A Hotmart, unicórnio de Belo Horizonte (MG) dona de uma plataforma de compra e venda de cursos online, demitiu nessa quinta-feira (20) mais de 200 funcionários – o número exato confirmado pela empresa é de 227, ou cerca de 12% da equipe. Fontes ouvidas pelo IT Forum – e que tem se manifestado aos poucos com mensagens de despedida durante o dia em seus perfis no LinkedIn – dizem que a justifica oficial dada pela startup é uma “reestruturação completa”.
“Conforme explicamos, estamos replanejando nossa estrutura e alterando a alocação de recursos e equipes nos projetos”, disse a empresa em comunicado enviado a esses funcionários. Segundo as fontes ouvidas, colaboradores de diversos departamentos entraram na lista de demitidos, inclusive alguns com muito tempo de casa (e provavelmente os maiores salários) e outros recém-contratados (e salários nem tão grandes).
A startup mineira engorda a já longa lista de startups e empresas de tecnologia brasileiras que promoveram demissões nos últimos meses. Apenas em 2022 fizeram demissões QuintoAndar, Loft, Facily, Vtex e Ebanx, entre outras.
São empresas que receberam grandes aportes ao longo dos últimos anos – no caso da Hotmart, por exemplo, o último aporte chegou a US$ 130 milhões – e que, com a crise internacional e a diminuição da entrada de venture capital no Brasil, passaram a ser mais pressionadas pelos investidores.
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Segundo os funcionários ouvidos pelo IT Forum, a empresa prometeu aos demitidos o pagamento de um salário adicional, pagamento de bônus proporcionais e outros benefícios – incluindo a prestação de uma consultoria para a realocação.
Em carta publicada há pouco no site da empresa, o CEO e cofundador da Hotmart, João Pedro Resende, diz que “estamos fazendo o possível para amenizar o impacto” para os demitidos. E que o crescimento da empresa de tecnologia foi feito “de maneira responsável”, apesar das demissões.
Segundo ele, a reestruturação ocorre após um período de crescimento muito acelerado por conta da pandemia, mas também de “enorme volatilidade”. “Os números acabaram oscilando fortemente e em muito pouco tempo. Passado este período de quase dois anos, começamos a ter mais clareza dos parâmetros sobre os quais planejaremos os próximos ciclos da empresa, incluindo o ano de 2023 e adiante”, escreve.
Segundo ele, o crescimento esperado no período de pós-pandemia não aconteceu “no mesmo ritmo”, e a “eficiência operacional caiu”. “Eu assumo total responsabilidade por isso”, escreveu.
O CEO também escreve que a empresa ainda segue em “situação privilegiada”, “saudável, rentável e em crescimento”, e seguirá com mais de 1.700 colaboradores. No entanto alguns projetos e equipes serão descontinuados, outras reduzidas.
“Essa sem dúvida foi uma decisão muito difícil, porém importante para a companhia”, finaliza.
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