Jovens mulheres contam desafios de entrar no mercado de TI

No Dia Internacional da Mulher, bolsistas do Instituto IT Mídia falam sobre jornada para ingressar na carreira

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11:07 am - 08 de março de 2022
Midiã Pereira e Kamile Trigueiro. Imagem: Instituto IT Mídia

Mulheres são somente 20% da mão de obra no mercado brasileiro de tecnologia, revelam dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). Ao mesmo tempo, até 2025 a América Latina precisará de 3,5 milhões de profissionais especializados em Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (ou STEM, na sigla em inglês), segundo estudo da Page Group.

O Brasil forma poucos profissionais nessas áreas, com apenas 17% do total de estudantes. O número coloca o país atrás de países como o Chile (45%) e da média dos membros da OCDE (25%). Por isso iniciativas como o Programa Profissional do Futuro, do Instituto IT Mídia, são tão relevantes, pois tentam reduzir a lacuna e, ao mesmo tempo, incluir pessoas em situação de vulnerabilidade.

Ausilene Fagundes rompeu barreiras para entrar nesse grupo. Nascida em uma família de baixa renda de Osasco (SP), entrou para o mundo da TI quando conquistou uma bolsa de estudos concedida pelo Instituto. Cursou tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Software na FIAP, passou por diferentes empresas e hoje trabalha como consultora Oracle na OnRising em Portugal.

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“A área de TI é composta em sua maioria por homens e isso pode ser percebido desde a faculdade. Os desafios que a mulher pode encontrar nesse caminho são muitos, desde preconceitos até assédios. Por isso, é tão importante apoiarmos umas às outras”, diz a profissional.

Midiã Pereira concorda. Moradora de São Paulo, também estudou Análise e Desenvolvimento de Sistemas na FIAP pelo Profissional do Futuro. Hoje atua como Analista de TI Júnior em uma instituição bancária.

“Ser mulher na tecnologia é bastante desafiador, mas é bem bacana, porque eu percebo que as mulheres têm características que nos ajudam bastante nessa área”, conta a ex-bolsista.

STEM

Na engenharia a realidade não é muito diferente. Dados do CREA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) mostram que somente 19% dos registros ativos são de mulheres. A disparidade de gênero já começa na sala de aula, local majoritariamente masculino.

“Apesar dos desafios, acredito que as mulheres estão, cada vez mais, ganhando mais espaço no mercado de trabalho”, diz Kamile Trigueiro, estudante de Engenharia Civil e bolsista do Programa de Formação de Engenheiros, também do Instituto IT Mídia, em parceria com a Scala Data Centers – empresa em que trabalha como estagiária.

No Instituto IT Mídia, mulheres ganham 34% das bolsas do projeto Profissional do Futuro e são 21% das turmas do Programa de Formação de Engenheiros. O número tem crescido nos últimos anos, mas ainda está aquém do desejado.

“Entendemos que tem espaço para pelo menos alcançar 50% e, assim, tentar reduzir um dos grandes gargalos sociais desses setores”, diz Vitor Cavalcanti, diretor geral do Instituto IT Mídia. “Para isso, temos aprimorado o processo seletivo para incluir mais mulheres e trabalhado muito próximos às instituições parceiras a estimularem as jovens a ingressarem em carreiras de exatas.”

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