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Covid-19: liderança de TI tem o desafio de conciliar resultados e empatia

Se algum executivo de liderança for capaz de fazer uma previsão exata de como seus negócios estarão quando o ano 2020 terminar, é bem provável que essa pessoa seja um viajante no tempo. Afinal de contas, algumas das mentes mais brilhantes da atualidade assumem que não é possível descrever com exatidão as implicações da crise atual. Quando falamos de um setor tão vital e ao mesmo tempo sob tanto estresse quanto o de TI, a história se torna ainda mais complicada.

 

É um momento bastante delicado para gestores e colaboradores, mas que pode ser contornado e trazer uma situação melhor no mundo pós-pandemia. Uma dica que vem direto de salas de crise que estão desempenhando um papel fundamental para evitar danos ainda maiores: o principal ponto da gestão dos esquadrões à distância é estabelecer relações de confiança.

 

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Para o CEO da Great Place to Work Brasil, Ruy Shiozawa, é essencial que os líderes nesse momento deixem claros seus objetivos: em primeiro lugar, garantir a saúde das pessoas e – ao mesmo tempo – cuidar também dos negócios.

 

“O modelo de liderança que dá certo, na minha visão, é aquele que inspira as pessoas em torno de um propósito comum”, comenta Shiozawa, que complementa dizendo que é necessário criar um ambiente de transparência e respeito para gerar um plano de ação comum.

 

Reuniões e líderes mais “pessoais”

 

A campainha toca, a máquina de lavar faz barulho, o gato resolve subir no notebook bem na hora que você inicia uma chamada de vídeo. Todas essas mazelas do trabalho em esquema remoto são sentidas por boa parte dos times e lideranças de TI que estão atuando de forma distribuída.

 

Como bem lembrado pelo sociólogo Domenico Di Masi em entrevista recente no IT ForOn Series, não é de hoje que se fala das vantagens desse tipo de atividade que é realizada fora dos escritórios com mais autonomia e liberdade.  No entanto, o que está em jogo aqui é bem mais determinante e pode relevar todas essas situações.

 

 

Em linha com os comentários do CEO da Great Place to Work Brasil estão as indicações dadas por Norberto Tomasini, sócio da PwC Brasil.

 

“Um tempero que vem é que você precisa deixar um tempo nessas reuniões para algumas coisas pessoais”, explica Tomasini. O consultor sugere que os gestores planejem cada reunião, indo além de simplesmente transportar o ambiente de trabalho pré-pandemia para um mundo virtual. Só assim, será possível criar o ambiente de confiança, no qual todos se sintam ouvidos. “Se você não tomar esses cuidados, acaba gerando um caos dentro da discussão”.

 

O sócio da PwC Brasil ressalta que os líderes de equipes devem fazer uso de reuniões diárias para conversar com as pessoas, saber em que ponto estão cada um dos projetos e deixar claro para o time qual a visão e o propósito da execução de cada tarefa.

 

 

Gestão de entregas

Os times remotos também precisam saber o que é esperado de entregas diárias e semanais. Só assim, terão como alcançar seus objetivos. Ressalta-se aqui que, nesse momento, tudo o que o colaborador não quer é sentir que o seu trabalho foi em vão ou mesmo que tem um departamento abaixo do que está sendo pedido.

 

Com experiência na área de TI, o CEO da GPTW Brasil entende que esse é um momento no qual coordenação é vital: “as equipes precisam estar preparadas para enfrentar uma crise, trabalhar remoto, e fazer coisas extraordinárias em momentos de muita dificuldade, muita tensão”. Ah, e você acha que passar por esses pontos todos é um bocado difícil, pode ficar tranquilo: você não está sozinho. “Esse é um desafio do planeta nesse momento”, comenta Shiozawa.

 

 

O que um líder deve fazer?

 

Em artigo recente a consultoria McKinsey indica que o componente humano deve ser prioridade quando lidamos com uma tragédia dessa proporção. Algumas das indicações dadas pela consultoria norte-americana para as líderes:

 

  • Comunicação: não deixe que o time de comunicação ou RH lidem sozinhos com as mensagens para colaboradores. Os momentos de crise são os mais importantes para que as lideranças manifestem seu aspecto mais relevante: fazer uma diferença positiva na vida das pessoas.
  • Reconhecimento: lidar com tal cenário requer conhecimento dos desafios pessoais e profissionais que cada membro da equipe – e entes queridos – enfrentarão. É essencial um esforço para compreender e comunicar com clareza o que é esperado, sem deixar de demonstrar empatia.
  • Atue: Como a pandemia afetará pessoas de formas diferentes, desde o fechamento de escolas até a proibição de viagens, é importante que ter em mente as dificuldades de cada um dos membros do time e tomar medidas para prover suporte em cada caso.

 

 

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