Mercado global de PCs registra queda de 1,3% no terceiro trimestre de 2024
Apesar da retração, Gartner aponta que a recuperação do setor será impulsionada pela atualização de dispositivos antes do fim do suporte ao Windows 10
O mercado global de PCs registrou uma queda de 1,3% nas remessas durante o terceiro trimestre de 2024, segundo dados preliminares divulgados pelo Gartner. No total, foram comercializadas 62,9 milhões de unidades, interrompendo uma sequência de três trimestres consecutivos de crescimento. A queda ocorre em meio a expectativas frustradas em relação ao impacto de novos PCs com inteligência artificial (IA) e desafios econômicos em diversas regiões.
Segundo Mikako Kitagawa, diretora de análise do Gartner, os novos modelos de PCs com IA, tanto para plataformas Arm quanto x86, não geraram o aumento de demanda esperado. “Os compradores ainda não enxergaram claramente os benefícios ou o valor comercial desses dispositivos”, afirmou.
Ainda assim, Kitagawa mantém uma perspectiva otimista para o setor. “Apesar da queda anual no terceiro trimestre, o mercado de PCs ainda está em uma trajetória de recuperação. Em nível global, a demanda por PCs verá maior aumento até o final de 2024 e um crescimento mais robusto em 2025, quando a atualização dos PCs atingirá seu pico”, disse ela, referindo-se ao fim do suporte ao sistema operacional da Microsoft.
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No ranking das principais fabricantes, não houve grandes mudanças em relação ao terceiro trimestre do ano passado. O desempenho da Lenovo foi destaque, com um crescimento de 2,5% nas remessas do terceiro trimestre do ano em comparação ao mesmo período de 2023, totalizando 16.587 unidades enviadas ao mercado. A empresa foi seguida pela HP (13.572), Apple (5.652) e Acer (4.583), todas com crescimento nas vendas ano a ano.
Por outro lado, a Dell (-3,9%) e a ASUS (-3,0) apresentaram queda no número de unidades enviadas ao mercado em relação ao mesmo trimestre no ano passado.
Nos Estados Unidos, o mercado de PCs cresceu 5,6%, com mais de 17 milhões de unidades vendidas. O setor público norte-americano foi um dos responsáveis por esse crescimento, impulsionado pela finalização do orçamento governamental e o fechamento do ano fiscal. As instituições educacionais também contribuíram para o aumento da demanda, especialmente com a substituição de Chromebooks adquiridos durante a pandemia, segundo o Gartner.
O Japão registrou um desempenho positivo, alcançando um crescimento de dois dígitos nas remessas de PCs, algo que não ocorria há três anos. De acordo com Kitagawa, apesar das condições econômicas ainda instáveis, diversas empresas, principalmente as grandes corporações, mantiveram seus planos de renovação de computadores, motivadas pelo término do suporte ao Windows 10.
Outras regiões apresentaram resultados mistos. Na Europa, Oriente Médio e África (EMEA), o mercado de PCs sofreu uma leve queda de 1,5%. “Houve obstáculos temporários aos gastos na EMEA no terceiro trimestre de 2024. As eleições políticas durante o verão no Reino Unido e na França, juntamente com grandes eventos esportivos, distraíram consumidores e empresas de gastar em tecnologia, especialmente PCs”, disse Kitagawa. “Apesar disso, a leve queda deve ser vista como uma estabilização do mercado de PCs da EMEA, em vez de um retorno a declínios de longo prazo”.
Já na Ásia/Pacífico, a retração foi mais acentuada, com queda de 8,5%, devido à fraca demanda na China, onde a procura por desktops caiu 10% em comparação ao ano anterior.
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