Brasil tem mais de 50% de crescimento em clientes da FICO
País é um dos principais mercados da empresa e é referência em inovação no setor bancário
O Brasil é um dos mercados de maior crescimento da FICO. Há um ano, a empresa tinha cerca de 40 clientes usando a Plataforma Fico e, agora, são 102. Além disso, a América Latina é uma das regiões mais inovadoras globalmente, afirma, em entrevista ao IT Forum, no FICO World, Jose Augusto Gabizo, vice-presidente e diretor da Fico América Latina.
Com a presença de aproximadamente dez clientes brasileiros (incluindo o Bradesco e o Itaú) no evento, que acontece em Miami (EUA), Gabizo afirma que tê-los é importante por ser um dos maiores mercados da América Latina. O Brasil representa 50% de toda a região, diz ele.
“E é muito importante porque eu acho que os bancos brasileiros realmente trazem muita inovação. Começando no Brasil, as inovações tendem a se expandir não só para a América Latina, mas também para o mundo. Então nós trazemos os bancos aqui, como os do Canadá e da Austrália, para conversar com os bancos brasileiros para entender o que eles estão fazendo”, complementa Gabizo.
Além dos grandes bancos, o executivo diz trabalhar de perto com fintechs. As startups usam as soluções da Fico para fornecer ofertas ou proteção a seus clientes, com a ferramenta antifraude. Entretanto, a empresa também trabalha com elas para complementar a sua própria oferta da plataforma FICO.
Don Peterson, vice-presidente e gerente geral de vendas globais e sucesso do cliente da FICO, complementa ao dizer que, hoje, os bancos não precisam ter sua equipe de TI preocupada em ter seu próprio local para rodar todo o software.
“Lembro que seis, sete anos atrás, os grandes bancos ainda diziam que talvez não fossem para a nuvem. Agora, quase todos os grandes bancos estão na nuvem. Por causa das economias de escala e da divisão, podemos nos especializar e ter uma equipe para atender muitos clientes”, frisa Don.
Apesar do cenário positivo, os executivos acreditam ainda haver oportunidades no mercado latino. Segundo Gabizo, há uma jornada dentro da plataforma FICO. “Normalmente, começamos trazendo a resolução de um caso inicial. Quando o cliente resolve esse problema, começa a ver valor em expandir para outras áreas. Então, começam a ver exatamente qual o benefício de ter uma informação de crédito e de fraude, por exemplo, na mesma plataforma. Se uma pessoa comete uma fraude, é importante que a área de crédito tenha acesso a essas informações com muita rapidez porque amanhã o fraudador poderá tentar submeter outro tipo de crédito ou que um parente dele consiga um empréstimo.”
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Portanto, diz ele, ter tudo na mesma plataforma dá uma grande vantagem ao banco, mas a maioria dos bancos não pode fazer isso de uma só vez. Um dos grandes bancos brasileiros, confirma o executivo, tem como meta ter 60% de suas decisões passando pela plataforma FICO até o final do ano.
O foco na vertical financeira não é exclusivo para a FICO. A empresa também tem muitos clientes varejistas – alguns, inclusive, presentes no evento. Para Don, a plataforma é uma boa opção se as decisões forem complexas e se precisarem de tomadas de decisão em escala e altura rapidamente.
“E se forem apostas altas, se houver muito risco na decisão ou muita vantagem em tomar a decisão certa. Se for uma decisão consequencial complicada, podemos ajudar com isso. Quanto mais simples a decisão, menos você precisa da plataforma FICO. Mas, felizmente, existem muitas decisões complicadas a serem tomadas no mundo”, frisa Don.
Para ajudar nas decisões, Gabizo afirma que a FICO já utiliza IA desde os anos 90. Agora, a companhia trabalha com a tecnologia principalmente para a prevenção de fraudes e outros tipos de decisões, como a análise de crédito.
“Os dados existem. Você precisa ter uma IA responsável e ética. É importante entender realmente os limites para poder ter decisões responsáveis em cima disso. Portanto, garantir que o modelo não esteja sendo tendencioso, por exemplo, de gênero, cor, idade ou qualquer outra coisa. A solução da FICO pode executar toda essa linguagem analítica, mas temos que tomar muito cuidado com a forma como usamos a análise em nosso processo de decisão”, alerta Gabizo.
Don afirma que os clientes precisam confiar na empresa para que possa ajudá-los a incorporar a tecnologia de uma maneira ética e atendendo os requisitos regulamentares. “É preciso se certificar de obter o benefício, mas também não obter as consequências não intencionais.”
Por fim, os executivos afirmam não ter a possibilidade de layoffs e que os negócios estão fortes. “Acho que os tempos incertos também são bons. Podemos estar em posição de ajudar mais nossos clientes porque a plataforma FICO os ajuda a serem mais ágeis. Se você perguntasse a um cliente, eles diriam que a agilidade nos negócios é o benefício número um e tenho certeza de que alguns dos clientes latino-americanos dizem que agora podemos reagir às novas condições do mercado com muito mais rapidez do que antes. Então, estamos tentando ajudá-los a serem mais ágeis em tempos incertos”, finaliza Don.
*a jornalista viajou a convite da FICO
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