Já faz algum tempo que a Microsoft posicionou a inteligência artificial (AI, na sigla em inglês) como pilar da sua estratégia. Para quem não faz parte do mundo de tecnologia da informação (TI), no entanto, entender essa tendência, na prática, pode parecer desafiador. É por isso que a companhia decidiu mostrar como a AI pode ser levada para alguns setores, como o de moda.
Nesta semana, a gigante de tecnologia pegou carona na São Paulo Fashion Week (SPFW) e levou um totem interativo com inteligência artificial para o evento, que acontece de 27 a 31 de agosto, na capital paulista.
Quem acessa o segundo andar da Bienal, onde acontece a SPFW, na área de convivência, depara-se com um totem equipado com uma câmera. Ao se posicionar em frente a ele, a tecnologia mapeia idade aproximada, roupas, cor do cabelo e uso de maquiagem e acessórios. Tudo isso para identificar o estilo da pessoa – entre cool, moderno/sofisticado e urbano – e recomendar desfiles/coleções da temporada que têm a cara do visitante.
No teste realizado pelo IT Forum 365, o sistema se aproximou da minha idade, identificou meu estilo e sugeriu três desfiles realizados ontem (28/8), que poderiam me agradar.
Fabio Scopeta, líder de Inteligência Artificial da Microsoft na América Latina, contou ao IT Forum 365 que a equipe da Microsoft e da SPFW ensinaram a tecnologia de inteligência artificial a entender signos de estilo que sugerem afinidade com as diferentes marcas que compõem o calendário.
Scopeta explicou que a aplicação desenvolvida pela Microsoft utiliza a tecnologia de deep learning (aprendizado profundo) e visão computacional para interpretar imagens e identificar peças de vestuário, como calça, blusa, bermuda, saia, vestido e suas cores.
“No processo de aprendizagem, o sistema estudou mais de 55 milhões de imagens disponíveis na internet para reconhecer os elementos do guarda-roupa”, detalhou ele. Entre a pesquisa e o desenvolvimento, a companhia consumiu dois meses para chegar à solução final, assinalou.
Para os varejistas, apontou o executivo, a aplicação de um sistema do tipo pode contribuir para o processo de compra. “É possível aprimorar a experiência do consumidor, indicando estilos e mostrando na loja a localização das peças que mais agradam a pessoa”, exemplificou.
Segundo o executivo, esse é apenas um exemplo de como a Microsoft busca democratizar a tecnologia. A empresa também está levando a inteligência artificial para outros segmentos, como o de saúde, por exemplo. No Hospital 9 de Julho, em São Paulo, há um piloto em curso. A tecnologia identifica a possibilidade de queda de pacientes de macas, evitando, assim, acidentes.
“Também trabalhamos com a Oncoclínicas, em São Paulo, para ajudar oncologistas a encontrar a área específica de instalação de um tumor. Assim, é possível aplicar o tratamento de radioterapia apenas na região demarcada”, comentou ele.
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