Mais da metade dos ataques contra empresas no Brasil em 2023 usaram IA generativa

Pesquisa da Fortinet aponta que empresas sofreram volume menor de ataques cibernéticos em 2023, mas eles estão mais sofisticados

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11:32 am - 23 de maio de 2024
Imagem: Shutterstock

Apesar de uma redução no número total de ataques cibernéticos no Brasil entre 2022 e 2023 – de 103 bilhões de tentativas para 60 bilhões – há uma tendência de mudança no perfil dos ataques, e a inteligência artificial tem um papel nisso. Em mais da metade dos ataques recentes contra empresas brasileiras, a IA generativa foi usada de alguma forma.

Os dados são de um estudo – chamado The State of Cybersecurity in LATAM 2024 – feito pela FortiGuard Labs, da Fortinet. Além disso, segundo o mesmo relatório, 54% das empresas nacionais experimentaram em 2023 aumento nas tentativas de violações de segurança em relação aos anos anteriores, aumentando o nível de estresse das equipes de TI, considerando que as ameaças estão mais sofisticadas e bem direcionadas.

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“É crucial que as empresas brasileiras compreendam a evolução do panorama de ameaças cibernéticas e invistam em soluções integradas de segurança, como blockchain, por exemplo, para se protegerem contra ataques cada vez mais sofisticados”, defende Evandro Alexandre Ribeiro, head de segurança da Avivatec. Segundo ele, é preciso que as organizações estejam preparadas para enfrentar ataques que gradualmente se tornam mais complexos.

Thiago Oliveira, CEO e Fundador da Monest – empresa de recuperação de ativos que utiliza uma agente virtual com IA –, explica que é necessário manutenção constante de processos. “Novos pontos de vulnerabilidade surgem à medida que as organizações implementam algoritmos de IA, o que pode ser explorado por cibercriminosos”, diz.

Proteção urgente contra ataques

Para os especialistas, as tentativas mais refinadas de ciberataques no Brasil trazem a necessidade urgente de as empresas assumirem postura proativa na proteção de dados e sistemas.

“O uso crescente de IA por parte dos cibercriminosos destaca a importância de uma abordagem ética e responsável no desenvolvimento e implementação dessas tecnologias por parte das empresas”, diz Gilmar Esteves, VP de segurança da Zup. “Para driblar os ciberataques, é crucial investir em soluções de segurança avançadas e em constante atualização, além de promover uma cultura organizacional de conscientização e treinamento em cibersegurança para todos os colaboradores.”

Camilo Marques, responsável pela área de cibersegurança na startup Klavi, diz que a complexidade das ameaças, “especialmente com o uso crescente da inteligência artificial”, faz com que as empresas busquem “uma abordagem proativa com práticas de segurança de dados robustas, como criptografia e verificação da integridade dos dados, para evitar adulterações ou corrupções que possam comprometer os resultados da IA”, ressalta.

Diego Daminelli, fundador e CEO da BrandMonitor, lembra que a inteligência artificial não deve ser demonizada pois “oferece inúmeras oportunidades”, mas que é importante se atentar para os desafios que surgem em termos de segurança cibernética. “Insto aos líderes empresariais a priorizarem investimentos em cibersegurança e a adotarem medidas para protegerem-se contra ameaças cada vez mais sofisticadas”, diz.

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Redação

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