Cresce o número de startups com foco na Indústria 4.0

Em relação a esta “nova” onda, o Brasil está caminhando a passos lentos se comparado com outras nações, existe muito espaço para novas tecnologias.

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9:09 am - 21 de dezembro de 2019

Aconteceu recentemente o Bootcamp Programa Inovativa Experience, brilhantemente organizado pelo Ministério da Economia, Fundação Certi e Sebrae, que reuniu mais de 100 startups em estágio inicial de operação. Um dos pontos altos da programação, o Demoday girou em torno das bancas de avaliação, com a participação de mentores e investidores e com direito a perguntas e questionamentos sobre o modelo de negócio e o grau de desenvolvimento e conhecimento do produto pelo novo empreendedor.

As startups foram divididas de acordo com sua atividade central, como, por exemplo, a implantação de técnicas de melhorias nos controles operacionais em empresas de qualquer ramo de atividade. São startups que desenvolvem produtos com chances de alcançar um grande sucesso dentro do novo cenário econômico chamado de “nova revolução industrial” ou indústria 4.0.

Em relação a esta “nova” onda, o Brasil está caminhando a passos lentos se comparado com outras nações e isto pode ser uma boa notícia, ou seja, existe muito espaço para implantação de novas tecnologias. Para se ter uma ideia, nosso ecossistema é 20 vezes menor do que os Estados Unidos.

O uso de IoT (internet das coisas) é a principal técnica que necessita ser desenvolvida pelas empresas. O momento da curiosidade sobre esta técnica já está atingindo o amadurecimento e precisamos inovar para crescer.

Como um dos Mentores de Negócios responsável por avaliar as apresentações desse grupo de startups, assisti à apresentação de uma startup que ataca, com o uso da IoT, uma falha que incomoda e preocupa muito as empresas, principalmente as varejistas: a “ruptura”, ou seja, deixar faltar determinado produto na prateleira. Isso afeta diretamente a indústria que deixa de vender ao varejo e este ao consumidor final, em uma cadeia em que todos perdem muito dinheiro. Sanar este problema, sem dúvida, fará com esta startup seja um sucesso em curto prazo.

Outro grande exemplo, que também foi apresentado, mostra a solução que uma startup desenvolveu para linha de montagem. Em um primeiro momento, parecia que o problema a ser resolvido seria apenas o controle das máquinas e equipamentos. No entanto, quando os números começam a ser gerados, nota-se claramente que a integração, que começa na linha de montagem, abrange vários outros departamentos da empresa como compras, almoxarifado, controle de qualidade, manutenção, controle de gastos, recursos humanos entre outros.

Imagine como uma solução desta ajudaria o empreendedor que tem sua produção terceirizada!

Infelizmente muitos prestadores de serviços terceirizados ainda não são totalmente confiáveis quando mostram seus resultados produtivos. Com a ajuda da tecnologia, essa desconfiança diminui muito, uma vez que é possível integrar uma empresa e seus prestadores de serviços (outsourcing) em tempo real e obter dados corretos quanto a quantidades, qualidade, retrabalho, prazos e mais um enorme número de informações sobre o produto que está sendo fabricado fora da sua sede.

O potencial da inovação tecnológica é enorme. Oportunidades de negócios são inúmeras, assim como novas oportunidades de carreiras, empreendedorismo e geração de empregos mais qualificados.

Números mostram que o uso da IoT pelas empresas no Brasil tem crescido em uma taxa anual de 20%. Em valores, pesquisas falam em bilhões de dólares que estão sendo movimentados. As empresas não podem demorar mais e perder esta nova onda de oportunidades.

Sem dúvida o Brasil ainda tem uma série de desafios de infraestrutura a serem vencidos. Mas a boa notícia é que até para vencer estas dificuldades, as startups estão conseguindo driblar este problema quase crônico do nosso país.

Em muitos eventos empresariais, nota-se a participação das entidades governamentais dispostas a ouvir e tomar consciência das dificuldades a serem vencidas. Isso nos deixa muito otimistas quanto as melhoras na infraestrutura, bem como esperançosos quanto a um certo alívio na carga tributária.

Acredito muito na força de trabalho do pequeno e médio empreendedor brasileiro. Para eles eu deixo uma frase de otimismo: Confiem nas mudanças que a tecnologia é capaz de produzir. Torço para que tenham a certeza de dias melhores para seus negócios com o uso da internet das coisas e da inteligência artificial.

Edson Ferro, Mentor de Negócios e Consultor Especialista em Desenvolvimento de Negócios, é Representante da Regional SP da ABMEN

Comentários e opiniões contidos neste texto são de responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião da ABMEN – Associação Brasileira dos Mentores de Negócios.

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