Metade das empresas globais planeja retorno 100% presencial em 2023

Segundo estudo da Microsoft, entretanto, liderança das empresas está desalinhada com as expectativas dos funcionários

Author Photo
5:06 pm - 17 de março de 2022

As expectativas dos funcionários em relação ao retorno presencial ao trabalho parecem não ser as mesmas das lideranças mundo afora. Segundo nova edição do Índice de Tendências do Trabalho da Microsoft, os funcionários têm uma nova equação sobre o que “vale a pena” em relação aos seus empregadores.

O estudo envolveu entrevistas com 31.000 pessoas, de 31 países — incluindo o Brasil, Argentina, Colômbia e México na América Latina — juntamente com uma análise de trilhões de sinais de produtividade do Microsoft 365 e tendências de trabalho do LinkedIn.

A pesquisa conclui que os últimos dois anos de pandemia mudaram fundamentalmente a forma como as pessoas definem o papel do trabalho em suas vidas. O desafio que cada organização será atender às grandes e novas expectativas dos funcionários, ao mesmo tempo em que equilibram os resultados de seus negócios em uma economia imprevisível.

Leia mais: Liderança é empecilho para inovação em empresas, dizem RHs

Do total de trabalhadores pesquisados, 53% dizem que são mais propensos a priorizar sua saúde e bem-estar sobre o trabalho atualmente do que antes da pandemia. O percentual no Brasil aumenta para 71%.

A Grande Resignação também não dá sinais de recuo. Segundo o estudo, 44% da Geração Z e Millennials no Brasil estão propensos a considerar mudar de empregador este ano, contra 47% da média global.

O estudo também alerta para o fato de que os gestores se sentem presos entre a liderança e as expectativas dos funcionários. Em geral, 50% dos líderes globais dizem que sua empresa está planejando um retorno ao trabalho presencial em tempo integral durante os próximos 12 meses – no Brasil, a porcentagem cai para 47%.

No entanto, 52% dos funcionários globais provavelmente considerarão a transição para um modelo híbrido ou remoto em sua função atual nesse mesmo período. Localmente, o número é ainda maior e 58% dos trabalhadores brasileiros estão considerando essa transição.

No Brasil, 34% dos gestores dizem que a liderança em sua empresa está desalinhada com as expectativas dos funcionários; e 73% declaram que não têm influência ou recursos para promover mudanças em suas equipes.

Fazer o presencial valer a pena

No total, 54% dos líderes globais estão atualmente focados — ou estarão dentro do próximo ano — na reformulação das salas de reunião para serem mais amigáveis ao trabalho híbrido, o que incluem tecnologias e mudanças no layout ou mobiliário. O percentual na América Latina é maior, com 65% dos líderes considerando tais mudanças.

Ainda assim, 38% dos funcionários híbridos globais entrevistados dizem que seu maior desafio é saber quando e por que ir até o escritório. No entanto, apenas 28% dos líderes criaram acordos com a equipe para definir essas novas normas. No Brasil, essa porcentagem aumenta para 31%.

Leia mais: Semana de quatro dias: chegou a hora de reduzir as jornadas de trabalho?

Com 51% do total de trabalhadores híbridos pesquisados considerando uma mudança para o modelo totalmente remoto no próximo ano, sendo 58% na América Latina e o mesmo número no Brasil, as empresas não podem depender apenas do escritório para recuperar o capital social perdido nos últimos dois anos. Apenas na América Latina, 61% dos trabalhadores remotos e 71% dos funcionários híbridos afirmam ter uma relação próspera com sua equipe direta.

No entanto, 42% dos líderes da América Latina e 34% dos líderes do Brasil dizem que a construção de relacionamentos é o maior desafio de ter funcionários trabalhando de forma híbrida ou remota. Deles, 53% na América Latina e 39% no Brasil estão preocupados que, desde a movimentação remota/híbrida, os novos funcionários não estejam recebendo a conexão e suporte necessários para serem bem-sucedidos.

“Não há como apagar a experiência vivida e o impacto duradouro dos últimos dois anos, pois a flexibilidade e o bem-estar se tornaram inegociáveis para os funcionários. Ao abraçar e se adaptar a essas novas expectativas, as organizações podem direcionar sua equipe e seus negócios para o sucesso a longo prazo”, comenta Jared Spataro, vice-presidente corporativo de Trabalho Moderno da Microsoft.

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.