Healthtechs brasileiras já captaram US$ 52,3 milhões em 2021

Alice, de planos de saúde individuais, captou sozinha US$ 33 milhões. ViBe e Zenklub também foram destaque, diz Distrito Dataminer

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8:30 pm - 12 de fevereiro de 2021

Nove rodadas de investimento e mais de US$ 52,3 milhões investidos em menos de dois meses. Os resultados foram obtidos pelas startups do setor da saúde brasileiras, as chamadas healthtechs, segundo informado nesta sexta (12) pela Distrito Dataminer, braço de inteligência de mercado da Distrito.

O montante já corresponde a 49,3% de tudo que foi investido durante o ano de 2020, quando o setor captou US$ 106 milhões.

Leia mais: Healthtechs crescem na pandemia, mas ainda buscam por mercado saudável

A startup Alice, que atua como plano de saúde individual que mescla atendimento digital com presencial, sozinha atraiu US$ 33 milhões em sua rodada Series B. Outras duas healthtechs voltadas para telemedicina também chamaram a atenção: a ViBe – da qual falamos aqui no IT Forum nesta matéria – e a Zenklub, que captaram US$ 9,8 milhões e US$ 8,4 milhões, respectivamente — ambas em rodadas Series A.

É o segundo trimestre consecutivo em que as healthtechs receberam mais de US$ 30 milhões em financiamento, um indicativo de que o mercado está amadurecendo, segundo Tiago Ávila, líder do Dataminer. De acordo com projeções da empresa, o ano deve ser encerrado com mais de US$ 200 milhões investidos, distribuídos em mais de 50 rodadas de investimento.

Cenário em expansão

O Brasil possui atualmente 719 healthtechs, segundo o Distrito, divididas em nove categorias. A maior parte dessas startups volta-se para soluções relacionadas à gestão e prontuários eletrônicos (25%), seguidas de acesso da informação (16,7%) e marketplace (12,6%). As healthtechs de telemedicina (11,8%) e voltadas a farmacêuticas e diagnóstico (10%) também possuem fatias importantes deste mercado.

A maior parte delas está concentrada na região Sudeste, liderada por São Paulo com 44% das healthtechs, Minas Gerais, com 10,4% e Rio de Janeiro, com 9,1%. Rio Grande do Sul aparecem em seguida, com 8,9%. A região Norte do País, especificamente Manaus, abriga apenas 0,4% do total.

Saúde mental

Categoria que ganhou holofotes durante a pandemia, as startups que trabalham com saúde mental têm atraído capital. De acordo com um levantamento da CB Insights, em 2020, o segmento atraiu em 2020 mais de US$ 2 bilhões no mundo — o dobro dos US$ 1,12 bilhão de 2019.

No Brasil 30 startups são focadas em saúde mental. Estas healthtechs arrecadaram um total de US$ 4,7 milhões, mais do que o dobro do ano passado (US$ 1,85 milhões) e 10 vezes o valor de 2018 (US$ 430 mil).

Fusões e aquisições

O início de 2021 registrou apenas uma aquisição: a HygiaBank, empresa de soluções tecnológicas para relacionamento com clientes, adquiriu a Dr.Mob, plataforma de players do mercado de gestão para clínicas e centros médicos. Para Ávila, o número deve aumentar consideravelmente e chegar ao mesmo patamar de 2020, quando houve sete operações.

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