Nasa revela efeitos do espaço no corpo humano em estudo comparativo com gêmeos
Astronautas tiveram sinais vitais monitorados para descobrir se o gêmeo em órbita sofreu alterações importantes no organismo
Um estudo da Nasa com dois gêmeos, um vivendo na Terra e outro na Estação Espacial Internacional por 340 dias, mostrou que o corpo humano “permanece robusto e resistente” depois de quase um ano no espaço. Os astronautas americanos Scott e Mark Kelly tiveram seus sinais vitais monitorados detalhadamente para descobrir se o gêmeo em órbita (Scott) sofreu alguma alteração em seu organismo. As pesquisa mostram que, de fato, ocorreram algumas mudanças.
“Nós apenas arranhamos a superfície do conhecimento sobre o corpo no espaço”, avaliou Jennifer Fogarty, cientista-chefe do Programa de Pesquisa Humana da Nasa. “O The Twins Study nos deu a primeira visão molecular integrada das mudanças genéticas e demonstrou como um corpo humano se adapta e permanece robusto e resiliente, mesmo depois de passar quase um ano a bordo da Estação Espacial Internacional”. Os dados coletados de investigações integradas com o NASA Twins Study serão explorados nos próximos anos.
Dentre os efeitos esperados no corpo do gêmeo que viveu no espaço, foram listados perda de peso, mudança na pressão arterial e problemas de visão devido à falta de gravidade. Mas a duração e a natureza do estudo também permitiram que vários novos fenômenos interessantes nos domínios imunológico e molecular fossem considerados. Os resultados mostram dois lados.
A pesquisa identificou que os telômeros, partes de nossos cromossomos fundamentais à manutenção de nossos genes, foram imediatamente afetados pela presença no espaço com variação genética seis vezes maior do que o “corpo controle”. Eles ficaram mais longos e depois de retornarem à Terra foram encurtados mais que o normal. As causas e os efeitos desse fenômeno ainda são desconhecidos.
Essa variação genética foi normalizada quando Scott retornou à superfície na maioria das vezes, mas em 7% não. Esses genes não foram necessariamente danificados, mas os níveis de expressão foram alterados. Já o DNA permaneceu intacto. O sistema imunológico funcionou perfeitamente durante e após o tempo de Scott no espaço, o que a Nasa considera ser vital para prever riscos de viagens longas pelo espaço.
Por se basear apenas em um grupo experimental, os pesquisadores salientam que “é impossível atribuir causalidade ao voo espacial versus um evento coincidente. Portanto, nosso estudo deve ser considerado como gerador de hipóteses e definidor de situações e deve ser complementado no futuro por estudos com outros astronautas”.
IDG Now! agora é itmidiacom. Para ler mais notícias, acesse.