Autoridade máxima de saúde pública nos EUA propõe rótulos de advertência nas redes sociais

A medida visa alertar sobre os potenciais riscos à saúde mental dos adolescentes

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11:45 am - 17 de junho de 2024
Imagem: Shutterstock

O cirurgião-geral dos Estados Unidos, Dr. Vivek Murthy, a autoridade máxima em saúde pública do país, está solicitando ao Congresso a introdução de rótulos de advertência nas plataformas de redes sociais. A proposta busca informar pais e adolescentes sobre os possíveis danos à saúde mental associados ao uso dessas plataformas.

A conexão entre o uso de redes sociais e a crise de saúde mental entre menores tem sido frequentemente debatido nos EUA, embora pouco tenha, efetivamente, sido feito a respeito. Enquanto algumas empresas, como a Meta, estão cientes dos perigos relatados, alguns especialistas e executivos do setor de tecnologia argumentam que a ligação pode estar exagerada e faltam evidências conclusivas.

Dr. Murthy, por sua vez, destaca a emergência na saúde mental dos jovens, indicando que as redes sociais desempenham um papel significativo nessa crise, disse ele em um artigo publicado no The New York Times. Ele defende que é necessário agir rapidamente com as informações disponíveis. “Uma das lições mais importantes que aprendi na faculdade de medicina foi que, em uma emergência, você não tem o luxo de esperar por informações perfeitas”, escreveu. “Você avalia os fatos disponíveis, usa seu melhor julgamento e age rapidamente”.

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Segundo Murthy, estudos mostram que quase metade dos adolescentes relatam problemas de imagem corporal devido às redes sociais, e aqueles que passam mais de três horas por dia nesses aplicativos têm o dobro de chances de sofrer de ansiedade e depressão. Em maio de 2023, Murthy chegou a emitir um comunicado público alertando que as redes sociais representam um “profundo risco de dano à saúde mental e ao bem-estar de crianças e adolescentes”.

Agora, em seu novo artigo, Murthy propõe também legislações para proteger os jovens de assédio on-line, abuso, exploração e exposição a conteúdos violentos e sexuais extremos. Outras recomendações incluem a proibição da coleta de dados de crianças pelas plataformas e a restrição de recursos como notificações push, reprodução automática e rolagem infinita, que, segundo ele, “exploram cérebros em desenvolvimento e contribuem para o uso excessivo”.

Murthy sugere, ainda, auditorias de segurança independentes e o compartilhamento de dados sobre os efeitos na saúde com cientistas independentes e o público. “Enquanto as plataformas alegam que estão tornando seus produtos mais seguros, os americanos precisam de mais do que palavras. Precisamos de provas”, afirmou.

Atualmente, de acordo com publicação do The Verge, não há movimentação regulatória significativa no Senado ou na Câmara dos Deputados para implementar essas propostas, o que pode atrasar a aprovação e implementação das medidas sugeridas.

“Não há cinto de segurança para os pais apertarem, nem capacete para ajustar, nem garantia de que especialistas confiáveis investigaram e asseguraram que essas plataformas são seguras para nossos filhos. Existem apenas pais e seus filhos, tentando entender tudo por conta própria, enfrentando alguns dos melhores engenheiros de produtos e as empresas mais bem financiadas do mundo”.

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Redação

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