Inteligência Artificial avança e se consolida como tema global de debates

Relatório do FMI revelou que quase 40% dos empregos do mundo serão afetados pela inteligência artificial

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por ABCD
3:00 pm - 27 de fevereiro de 2024
inteligência artificial, negócios, dados, analytics, arábia saudita Imagem: Shutterstock

Por Claudia Amira*

Nos últimos meses é praticamente impossível não se deparar diariamente com notícias, estudos e dados que refletem os possíveis impactos da Inteligência Artificial nos mais variados aspectos da vida humana. As amplas discussões abarcam de tudo um pouco, incluindo desde a capacitação necessária para acompanhar a tecnologia, o inevitável embate com a propriedade intelectual e os direitos autorais, os usos e aplicações de potencial revolucionário em diversos setores da economia, passando por regulação e fraudes, chegando até a polêmica possibilidade de conversar com aqueles que já morreram. No Brasil, o tema ganha ainda mais destaque na esteira das eventuais implicações da IA nas eleições municipais deste ano, não por acaso, assunto que integra a pauta prioritária da Câmara dos Deputados. 

Em meio a tantas questões, poucas suscitam debates tão acalorados quanto as relacionadas ao mundo do trabalho. Relatório elaborado pelo FMI apontou que quase 40% dos empregos globais serão afetados pela Inteligência Artificial, e, de acordo com análises da entidade, as economias avançadas devem ser as mais atingidas ao mesmo tempo em que tendem a estar mais bem preparadas para explorar os benefícios da tecnologia na comparação com os mercados emergentes e em desenvolvimento.

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Para além dos números, o documento do FMI traz ainda reflexões sobre a relação entre a IA e a inclusão financeira. Segundo o material, por meio da utilização de dados não convencionais para análise de solvabilidade, a Inteligência Artificial poderia permitir que “comunidades desfavorecidas tivessem acesso a serviços financeiros que de outra forma estariam fora de alcance”, com a ressalva de que, por causa de riscos como preconceitos incorporados e resultados opacos, “a sua implantação deve ser acompanhada por quadros mais fortes de monitorização e supervisão”. 

Ainda que a Inteligência Artificial mantenha uma certa aura de ficção científica, mesmo sendo dia a dia incorporada ao nosso cotidiano, no setor de crédito digital ela já é assunto frequente há algum tempo. Pesquisa elaborada em parceria entre a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD) e a PwC Brasil em 2022 apontou que, juntamente com o pagamento por WhatsApp, a IA aparecia em primeiro lugar na lista de tecnologias que as fintechs de crédito planejavam dominar no futuro, além de figurar entre os principais recursos já utilizados pelas empresas do setor. 

No entanto, mesmo com a profusão de debates acerca dos mais diferentes aspectos da Inteligência Artificial, ainda é prematura qualquer projeção de como se dará sua evolução nos demais setores da economia. Independentemente das benesses, desafios e riscos apontados, e a despeito de toda sua complexidade, apenas uma coisa é certa: a IA veio para ficar e remodelar a maneira como vivemos, consumimos e nos relacionamos.

*Claudia Amira é diretora-executiva da Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD)

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