Eu e o Vista Media Center

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10:10 pm - 19 de abril de 2007

Testei o Windows Vista por muito tempo, durante toda fase de Beta. Um de meus PCs está com o Vista, não só para testes, mas também porque algumas atividades são mais interessantes de serem feitas neste ambiente. Por coincidência recebi para testes nos últimos tempos uma placa de captura e TV, a PINNACLE PCTV PRO PCI. Era o pretexto que eu esperava para mergulhar mais a fundo no Vista MEDIA CENTER. O Media Center é uma herança do XP Media Center, era vendido somente pré-instalado e em máquinas previamente homologadas. Atualmente ele vem nas versões Home Premium e Ultimate do Vista e traz dignas evoluções em relação ao seu antecessor do XP.

Usar o Media Center como um navegador de fotos, músicas e filmes, isso é fácil, até prosaico. Queria mesmo era sentir o sabor do PC como um aparelho de TV, integrado a um “vídeo-cassete” digital e mais um monte de recursos que ele traz. Inicialmente tive dificuldade para obter driver da PINNACLE para o VISTA (versão 32 bits), mas qual não foi minha surpresa ao perceber que o VISTA suporta nativamente esta placa.Mesmo assim de início não funcionou a contento, mas após o primeiro Windows Update o próprio driver foi atualizado e todas as funções esperadas passaram a funcionar corretamente. Ponto para o Vista Update.

Uma vez o com hardware operacional inicia-se um processo de configuração do Media Center. É um assistente completo. Deve ser confirmada a região que se está utilizando o Media Center. Isso provoca uma atualização do próprio software em função de recursos mais ou menos sofisticados que existem em cada país. Nos EUA, por exemplo, as grades de programação das estações de TV a cabo estão disponíveis para consulta pelo Media Center (com acesso de informações pela Internet) enquanto esta funcionalidade ainda não está disponível no Brasil. O próximo passo é a escolha do tipo de conexão de TV : antena, cabo ou satélite. O modo “mais simples” é o ANTENA que pressupõe a instalação direta do cabo de antena na placa de TV do PC (no meu caso a Pinnacle PCTV Pro PCI). Nesta configuração quem vai executar a tarefa de trocar o canal é a própria placa de TV, comandada pelo controle remoto que acompanha a placa. No caso de CABLE ou SATELITE a troca de canais se dá pelo controle do próprio dispositivo (não é a placa de TV que muda os canais). Mas no caso da PINNACLE PCTV Pro PCI existe a possibilidade de configurar o controle da placa para esta função. Assim um único controle remoto serve para gerenciar tudo.

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Após esta escolha o sistema faz uma varredura no sinal da antena e tenta programar um número de canal para cada estação de TV identificada e confirma a visualização do sinal

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O melhor ponto de partida é a funcionalidade básica de assistir TV após selecionar TVs + Movies (filmes e TV). Outras funcionalidades disponíveis são assistir DVDs e assistir ou gerenciar vídeos gravados no PC.

Quando selecionada a opção “Recorded TV” o usuário tem acesso a sua biblioteca de vídeos pessoais, gravados previamente no Media Center. Esta tela apresenta miniaturas do trecho inicial de cada vídeo bem como o título dado no momento da gravação. Os vídeos são normalmente apresentados na ordem inversa de data, ou seja, os vídeos mais recentes primeiro. Nesta tela também se pode iniciar o processo de programação de gravação.

Para escolher um vídeo para ser reproduzido, basta clicar na miniatura apresentada, mais detalhes do mesmo são apresentados como título, dia da gravação, duração e parâmetros de permanência dos vídeos. Esta é uma interessante característica, pois uma gravação pode ser mantida pelo Media Center até que seja visto pelo usuário, mantido até certa data (especificada pelo usuário), até que mais espaço seja necessário ou mantido indefinidamente (até que seja apagado manualmente pelo usuário).

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A partir do menu original do Media Center a opção LIVE TV é o ponto de partida para assistir a programação . O canal selecionado começa a ser exibido na tela de seu PC. O controle do Media Center foi totalmente concebido para ser usado com o controle remoto que acompanha a placa com sintonizador de TV. Os “cliques” são econômicos que traduzem a simplicidade dos procedimentos. Todas as funções são escolhidas com as setas de navegação do controle. Claro que usuários podem usar seu mouse para tudo isso e para isso mesmo uma versão simplificada do controle remoto aparece na parte inferior esquerda da tela.

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Como um bom “vídeo-cassete” o botão vermelho inicia a gravação.Mas começa aqui uma das mais interessantes diferenças em relação ao seu VHS doméstico. Existem diversas opções para configurar a gravação como duração, horário de início, qualidade do vídeo, nome a ser dado para o vídeo, etc. Há uma grande flexibilidade para agendar gravações no sistema. Um bom videocassete permite algumas dezenas de programações, porém a fita é o limitante. No Media Center do Vista o limite é o espaço no disco rígido. Um vídeo de uma hora gasta em torno de 3.0 Gbytes de espaço, gravando sinal de TV comum, e na melhor qualidade possível. Com os computadores modernos com discos rígidos de 250 Gbytes ou até mais, imagine a quantidade de vídeos que pode ser gravada no PC!No caso do usuário não querer manter o vídeo no PC na tela de informações sobre cada vídeo, além da opção de reproduzir ou apagar, o usuário pode escolher gravá-lo em CD ou DVD.

