Acesso cresce, mas 12,6 milhões de domicílios no Brasil não têm internet

Preço e falta de capacitação ainda pesam. Acesso à internet em domicílios rurais foi o que mais cresceu, chegando a 55,6% em 2019

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4:24 pm - 15 de abril de 2021
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O percentual de domicílios brasileiros que usam a internet subiu de 79,1% para 82,7%, de 2018 para 2019, alta de 3,6 pontos percentuais. No entanto, 12,6 milhões de domicílios ainda continuam sem acesso por falta de interesse (32,9%), preço do serviço (26,2%) e por nenhum morador saber usar (25,7%).ebcebc

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, a Pnad Contínua, do IBGE. O recorte Pnad TIC analisou o acesso à tecnologia da informação e comunicação no quarto trimestre de 2019. Em 6,8% das residências, os moradores citaram a indisponibilidade de rede na área do domicílio e 5% alegaram o alto custo do equipamento eletrônico para conexão.

Segundo o IBGE, o crescimento mais acelerado do uso da internet nos domicílios rurais, que saiu de 49,2% em 2018 para 55,6%, em 2019, ajudou a reduzir a diferença em relação à área urbana, onde o acesso à rede avançou de 83,8% para 86,7%. Conforme a pesquisa, houve crescimento em todas as grandes regiões, especialmente no Nordeste, com aumento de 5,2 pontos percentuais no período. Apesar disso, a região permanece como a que tem o menor percentual de domicílios com acesso à internet (74,3%).

De acordo com a pesquisa, em 2019, entre os 183,3 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade no país, 143,5 milhões, ou seja, 78,3%, usaram a internet nos últimos três meses do ano. Os jovens adultos entre 20 e 29 anos foram os que mais acessaram a rede. Os estudantes usaram mais a rede (88,1%) do que aqueles que não estudantes (75,8%).

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Em 2019, as mulheres que usaram a internet tinham percentual (79,3%) um pouco acima do apresentado pelos homens (77,1%). Nos grupos por idade, 77,7% estavam entre 10 e 13 anos. A pesquisa apontou crescimento sucessivo nas faixas seguintes chegando a quase 93,0% nas faixas de 20 a 24 anos e 25 a 29 anos. O percentual começa a cair até atingir 45% no grupo de 60 anos ou mais.

Segundo o IBGE, entre 2018 e 2019, o maior crescimento foi nos grupos de 50 a 59 anos e de 60 anos ou mais de idade, com aumento de 6,3 p.p. em cada.

O rendimento médio per capita dos domicílios com acesso à internet era de R$ 1.527, valor que é mais que o dobro da renda dos que não usavam a rede e tinham renda de R$ 728. A mesma relação foi observada no rendimento médio per capita dos que usavam tablet para acessar a internet, que atingia R$ 3.223, enquanto nos que acessavam a rede pelo celular ficou em R$ 1.526.

Celular: porta de acesso

O celular continuou sendo o equipamento mais usado para acessar a internet, o que ocorria em 99,5% dos domicílios. Na sequência vieram o computador (45,1%); a televisão (31,7%) e o tablet (12,0%). No caso do computador, houve redução de 3 pontos percentuais e, no de tablet, de 1,4, mas no uso da televisão, a alta foi de 8,4 pontos percentuais.

O percentual de domicílios do país em que o serviço de rede móvel celular funcionava, para internet ou para telefonia, passou de 89,2% para 89,9%, de 2018 para 2019. Na área urbana, cresceu de 92,4% para 93,2%, e na rural caiu de 68,5% para 68,2%.

O percentual dos que tinham telefone móvel em 2019 para uso pessoal chegou a 81% entre os que tinham 10 anos de idade ou mais. Os menores percentuais foram registrados pelas regiões Norte (69,7%) e Nordeste (72,4%). Nas demais regiões, os percentuais variavam de 85,7% a 87,3%. As mulheres tinham mais aparelhos para uso pessoal (82,5%) do que os homens (79,3%).

O uso da conexão por banda larga móvel (3G/4G) cresceu de 80,2% em 2018 para 81,2% em 2019 e o da banda larga fixa avançou de 75,9% para 77,9%.

Também na passagem de 2018 para 2019, a proporção de domicílios com os dois tipos de banda larga saiu de 56,3% para 59,2%, mas teve queda de 23,3% para 21,4% dentre os que só usam conexão móvel, o mesmo se repetindo entre os que usam só a banda larga fixa, que caiu de 19,0% para 18,1%.

Conforme a pesquisa, a conexão discada tem sido cada vez mais irrelevante, saindo de 0,6%, em 2016, para 0,4% em 2017 e 0,2%, em 2018 e 2019.

A Região Norte apresentou percentual de domicílios com banda larga fixa de 55,0%, resultado muito inferior ao das demais regiões, que variou de 77,3% a 81,4%. No uso da banda larga móvel, o menor percentual foi do Nordeste com 63,8% e o maior, da Região Norte, com 88,6%.

* com informações da Agência Brasil

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