Drex: Brasil figura entre os países que terão em breve moeda digital emitida por banco central
De acordo com levantamento do Banco de Compensações Internacionais (BIS), mais de 20 CBDCs devem ser lançadas até 2030
Seguindo de perto as inovações financeiras globais, o Brasil, após o sucesso comprovado de iniciativas como o PIX e o Open Finance, posiciona-se também entre os países que em breve vão contar com as CBDCs (em inglês, Central Bank Digital Currencies), as moedas digitais emitidas por banco centrais.
Atualmente na primeira fase de seu piloto, prevista para ocorrer até junho de 2024, quando haverá uma avaliação do projeto, o Drex avança com debates sobre uma série de questões acerca de seu funcionamento, como a maturidade das transações já testadas por seus participantes, interoperabilidade de sua plataforma e soluções de privacidade, por exemplo. Parte da Agenda BC#, cujo foco é a democratização financeira por meio da tecnologia, a moeda virtual brasileira se desenvolve em um momento de grande efervescência para as CBDCs.
De acordo com a consultoria Juniper Research, o valor dos pagamentos via moedas digitais emitidas por bancos centrais deve atingir globalmente US$ 213 bilhões por ano até 2030. O montante chama a atenção principalmente na comparação com os US$ 100 milhões estimados para este ano, o que, segundo o estudo, pode ser explicado pela fase inicial dos projetos, atualmente em estágio piloto. Mesmo assim, os números revelam o potencial da iniciativa a médio prazo.
Dados do Banco de Compensações Internacionais (BIS) corroboram a força que as CBDCs tendem a ganhar em breve. Segundo pesquisa realizada no final de 2022 e que analisou 86 bancos centrais – inclusive o brasileiro – sobre seu envolvimento com as moedas digitais, 93% das instituições estão de alguma forma trabalhando com as CBDCs. Além disso, o levantamento projeta a existência de 15 moedas digitais de varejo e nove de atacado em circulação pública em 2030.
As razões para que esses ativos digitais ganhem cada vez mais espaço são muitas, mas notadamente destacam-se a possibilidade de inclusão financeira e democratização do acesso à economia digital, além da segurança e eficiência oferecidas. Como benefícios soma-se ainda a onda de inovação que deve se seguir ao lançamento das moedas digitais, como ocorre a cada disrupção do setor, com o aumento de provedores de serviços financeiros e surgimento de novos modelos de negócios. Com certeza, um jogo de ganha-ganha para todos os envolvidos.
Por Claudia Amira, diretora-executiva da ABCD (Associação Brasileira de Crédito Digital)