Desligamento do 2G e do 3G no Brasil trará impacto de mais de R$ 10 bi até 2028
Estudo da Links Field revela impacto econômico da transição de redes móveis. 12 milhões de dispositivos precisarão ser trocados
A Links Field, operadora virtual (MVNO) brasileira especializada em soluções de conectividade M2M e IoT, divulgou essa semana um relatório em que estima um impacto superior a R$ 10 bilhões para o período entre 2024 e 2028 do desligamento das redes 2G e 3G no Brasil. O custo se deve principalmente a aquisição e troca de dispositivos e equipamentos atualmente usados por serviços diversos ainda operando sob essas redes.
O estudo é intitulado Impacto Econômico do Desligamento do 2G/3G no Brasil, e projeta os impactos que essa transição trará para organizações e empresas no País. É o segundo estudo lançado pela Links Field em 2024 sobre o tema – o primeiro, divulgado em maio, é o Guia da Transição de Tecnologia 2G/4G no Brasil.
O estudo mostra que o mercado brasileiro de IoT/M2M tem apresentado crescimento desde 2012, quando havia aproximadamente 6,8 milhões de dispositivos conectados no País. Em 2023, o número cresceu para 43 milhões, com CAGR (taxa de crescimento anual média) do mercado brasileiro entre 2012 e 2023 de 18,32%, bem acima da média anual projetada.
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A estudo indica que, com um CAGR global projetado de 10%, o Brasil terá mais de 88 milhões de dispositivos IoT conectados por rede celular até 2030, quase o dobro do ritmo global. O volume de dispositivos ao final de 2030 representará aproximadamente 68% do mercado de IoT/M2M na América Latina.
Em 2024, segundo o relatório, algumas operadoras e prestadores de serviços começaram a dar, em novos contratos e propostas comerciais, garantia de funcionamento apenas em redes 4G e 5G, deixando redes 2G e 3G de fora. Existe uma determinação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para o desligamento das redes 2G e 3G até o fim de 2028.
Utilizando modelos de adoção tecnológica, a Links Field projeta que o impacto econômico do desligamento dessas redes mais antigas no mercado brasileiro será significativo. A transição resultará na substituição de quase 12 milhões de aparelhos entre 2024 e 2028, o que criará desafios operacionais para empresários.
Impacto e oportunidade
Segundo Thiago Rodrigues, sócio fundador e diretor geral da Links Field, o objetivo do estudo é “ajudar os leitores a entenderem, sob diferentes perspectivas, as mudanças já percebidas nas operações de nossos clientes e parceiros de negócios em todo o Brasil”.
Marcos Betiolo, também sócio fundador e CTO da Links Field, a transição de tecnologias é “uma oportunidade para inovação e crescimento”, mas também um processo “complexo e repleto de incertezas”. Compatibilidades de dispositivos entre redes antigas e novas são apontadas como desafios, além de velocidade de atualização de dispositivos por parte dos usuários atuais.
“Além disso, alguns serviços essenciais, como sistemas de alarmes, rastreamento veicular e monitoramento de carga, ainda dependem das redes 2G/3G. Os usuários podem enfrentar interrupções temporárias ou dificuldades de adaptação quando acessarem regiões que antes funcionavam corretamente, mas passam a não ter mais capacidade de oferecer as redes legadas””, alerta.
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