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Mudança na desoneração da folha provoca demissões em 54% das indústrias

A adoção de alíquotas mais altas de contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento, proposta pelo governo, vai provocar demissões em 54% das indústrias, e 40% delas aumentarão seus preços, para compensar a elevação dos custos.

Os números são de pesquisa divulgada nesta terça-feira (2/6) pelo Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Decomtec-Fiesp). Para chegar a essa conclusão, o levantamento ouviu em março de 2015 339 empresas da indústria de transformação (167 pequenas, 131 médias e 41 grandes).

A pesquisa aponta que 52% das pequenas empresas, 57% das médias e 54% das grandes terão de demitir, se houver perdas na desoneração. E a maioria das empresas que já analisou as novas regras deve mudar a forma de calcular e recolher a contribuição previdenciária, passando a usar como base a folha de pagamentos (20% dos salários), em vez da receita bruta (2,5% do faturamento).

Ainda de acordo com o levantamento, 37% das empresas vão reduzir suas margens de lucro, em vez de aumentar preços. As duas opções terão efeitos negativos, como redução das vendas (apontada por 30% das empresas), redução dos investimentos (29% das empresas), perda de participação no mercado doméstico (18%) e queda das exportações (5% das empresas).

Para José Ricardo Roriz Coelho, diretor do Decomtec, o fim da desoneração vai deteriorar a competitividade e a economia brasileira. Segundo ele, a mudança vai agravar o quadro de crise.
Resultados anteriores
A desoneração da folha de pagamento do setor industrial teve impacto positivo no nível de emprego de 60% das empresas, de acordo com o estudo, reduziu o custo de produção e permitiu o aumento do investimento.

Em 42% das empresas a desoneração evitou demissões, e em 18% permitiu novas contratações. Mesmo nas empresas em que a desoneração da folha não interferiu no emprego houve efeitos positivos, com 44% delas relatando redução dos custos de produção, e 19%, ampliação dos recursos para investimentos.

A pesquisa mostra que 70% das empresas têm mais de 75% da produção beneficiada pela desoneração da folha, medida que foi bem aceita pelo setor industrial: 78% das empresas a avaliaram como ótima ou boa.

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