Consumidores esperam voz ativa de CEOs sobre questões socioambientais

Levantamento mostra que 64% dos consumidores acreditam que empresas devem falar sobre seu comportamento e impacto na sociedade e no meio ambiente

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1:30 pm - 31 de agosto de 2021
consumidores

A pandemia tornou os consumidores mais engajados, conscientes e críticos com relação às suas decisões de consumo. Esses efeitos também se estendem para questões socioeconômicas como violência contra as mulheres, diversidade racial, sexual e de gênero e disparidade de renda, segundo o Estudo 2021 Authenticy Gap, da FleishmanHillard, que buscou compreender a relação entre reputação e marca e expectativa dos consumidores sobre elas.

Para tanto, o levantamento entrevistou mais de 10 mil pessoas, em cinco países. De modo geral, os consumidores esperam que os líderes assumam posições autênticas em relação a questões como meio ambiente e saúde pública, tanto que 81% acreditam que os CEOs devem falar sobre questões que tenham impacto significativo na sociedade, mesmo que não reflitam nos negócios.

A maioria entende que os CEOs devem ter voz ativa para apoiar e influenciar as questões ambientais e a mudança de políticas (87%) e apontam que os CEOs devem desempenhar um papel que influencia as políticas de saúde (82%).

“Para as marcas, a construção de imagem e reputação nunca foi tão importante e, ao mesmo tempo, tão desafiadora”, explica Alessandro Martineli, diretor geral da FleishmanHillard Brasil. “A comunicação deve refletir o que pensa e faz a organização, ou não será percebida e valorizada pelos consumidores”.

Credibilidade

Quando questionados sobre o que as empresas deveriam ser priorizar, os brasileiros listaram: violência contra as mulheres, desemprego (65%), pobreza (64%), racismo (62%), discriminação e equidade de oportunidades (62%) e liberdade de expressão (62%).

Na última edição da pesquisa, conduzida há dois anos, apenas 33% dos entrevistados citaram a violência contra a mulher como uma das principais questões com as quais as empresas devem agir e 44% deles mencionaram as diferenças salariais e de renda.

Outra conclusão é de que não se trata apenas de vender, e de como as marcas agem. Dessa forma, brasileiros se preocupam mais com o impacto das empresas na sociedade (36%) e com o seu comportamento frente a questões relevantes (21%) do que com o que oferecem como produtos e benefícios aos clientes (43%).

No geral, o mapeamento indica um cenário de crise de credibilidade do que é comunicado aos consumidores, com baixa expectativa em todos os segmentos. A percepção ainda é mais negativa em relação a bancos e pagamentos, setor químico, de dispositivos médicos e de casa inteligente, onde estão próximas a zero.

Sustentabilidade, privacidade e diversidade

Os brasileiros valorizam cada vez mais a agenda sustentável das marcas. Em sua maioria, eles acreditam que as empresas devem conduzir práticas que contribuam de maneira genuína com a conservação ambiental (94%).

No entanto, a avaliação negativa sobre às expectativas em relação à temática ambiental aumentou desde 2019, saltando de 58% para 65%. Os setores com destaque negativo são aviação, indústria química, energia e de equipamentos médicos. Já alimentos e bebidas e cuidados pessoais se destacam positivamente.

Já privacidade e a segurança de dados são elencadas por 76% dos entrevistados como questões fundamentais com as quais as empresas devem lidar imediatamente. A maioria (83%) acredita que as empresas devem criar práticas que vão além das regulamentações obrigatórias e 67% afirmam que a preocupação com sua privacidade os torna menos propensos a usar produtos ou serviços de companhias que usam dados pessoais de clientes para benefício próprio.

No âmbito global, os consumidores esperam que as empresas sejam inclusivas:  92% dos entrevistados defendem que as empresas podem fazer mais para tornar o local de trabalho melhor para os colaboradores. Para 81%, as empresas precisam se comprometer com o avanço da diversidade, equidade e inclusão no local de trabalho.

Isso inclui fornecer treinamentos para todos os colaboradores sobre o tema, garantir que as vozes dos grupos menorizados sejam ouvidas e reconhecidas no processo de tomada de decisão e ter uma estratégia clara em relação aos objetivos e metas relacionados à diversidade e inclusão.

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