99 lança IAs para proteger passageiras de assédio
Batizadas de Pítia e Atena, inteligências artificiais já reduziram casos de assédio em mais de 45% no app de mobilidade
A 99 anunciou o lançamento em seu app duas novas inteligências artificiais que detectam risco de assédio para passageiras e enviam a elas apenas motoristas mulheres ou bem avaliados. As ferramentas, batizadas com os nomes gregos Pítia e Atena, prometem prevenir essas situações e aumentar a segurança das passageiras em cenários de vulnerabilidade, como viagens à noite, mais longas, chamadas por terceiros ou partindo de regiões com bares e casas noturnas.
A análise é feita pelos dois algoritmos em frações de segundo. Depois, as AIs entram em ação: enquanto Pítia é responsável por alocar somente motoristas com maior pontuação de segurança, Atena dispara orientações aos motoristas sobre a importância de manter o profissionalismo, além de fornecer dicas às passageiras sobre como agir em caso de assédio.
Segundo a 99, nos testes realizados nos quatro meses anteriores ao lançamento, Pítia reduziu número de ocorrências sexuais contra passageiras em 45%. Atena conseguiu diminuir os casos em 17% em uma semana.
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Pamela Vaiano, diretora de Comunicação da 99, ressalta que a tecnologia é capaz de identificar as situações de maior risco e atuar antes mesmo que um problema aconteça. “Usar inteligência artificial é o mesmo que ter especialistas em segurança feminina monitorando, 24 horas, cada uma das corridas do app”.
A 99 também informa que utiliza outra inteligência artificial, chamada de Ártemis, que identifica automaticamente denúncias de assédio deixadas nos comentários após as corridas, banindo agressores e direcionando atendimento humanizado às vítimas. Desenvolvida com consultoria da Think Eva, organização voltada para empoderamento feminino, a solução efetua uma análise semântica das frases para identificar casos de violência de gênero.
De acordo com a empresa, 730 pessoas, entre motoristas e passageiros, são identificadas e banidas semanalmente por cometerem algum tipo de assédio. A Ártemis já aprendeu sozinha novos termos, tendo passado de 350 em 2018 para mais de mil atualmente.