligência artificial são a eliminação de funções repetitivas e, sobretudo, precisão aos negócios.
Diante do cenário de automação, a percepção muitas vezes é de que isso poderia facilitar o dia a dia no âmbito profissional. Afinal, mais tecnologias e automação, menos trabalho, certo? Errado.
Luiz Sergio Vieira, presidente da EY, alerta que vivemos o chamado “digital sickness”, ou seja, uma doença digital, na qual as pessoas acabam ficando conectadas ao trabalho 24 horas por dia. “A questão de trabalhar menos (motivada pelo uso de tecnologias) ainda não aconteceu. Estamos trabalhando mais e estamos mais conectados do que antes”, comentou Vieira, durante painel no IT Forum Expo 2017.
Diante dessa “epidemia”, Vieira comenta que surgem problemas de alinhamento de expectativas entre gerações. “Quando fazemos pesquisa com as novas gerações, vemos que salário não é principal motivo de engajamento. Eles querem trabalho balanceado, propósito, ambiente inovador e só depois a lista chega em salário. Aqui tem um grande desafio de como proteger nossos funcionários desse digital sickness”, destacou.
Já Paula Bellizia, presidente da Microsoft no Brasil, diz que tecnologias aumentarão a expectativa de vida, à medida que avançam no setor de diagnósticos, na saúde, por exemplo. “Temos de usar a tecnologia para provocar um senso de urgência. A tecnologia pode fazer com que o País dê um salto quântico”, disse.
Viver mais, como destaca Fernando Teles – diretor-geral da Visa Brasil -, trará problemas de renda e as pessoas certamente precisarão se sustentar com trabalho. Mas um novo tipo de atividade no futuro. “Vamos ter de criar novas atividades produtivas e remuneradas, senão vamos entrar em uma utopia de que tecnologia vai fazer trabalhar menos e alguém vai te sustentar”, alertou.
Deli Matsuo, presidente da Appus, defende a manutenção de relações humanas entre funcionários – sobretudo no contato do setor de RH com os colaboradores, algo que deve permanecer ainda por muitos anos. “É muito difícil acreditar que a inteligência artificial vai fazer isso (relação humana) sensivelmente, com cuidado e sutileza nos próximos 15 anos. Acho que levará 40 anos para eventualmente chegarmos lá”, comentou.
Matsuo afirma também que a tecnologia certamente vai aumentar a capacidade de análise de seres humanos, o que seria o grande diferencial para utilização em organizações.
Mauricio Ruiz, diretor-geral da Intel, acredita que a inteligência artificial ainda está no começo de uma revolução. “As transformações vão acontecer, isso é fato. Alguns empregos fecham e outros abrem. Temos de estar atentos para aproveitar tudo no Brasil”, disse Ruiz, que alerta que a tecnologia sempre chega antes da mudança social, o que aumenta a urgência da discussão.
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