Globalização da TI: desafio maior é cultural

Fugir de padrões engessados, construir autonomia local e integração alinhada aos objetivos de negócio são chave para bons resultados e crescimento

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8:31 pm - 17 de outubro de 2018

As exigências do mundo globalizado permearam todos os setores, impondo adequações nos negócios para garantir suas posições nesse novo cenário e se tornarem cada vez mais produtivos e competitivos. No coração dessa evolução, batem forte o avanço tecnológico e a tecnologia da informação, apoiados em recursos cada vez mais transformadores. Mas para que tudo aconteça de maneira eficiente, é preciso vencer as barreiras culturais.

Mas essa evolução exige cuidados, planejamento e estratégias eficientes. Afinal, muitas empresas passaram a fazer parte de um verdadeiro ecossistema global, mergulhadas inevitavelmente em integração econômica, social, cultural e política, tendo a tecnologia como principal meio para alcançar resultados e o mais importante: colaboração.

É justo a colaboração que encontra entraves culturais, diante da diversidade de países, cada qual com fortes e peculiares características de mercado. Mas como obter sucesso com a globalização da TI?  Este foi o tema debatido hoje (17/10) em painel no IT Forum Expo 2018.

Cristiano Hyppolito, CIO e CDO Latam da Dafiti, disse que a estratégia da empresa contemplou a criação de centros de excelência em cada país em que a empresa atua, como Chile, Colômbia e Argentina. A área de TI é global e está alocada no Brasil. Para uma maior interação e colaboração, possuem pequenos times, com cinco profissionais, focados em inovação. “Esses times têm autonomia e conseguem vencer as barreiras culturais e gerar produtos inovadores para toda a empresa.”

Mas a questão cultural é um grande desafio. “Até porque, temos profissionais de diferentes países e então a língua inglesa tornou-se um padrão para facilitar a comunicação. Mas para superarmos as barreiras culturais, fazemos intercâmbio entre os times nos países em que atuamos. Assim acontece a integração”, ressaltou Hyppolito.

Angelo Fígaro, CIO da Aliança Nissan-Renault, também acredita que a cultura é um ponto crítico, que afeta bastante a estratégia e a tarefa de montar squads, em que é preciso trabalhar no modelo de colaboração. “Quando atingimos o alinhamento, conseguimos superar desafios e realizar entregas rápidas, beneficiando as áreas de negócios.”

André Petenussi, CIO da Netshoes, apontou que a operação mantém e-commerce em três países, por meio de 30 operações online e lojas físicas. “Nossos profissionais estão organizados em times multidisciplinares (16 squads). O Brasil, por ser um polo de tecnologia mais evoluído, é onde concentramos nossa plataforma e fazemos daqui o delivery para outros pontos. Assim, nosso time de TI fica baseado em São Paulo, em contato constante com México e Argentina”, descreveu o executivo, acrescentando e reiterando que ainda assim o maior desafio é cultural.

“É preciso vencer o desafio cultural para ter um bom relacionamento com o negócio. Afinal, temos de entender a demanda local, de cada país”, disse Petenussi.

“De fato, a transformação cultural é um grande desafio que precisa ter uma estratégia para ser vencido, que reúna indicadores para verificarmos o quanto estamos pensando globalmente”, disse Luciano Abrantes, diretor de Inovação Digital da Natura (foto).

Na avaliação de Simone Okudi, CIO da Black & Decker, primeiramente é importante vencer a barreira da comunicação para depois partir para a de cultura. “A barreira cultural é mais desafiante e requer muito mais trabalho e segue sendo um fator de sucesso para a globalização quando a vencemos.”

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