Open Investment já é realidade no Brasil
Nova etapa do Open Finance, o Open Investment, teve início no fim de setembro
Em sua quarta fase e com nada menos do que 40 milhões de consentimentos ativos – número que representa crescimento de 90% na comparação com janeiro, e 27 milhões de clientes CPFs únicos -, o Open Finance brasileiro segue avançando a passos largos, conquistando inclusive o reconhecimento internacional. De acordo com o relatório Global Open Finance Index, elaborado pelo Open Banking Excellence (OBE) e a Universidade de Oxford, o Brasil tende a superar o pioneiro Reino Unido na liderança global do sistema financeiro aberto. Além disso, o ecossistema deve atingir cerca de 60 milhões de usuários até 2025, aponta estudo da consultoria Oliver Wyman.
Paralelamente aos números que demonstram seu crescimento, o Open Finance segue em franco aperfeiçoamento e ampliação. Em uma nova etapa desde o final de setembro, o sistema iniciou a fase de compartilhamento de dados de investimentos, o chamado Open Investment.
Com ele, os usuários têm a possibilidade de dividir dados de seus produtos de investimentos com outras instituições participantes do ecossistema. Assim, os players do segmento passam a ter a chance de oferecer produtos e serviços relacionados a investimentos que tenham mais a ver com o perfil de cada cliente do sistema financeiro; além disso, a consolidação de dados dispersos de empresas que intermediam a compra e venda de ativos tornou-se mais fácil e rápida.
Entre os produtos contemplados estão Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letras de Crédito Imobiliário (LCI), ações, debêntures e títulos públicos federais disponibilizados pelo Tesouro Direto. A partir do ano que vem, a previsão é que o Open Finance passe a compartilhar dados sobre câmbio e credenciamento.
Recentemente, no último dia 26 de outubro, o Banco Central, por meio da Resolução Conjunta nº7, também simplificou a renovação de consentimentos e ampliou o período de validade do compartilhamento de dados — agora as instituições participantes podem oferecer prazos mais longos do que os 12 meses anteriores, mantendo a determinação de que o cliente possa revogar o compartilhamento quando assim o desejar.
Em um contexto de constantes novidades e avanços que parecem não se esgotar, a iniciativa que, desde o começo de sua implantação, ainda como Open Banking, já demonstrava todo seu potencial para romper com a concentração do sistema financeiro brasileiro, comprova dia a dia sua capacidade de empoderar os consumidores, aumentar a concorrência e estimular a inovação. E, com a velocidade que o Open Finance ganha tração no país, seu constante aprimoramento nos dá a certeza de que muito mais virá por aí.
Por Claudia Amira, diretora-executiva da ABCD (Associação Brasileira de Crédito Digital)