Iniciada no último domingo (31), a Conferência do Clima da ONU (COP26), que acontece em Glasgow, na Escócia, contou com anúncios de investimentos de iniciativas verdes de dois grandes nomes na indústria da tecnologia: Jeff Bezos e Bill Gates.
Em um discurso durante a COP26, Jeff Bezos, bilionário fundador da Amazon, revelou que investirá US$ 2 bilhões em um fundo de iniciativas para preservação da natureza e para a transformação de cadeias de alimentos.
Em sua fala, Bezos alertou que o setor privado tem um papel “central” na campanha de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. O executivo, que deixou o cargo de CEO da Amazon em julho, reforçou as metas da companhia de se tornar neutra em carbono até 2040.
Ainda segundo Bezos, 2021 pode ser considerado um ano “crítico” para a proteção do meio ambiente. “A cada ano, florestas absorvem 11 bilhões de toneladas de CO2 da atmosfera. À medida que destruímos a natureza, invertemos esse processo. Em muitas partes do mundo, a natureza já está mudando de um reservatório de carbono para uma fonte de carbono. Este é um perigo profundo para todos nós”, disse.
Os novos investimentos de US$ 2 bilhões serão parte do Bezos Earth Fund, fundo que compreende uma série de iniciativas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Em setembro, o Bezos Earth Fund já havia prometido uma doação de US$ 1 bilhão na conservação do meio ambiente.
Também na terça (02), Bill Gates, bilionário e cofundador da Microsoft, anunciou que investirá US$ 315 milhões, através da Bill and Melinda Gates Foundation, em pesquisas de agricultura voltadas para combater problemas causados pelas mudanças climáticas.
Os fundos prometidos por Gates irão para o Consultative Group on International Agricultural Research (CGIAR), focado em pesquisas na área de agricultura. Com o valor posto pelo executivo, a organização terá mais de US$ 1 bilhão para suas pesquisas.
Gates também ressaltou a Catalyst, programa que é parte da iniciativa Breakthrough Energy Ventures, que tem o objetivo de reduzir o custo de tecnologias de descarbonização para acelerar sua adoção global. O programa reúne participantes do setor público e privado.
“Juntos, devemos construir uma revolução industrial verde – que interrompa as mudanças climáticas, proteja as comunidades vulneráveis e coloque o mundo no caminho do progresso”, afirmou Gates em seu discurso na COP26. Segundo o empresário, a Catalyst já garantiu US$ 1,5 bilhão de seus parceiros privados para investir em novas tecnologias, e espera “alavancar mais de 10 vezes” esse valor junto ao financiamento público e privado total.
Apesar dos anúncios, Gates ressaltou, nesta quarta-feira (03), sua opinião pessimista em relação ao Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento global a 1,5°C. Em entrevista ao Policy Exchange, o executivo afirmou que custos das “tecnologias verdes” são muito altos para os países em desenvolvimento, o que deve prejudicar o objetivo.
“Não há feito que a humanidade já tenha alcançado que seja comparável com o que precisamos fazer para [limitar] as mudanças climáticas”, afirmou. Para ele, países ricos precisam investir para diminuir o custo destas tecnologias “drasticamente”, permitindo o cumprimento da meta.
Com informações de Valor Econômico e The New York Times
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