5 dicas fundamentais para reter talentos e reduzir o turnover em TI
Em um País com mais de 12 milhões de desempregados, sobram vagas em TI para o pesadelo de recrutadores.

Quem é do mercado de Tecnologia da Informação constantemente se depara com notícias que mencionam a escassez de profissionais qualificados e déficit de mão de obra. Em um País com mais de 12 milhões de desempregados, sobram vagas em TI para o pesadelo de recrutadores, que ainda sofrem com a alta rotatividade em determinadas áreas. É compreensível, afinal, com tão poucos colaboradores devidamente preparados é comum que eles recebam ofertas tentadoras de outras empresas. Mas como evitar esse turnover?
A escassez de profissionais de TI é uma realidade inegável. Inúmeras associações e demais entidades voltadas ao mercado tecnológico apontam em seus estudos que essa é uma demanda atual e do futuro próximo. Só em TI, no Brasil, o déficit de vagas foi entre 150 mil e 200 mil em 2018, segundo a IDC Brasil. A Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (BRASSCOM) diz que o País pode chegar em 2020 com uma carência de 750 mil profissionais qualificados para atuar em Tecnologia.
Esse cenário desafiador se dá fundamentalmente por duas razões: até 2022, 80% do crescimento de receita de todas as empresas dependerá diretamente de ofertas e operações digitais (IDC Brasil). No entanto, apenas 46 mil pessoas se formam ao ano no Ensino Superior com o perfil necessário para atender essas vagas disponíveis (BRASSCOM).
É claro que um maior fomento para graduações em tecnologia e expansão de políticas de incentivos estudantis seriam algumas medidas necessárias para aumentar o número de profissionais qualificados para atuar na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Mas enquanto essa ajuda é pouca, os recrutadores precisam, ao menos, saber reter seus talentos, e reduzir ao máximo as chances de turnover. Como? Aí vão algumas dicas para ajudar nessa missão:
- Invista na capacitação e no treinamento deles: Existem inúmeras formas de você apoiar o seu colaborador por meio de cursos, palestras, workshops. Pode ser desde aulas de línguas até um treinamento mais específico em determinada área. É importante para o profissional saber que a empresa onde atua deseja saber dos seus interesses, investe nele e em sua carreira. Em um momento onde as gerações mais novas valorizam propósitos, uma iniciativa assim pode fazer toda a diferença;
- Ofereça flexibilidade (de verdade!): muitas empresas discursam sobre flexibilidade, mas poucas a oferecem de fato. Essa nova leva de profissionais que estão adentrando o mercado prezam por isso. Todos querem ser mensurados pela qualidade dos seus trabalhos, não pela quantidade de horas presenciais no escritório. Com um bom planejamento é possível transformar uma rotina maçante dentro da empresa em um dia de trabalho produtivo em casa ou em outro lugar de interesse. As ferramentas de trabalho remoto evoluíram muito nos últimos anos. Além de terem se tornado mais seguras, permitindo compartilhamento de arquivos, elas têm mais qualidade de imagem e voz, transformando a presença física um mero detalhe no dia a dia;
- Desenvolva um plano de carreira: se você pode oferecer um bom salário para o seu colaborador, ótimo! Mas, às vezes, salário não é tudo. Muitos profissionais hoje em dia estão inseguros com as altas rotatividades e os cortes súbitos. Ou seja, oferecer ao profissional a possibilidade de atingir determinada vaga e ajudá-lo nessa missão, instruindo-o, apoiando-o e investindo nesse objetivo a longo prazo pode trazer mais incentivo que um aumento salarial imediato;
- Estabeleça uma relação de confiança: foi-se o tempo em que os funcionários das empresas eram desestimulados por seus superiores a manterem relações de amizade entre si. Uma das melhores formas de aumentar a produtividade, reduzir o turnover e o manter os profissionais incentivados é investindo nas relações humanas. Estimular momentos de interatividade, conversar de maneira mais reservada quando sentir que alguém está desmotivado ou com problemas pessoais, compreender suas razões e dar um tempo a mais para ele resolver suas pendências, certamente fará a diferença na vida desse profissional;
- Crie um ambiente de trabalho agradável: espaços corporativos legais não são aqueles que oferecem comida free, ping pong e vídeo game durante o expediente, mas aqueles onde os colaboradores se sentem bem trabalhando. Mais importante que oferecer atividades de descompressão é ter uma cultura onde os colaboradores são motivados a trabalhar em equipe, estão dispostos a ajudar seus pares e crescer junto com a empresa. Com toda a certeza, a adoção das práticas já mencionadas colaborará para a construção de um ambiente mais prazeroso para trabalhar.
*Daniela Gartner é diretora de Recursos Humanos da Dimension Data no Brasil