Brasil avança cinco posições e alcança 57º lugar no Índice Global de Inovação
Apesar da melhora na classificação em relação ao ano passado, país tem retrocesso em comparação a 2011, quando ocupou o 47º lugar
O Brasil subiu cinco posições no Índice Global de Inovação (IGI) em relação ao ano passado e chegou ao 57º lugar entre 132 países. Apesar do avanço, o país apresenta uma classificação baixa e está 10 colocações abaixo da recebida em 2011, quando atingiu a melhor marca, a 47ª posição. No topo, aparece a Suíça, seguida por Suécia e Estados Unidos.
O ranking foi divulgado nesta segunda-feira (20) pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI – WIPO), em parceria com o Instituto Portulans, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação da Indústria Indiana (CII), a Ecopetro e a Assembleia de Exportadores Turcos (TIM), com o apoio do Conselho Consultivo do IGI e de sua Rede Acadêmica.
Dentre os 18 vizinhos da América Latina e Caribe avaliados, o Brasil aparece em 4º lugar, atrás do Chile (53º), do México (55º) e da Costa Rica (56º). Em relação aos BRICS, o Brasil ficou em penúltimo, à frente apenas da África do Sul, que está em 61º lugar. A China é a 12º colocada, a Rússia está no 45º lugar e a Índia, no 46º.
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Parceira na produção e divulgação do IGI desde 2017, a CNI avalia a classificação brasileira como “incompatível” com o fato de o país ter sido considerado a 12ª maior economia do mundo no ano passado. A entidade também confronta a posição com a realidade do setor empresarial nacional, uma vez que o país é 13º lugar entre 45 países no ranking internacional para o desempenho da produção da indústria, segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).
“O crescimento sustentável e a superação da crise agravada pela pandemia de Covid-19 passam pela via da inovação. Uma estratégia nacional ambiciosa, que priorize o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação para o fortalecimento da indústria, tornará a economia mais dinâmica, promovendo maior equidade e bem-estar social”, analisou Robson Andrade, presidente da CNI.
O executivo lembrou que a pandemia aumentou a importância que ciência, tecnologia e inovação (CT&I), por exemplo no desenvolvimento e produção de vacinas. Diante disso, defendeu que os investimentos na área são imprescindíveis para que o país avance e sua indústria seja competitiva.
Colocação brasileira
O Índice Global de Inovação é calculado com base na média dos cinco pilares do subíndice insumos de inovação (instituições, capital humano e pesquisa, infraestrutura, sofisticação de mercado e sofisticação empresarial) e dos dois pilares do subíndice produtos de inovação (produtos de conhecimento e tecnologia e produtos criativos), distribuídos em 81 indicadores.
De acordo com a CNI, alguns fatores que permitiram que o país melhorasse a posição em relação ao ano passado. Um deles é retração do PIB, que dá uma falsa percepção de avanço, pois a medida é usada em alguns indicadores. A inserção de novos indicadores no ranking e a boa atuação empresarial também contribuíram. O uso de dados de outros anos e o plano de combate ao backlog de pedidos de patentes também colaboraram.
O país, contudo, apresenta o melhor desempenho em insumos de inovação do que em resultados de inovação, ocupando o 56º lugar (59º em 2020) e 59º (64º em 2020), respectivamente. Na avaliação da CNI, ainda é necessário avançar nas políticas de incentivo à inovação, que vêm sofrendo com cortes de financiamento público.
Os dados também apontam que as principais lacunas do país estão relacionadas a formação bruta de capital, facilidade para abrir uma empresa, facilidade para obtenção de crédito e taxa tarifária aplicada.
Já os maiores avanços ocorreram nos indicadores de crescimento da produtividade no trabalho (58 posições) e de castos totais com software (46 posições). Como o primeiro é baseado na média dos três últimos anos em relação ao PIB, a alta se deve à queda do PIB, apesar da redução de empregados, criando uma falsa impressão de maior produtividade. O segundo, cuja referência é 2020, é atribuído ao aumento de investimentos em software durante a pandemia e sua relação com o percentual do PIB.
Os 10 primeiros colocados do IGI:
1 – Suíça
2 – Suécia
3 – Estados Unidos
4 – Reino Unido
5 – Coreia do Sul
6 – Holanda
7 – Finlândia
8 – Cingapura
9 – Dinamarca
10 – Alemanha
Posição dos países dos BRICS:
12 – China
45 – Rússia
46 – Índia
57 – Brasil
61 – África do Sul