Em relação à qualidade as opções são simples, simples até demais. Algo do tipo “normal”, “bom” e “melhor”. Em meus testes descobri que a diferença entre as opções são muito semelhantes às opções EP, LP e SP presentes nos VHSs. Os arquivos gerados têm cerca de metade do tamanho (gravados em “melhor” comparado com “normal”). O formato do arquivo é proprietário (pelo menos a extensão não é MPG ou WMV ou algo do tipo). Porém o aplicativo do Vista para gravar DVDs aceita estes arquivos para serem usados em uma editoração de um vídeo. Obviamente o arquivo gerado em “melhor” tem melhor apresentação, mas a diferença para o “normal” é pequena. No dia a dia eu usaria facilmente a qualidade mais modesta pela vantagem no espaço ocupado no HD, um pouco menos da metade.

Mas o recurso mais fascinante para mim é o que chamo de “LIVE REPLAY”. Eu posso programar a gravação de um filme. Mas se retornar para casa antes do término do mesmo, o comum seria esperar o filme acabar para retornar a fita e ver de novo. Usando este recurso ao chegar em casa posso imediatamente iniciar a minha sessão de cinema enquanto o Media Center do Vista conclui a gravação. A propósito deste recurso, também é possível assistir outro vídeo enquanto uma gravação está acontecendo. Só não dá para ver outro canal.

Mas meu exemplo preferido é o caso da partida de futebol. Eu começo a assistir a um jogo e lá pelos 10 minutos preciso atender a um telefonema ou ao chamado de minha esposa. Elas sempre chamam nessas ocasiões (para discutir a relação na hora do jogo de seu time). Se deixar gravando, ao retornar eu uso o pequeno controle remoto e retorno o vídeo para o começo. Isso NÃO interrompe a gravação!! Assim consigo ver a seqüência do jogo, desde que foi interrompido. Avanço até o “presente” e retorno à programação “ao vivo”.Posso reprisar um gol dez vezes e depois retornar ao “presente”. Isto para quem ainda não teve a oportunidade de experimentar abre uma nova perspectiva, uma nova forma de ver TV. A liberdade que isso proporciona é incrível. Existem atualmente dispositivos com os TIVO (americanos) ou outros DVDs com sistema de gravação prévia em HD que fazem estas coisas. Mas poder concentrar tudo no PC é outra boa idéia.

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Outra imensa diferença entre o sistema habitual de gravação como um prosaico videocassete é a grande capacidade de agendar gravações no sistema. A partir da tela “Recorded TV” pode ser acionado o recurso “ADD RECORDING” que permite também gravação da programação ao vivo e a programação de gravações em horários pré-definidos. Um bom videocassete permite algumas dezenas de programações, porém a fita é o limitante. No Media Center do Vista o limite é o espaço no disco rígido. Se o usuário tiver dezenas de Gbytes disponíveis haverá espaço para muitas horas de gravação. Mesmo que o espaço necessário se acabe os vídeos mais antigos que estiverem marcados para “apagar quando necessário” serão eliminados automaticamente para livrar espaço para as gravações agendadas. Esperto.

Eu achei uma delícia este “brinquedo”. Navegar por todos os vídeos pré gravados ou capturados, programar dezenas de gravações (em qualquer data-sem as chatas limitações dos VHSs comuns) e brincar de “LIVE REPLAY”, tudo muito divertido (além de útil). Porém uma grande verdade precisa ser dita. O Vista cobra o seu preço. A máquina que usei para este teste está longe de ser um PC super sofisticado. Foi um AMD Athlon 64 3200+ (socket 754) com 2 Gbytes de RAM, vídeo nVidia GeForce 6200 (256 Mbytes RAM), 2 HDs serial ATA de 160 Gbytes. No quesito memória eu estava bem servido (2 Gbytes) mas de resto são componentes bem comuns. Essa máquina segurou bem o Vista Media Center. Mas ao usar a operação “Live Replay” sentia a máquina cair de joelhos. O uso da CPU ia para 100% e a capacidade de resposta de máquina ficou extremamente comprometida (para outras tarefas). Conversando com o Paulo Couto a este respeito ele me deu um toque que pode ter matado a charada. Estas funções mais avançadas do Media Center prescindem de uma CPU Dual Core, como um Pentium-D ou Athlon 64 X2 ou o Intel Core 2 Duo. Com as duas CPUs trabalhando em paralelo a “responsividade” do sistema seria muito melhorada. Eu consegui me divertir bastante com o Media Center, mas de fato no dia a dia eu preferiria um “motor” mais potente. Fica aqui o convite para que os amigos do ForumPCs que já tiveram experiência semelhante a minha, contarem as suas venturas e desventuras.

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