Brasil seguirá os passos dos EUA na publicidade digital
Os investimentos na internet já ultrapassaram os realizados nos meios tradicionais, estar na mídia online é condição para o sucesso.
Pela primeira vez, o investimento em publicidade digital superou o realizado nos meios tradicionais nos Estados Unidos, um feito importante para o setor que foi alcançado ano passado. Segundo levantamento da eMarketer, o mercado publicitário do setor no país recebeu cerca de US$ 130 bilhões em 2019, o que corresponde a um crescimento de 19% em relação ao ano anterior e a 54% do bolo total. Google e Facebook lideram como principal destino.
É uma tendência que deve se repetir no Brasil em algum momento. Muito embora, grosso modo, a distribuição de verba continue sendo puxada pela TV aberta, o movimento de expansão já sinaliza que não vai demorar muito.
O Conselho Executivo das Normas-Padrão, o Cenp, que reúne os principais anunciantes, veículos de comunicação e agências de publicidade do País, divulgou dados que ainda mantém a TV como líder, seguida por Internet e Mídia exterior.
Mas quando comparada às mídias tradicionais, a projeção de investimento em TV é de 5,5% de crescimento ao ano. Nos jornais e revistas, deve cair para 3% e 5% por ano, respectivamente. E, em mídias digitais, a expansão estimada é de 12% ao ano até 2021.
Parece desproporcional, mas faz todo sentido. A TV aberta fala para as massas enquanto na internet, graças à tecnologia programática, é possível uma segmentação inteligente. Assim, entende-se melhor o perfil dos consumidores para definir quem são os potenciais clientes e, a partir daí, criar mensagens personalizadas. Ao se direcionar a melhor mensagem ao canal mais adequado e, ao consumidor com maior chance de compra, se garante também a comprovação do retorno sobre o investimento, permitindo mensurar os resultados finais de cada ação com precisão.
Isso, contudo, não muda o ranking dos maiores anunciantes. Dados do Kantar Brasil mostram que o “top 5” setores entre os maiores anunciantes é formado por Comércio; Serviços ao Consumidor; Financeiro e securitário; Higiene pessoal e beleza; e Farmacêutico. Já o “top 5” categorias inclui Lojas de departamento; Supermercados, Hipermercados e Atacadistas; Campanhas públicas; Mercado Financeiro; e Mídia eletrônica.
O que é possível afirmar diante desse cenário é que ter presença digital é um pré-requisito básico para ter sucesso no mercado atual independentemente do setor. Isso porque o número de pessoas que têm acesso à internet vem crescendo dia após dia. São mais de 100 milhões de pessoas conectadas em todo o Brasil, somando mais de 63% dos domicílios do país. E as pessoas, de diferentes faixas-etárias e gênero, estão cada vez mais buscando soluções cotidianas nos meios digitais.
Pesquisa da SEO Trends estima um aumento de 70% de novos investimentos em marketing digital pelas empresas no País nos próximos anos. A estimativa foi feita baseada em análise de investimentos em publicidade móvel nos últimos cinco anos e revela como a internet, associada ao marketing digital, tem se tornado um lugar rentável.
As redes sociais também tiveram um grande impacto não só na forma como as empresas fazem publicidade, mas também no modo de se relacionar com seu público. Na internet, possuem a possibilidade de se posicionar de forma mais efetiva que nas plataformas tradicionais. Através do conteúdo produzido para Facebook e Instagram, por exemplo, a marca consegue afirmar sua personalidade, defender causas e se tornar mais popular.
O público exposto ao conteúdo se identifica com o posicionamento da empresa e passa a divulgar e defender o negócio. Além disso, as redes sociais são ferramentas excelentes para garantir um atendimento mais ágil e eficiente. Algo que antes demoraria horas para ser resolvido pelo telefone, hoje com ajuda do chat e direct, por exemplo, pode ser resolvido muito mais rápido.
Fora a agilidade, as redes sociais permitem que as empresas ofereçam atendimento cada vez mais personalizado, o que é essencial para a fidelização do cliente.
*Thiago Cavalcante é diretor de Novos Negócios e sócio-fundador da Adaction, startup especializada em ações de mídia digital, que tem na carteira clientes como Bradesco, Banco Next, Nestle e Bayer.